Capítulo 7 - Odeio Te Ver Triste

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Mew

A reunião acabou uma hora e meia depois. Eu estava com raiva, aquele maldito me olhava com um misto de deboche e desejo. Se fosse no passado, aquele olhar causaria efeito rapidinho em meu corpo, mas, agora tudo o que eu sinto é nojo. Estava na sala de reunião vendo os papéis da próxima, quando ouço a porta ser fechada e trancada.

- Mas... O que você está fazendo aqui?

- Eu só quero conversar. Mew... deixe de ser dramático.

- Não quero falar com você. Tudo o que eu tinha pra dizer já disse. E não sou dramático.

- Vai me diz... Me diz que o seu brinquedinho não dá conta de te satisfazer e que você precisa de alguém melhor...Posso ser o seu melhor Mew.

- Enlouqueceu? Eu tenho nojo de você. Quantas vezes eu te chamei pra tomar um vinho, assistir um filme? Não foi uma vez. Mas a sua desculpa era que você não bebia, ou não gostava de vinho...

- E o seu brinquedinho faz o que você quer pelo visto.

- Para de chamar ele assim. Eu já disse que ele é meu marido. A pessoa que eu amo e dou minha vida por ele.

- Logo você vai enjoar dele. Ou ele vai encontrar outro. E eu nunca gostei de vinho. Você sempre carregava a pirralha da sua irmã pra onde fôssemos.

- É claro. Você sabe muito bem que minha mãe ficou doente depois do nascimento da Jom. Eu cuidava da minha irmã pra que ela pudesse se recuperar. Mas, pra você, tudo era motivo de briga.

- Mew... Eu amo você. Eu só queria atenção e carinho. Mas, sempre estava ocupado com a empresa ou com a pirralha da sua irmã. Agora tem esse garoto... O que...

- Ama porra nenhuma! Se me amasse mesmo você entenderia meu trabalho e meu esforço. Desde que meu pai abandonou a empresa, a nossa casa e minha mãe grávida, por causa da puta da secretária dele, eu passei o inferno pra cuidar de tudo isso aqui e da minha família. Jom apesar de ser minha irmãzinha  é como se fosse uma filha pra mim. E você sabe disso.

- Mas custava tirar o mínimo de tempo pra me dar atenção? E como você faz agora com aquele garoto? Ele deve sofrer o mesmo que eu.

- Na verdade... Ele me ama. Sabe o que significa apoio mútuo? Exatamente. Eu me apaixonei a primeira vista por ele. Bonito, inteligente, carinhoso, cuidadoso, sexy... Minha mãe o acolheu quando ele precisou, Jom ama ele como um irmão. Eu nunca precisei pedir pra ele me ajudar ou me entender, ele faz por que quer, não por agradar, mas por ver todos felizes. Eu o amo mais que minha vida. E farei de tudo pra ele ser feliz.

- Comovente. Mas, ainda sim eu te amo.

- Você é a porra de um maldito traidor. Me traiu com seu amigo. No dia que eu ia te pedir em casamento.

- Aquela foto foi forjada...

- Aquela foto fui EU quem tirou. Eu fui naquele dia no seu apartamento. Eu tinha as chaves lembra. Mas sabe... A surpresa que eu tive? Encontrei a porta aberta, roupas espalhadas, a garrafa de  vinho que você odiava e o pior, você fodendo e gemendo com o seu amigo.

- Eu fiz isso porque estava carente. Eu queria você, mas você não queria saber de mim. Eu errei... Eu te amo Mew...

- AMA PORRA NENHUMA! Se amasse de verdade não faria o que fez. Amor mesmo é o que eu tenho da minha família e do MEU marido. De você eu quero distância. Agora enfie esse seu amor no seu cu e some daqui. Desaparece da minha frente...

- Assinamos um contrato de trabalho Mew. Ainda nos veremos.

- Eu resolvo. Não tem mais porra de trabalho nenhum. Você está proibido de entrar aqui. Saia daqui agora. Antes que eu chame os seguranças.

Saí da sala bufando e tremendo de raiva. Todos estavam parados olhando pra mim.

- ESTÃO OLHANDO O QUE PORRA?! VÃO TRABALHAR!

Fui até o refeitório tomar água. Preciso me acalmar antes da próxima reunião. E não posso deixar Gulf me ver assim. Sentei na cadeira que tinha ali e fechei os olhos tentando me acalmar.

- O que aconteceu Mew?

- Agora não Jom. Me deixe em paz.

- Todo mundo ouviu os gritos.

- Avise a segurança que ele está proibido de entrar aqui. E se acontecer novamente demitirei todos.

- P’Mew...

- Vai Jom. Faz o que eu mandei. Preciso ficar sozinho.

Jom

Depois que a reunião acabou, vi todos saindo da sala. Max e Kao foram os primeiros, seguido pelos dois homens que acompanhavam o capeta gay enrustido. Não sei o que meu irmão viu nesse cara. Voltei a trabalhar, já que Ploy havia ido comprar um lanche pra nós.

Cerca de quinze minutos depois, Ploy chega e ouvimos gritos do Mew na sala de reuniões.

- O que está acontecendo?

- Não sei. Só vi a hora que todos saíram e depois fui no banheiro. Quando voltei Mew estava berrando.

- Será que tem a ver com aquele ex dele?

- Não sei.

Mew saiu irritado da sala seguido da cobra venenosa. Cadê o Gulf que não está aqui vendo isso. Estávamos olhando pra ele e o mesmo gritou irritado.

- ESTÃO OLHANDO O QUE PORRA?! VÃO TRABALHAR!

Mew foi até o refeitório que tinha no andar e eu o segui. Vi quando ele pegou uma garrafa de água e se sentou fechando os olhos. Ele parecia que estava tentando se acalmar. Cheguei perto da mesa e tentei conversar com ele.

- O que aconteceu Mew?

- Agora não Jom. Me deixe em paz.

- Todo mundo ouviu os gritos.

- Avise a segurança que ele está proibido de entrar aqui. E se acontecer novamente demitirei todos.

- P’Mew...

- Vai Jom. Faz o que eu mandei. Preciso ficar sozinho.

Saí do local antes que sobrasse pra mim. Fui até minha mesa e liguei para o departamento de segurança e a recepção. Assim que desliguei o telefone, Max veio até mim.

- O que aconteceu com ele?

- Não sei. Depois que vocês saíram da sala, Mew ficou lá e eu fui no banheiro. Quando voltei, ele estava gritando. Pelo visto foi por causa do Art.

- Eu devia saber. Remarque a próxima reunião para à tarde.

- Ok.

- Eu vou falar com ele.

- Melhor não. Ele disse que quer ficar sozinho.

- Então só tem uma pessoa q pode falar com o cabeça dura do seu irmão.

- Eu vou lá falar com ele.

Fui até a sala do Mew e entrei. Gulf estava deitado no sofá com o computador do Mew ligado e de fone. Cheguei perto do sofá e notei que ele estava dormindo. Sacudi seu corpo com cuidado pra acordar ele.

- P’Gulf... Acorda.

- Jom... O que foi? Nossa, acabei dormindo. Cadê o Mew?

- Foi pra isso que te chamei. Houve uma discussão entre o Mew e o Art depois que a reunião acabou. Mew tá irritado. Não quer falar com ninguém.

- Onde ele está?

- No refeitório.

- Eu vou lá falar com ele.

- Tá.

Saímos da sala e Gulf foi até o refeitório. Só ele mesmo pra acalmar meu irmão.

Gulf

Fui até o refeitório e vi Mew de olhos fechados. Nem bem entrei e logo ele me olhou me chamando.

- Vem cá.

- O que aconteceu baby?

- Esquece. Só deixa eu sentir seu cheirinho.

- Me fala. Eu quero saber o que acontece com meu maridinho.

- Art veio me falar merda, falou de você... Eu odeio que falem de você ou da minha família.

- Mas, o que ele disse?

- Ele te chamou de meu brinquedo de novo. Insinuou que você não conseguia me satisfazer e que eu precisava de alguém melhor.

- E você também acha isso?

- Claro que não. Pelo contrário. Eu que acho que eu não sou capaz de te satisfazer.

- Porque?

- E ainda pergunta? Minha cadelinha é insaciável.

- Também... Eu tenho a sorte de ter um homão gostoso da porra me comendo todos os dias. E o que mais ele disse?

- Ele disse que me amava. Eu falei do dia que fui no apartamento dele e das fotos. Ele disse que eram forjadas, mas, eu disse que fui eu quem tirou as fotos.

- Continua. Estou te ouvindo.

- Falei do quanto nós dois nos amamos, do respeito mútuo que temos, o jeito que você trata minha família.

- Não tem como ser diferente. Vocês me tratam tão bem desde aquele dia. Eu só retribuo o carinho.

- Sabe... Depois que meu pai abandonou a empresa e minha mãe grávida, eu passei o inferno pra cuidar de tudo. Logo depois que Jom nasceu, minha mãe ficou doente, eu me matava pra cuidar da empresa, dos estudos, da minha mãe e da Jom. Foram meses sem conseguir dormir direito. E tudo isso quando eu tinha 18 anos. Eu carregava a Jom pra todo o canto, pra faculdade, pra empresa, se eu saia com ele. Mas, ele nunca gostou. Dizia que eu tinha mais tempo pra ela do que pra ele. Na faculdade eu era alvo de piadas e chacotas, todos pensavam que eu tinha engravidado alguma menina e ela era minha filha, me tratavam como pai solteiro.

- Esse cara é um babaca. E essas pessoas mais ainda. Desculpe. Pode continuar.

- Eu não ligava para as piadinhas das pessoas na faculdade. E... Eu tratava Jom como uma filha. Mas, eu sempre soube diferenciar irmã de um filho. Eu cuidei e cuido dela desde o nascimento. Eu ensinei a engatinhar, andar, a se alimentar, a escovar os dentes... Eu fiz tudo.

- Eu acho lindo essa relação sua e da Jom. E pode ter certeza que você é um ótimo filho, um ótimo irmão e vai ser um ótimo papai. Já estou até vendo várias crianças brincando pela casa.

-Eu serei um ótimo pai se você estiver ao meu lado. Eu quero construir uma família com você.

- Eu também. Nossa família será linda. Agora, chega dessa conversa e vamos ao que interessa.

Sem esperar, sentei em seu colo e colei nossos corpos. As mãos de Mew foram para minha bunda trazendo meu corpo mais para cima pra que eu sentisse seu membro duro na minha coxa. Selei nossos lábios, sentindo sua língua quente e úmida brincando com a minha. Eu estava mole, minha mente estava anuviada por causa das sensações que ele me trazia. Ele mordeu meu lábio parando o beijo quente que estávamos dando.

- Caralho baby... Aqui não é lugar pra isso.

- Foda-se... Eu estou louco de tesão pelo meu homem gostoso.

- Eu Também amor... Mas, eu sou um filho da puta possessivo. Não quero que as pessoas vejam minha cadelinha gritando de tesão, enquanto eu te fodo.

- Precisamos resolver isso então né. Eu também sou ciumento e possessivo. Só eu posso ver seu pau duro.

- Vamos pra minha sala, vou resolver isso rapidinho.

Mew levantou da cadeira comigo no colo de um jeito que ninguém pudesse ver o quanto estávamos excitados. Fomos direto pra sala dele e ele trancou a porta. Passamos o resto da manhã na sala nos entregando ao prazer.

Mew

Alguns dias depois daquela reunião, senti meu namorado um pouco triste e desanimado. Ele passou o dia trancado no quarto e não quis comer ou falar nada. Hoje era sexta feira, acabei de chegar em casa com Jom. Minha mãe estava na cozinha, mas, nem sinal dele.

- Cadê ele?

- No quarto. Ele não saiu de lá o dia todo.

- Ele comeu?

- Nada. Mas, consegui falar com ele.

- E o que ele disse?

- Ele se sente inseguro. Sabe, por causa da idade, nível de experiência...

- Ah. Então isso explica tudo.

- Vá tomar seu banho, querido. Tente conversar com ele. Irei fazer algo pra vocês comerem.

- Tá. Eu já volto.

Subi as escadas e parei na frente da porta do meu quarto. Abri lentamente e notei que estava tudo escuro, a não ser pela luz do IPad do Gulf. Tentei dar boa noite, mas, ele estava de fone e não ouviu. Fui até o banheiro e tomei um banho quente. Ao terminar, enrolei uma toalha na cintura e com outra sequei meu cabelo. Estava trocando de roupa no closet, quando escuto a voz dele.

- Baby?

- Oi amor.

- Chegou faz tempo? Nem me cumprimentou.

Andei até ele e subi na cama pra dar um beijo no meu namorado manhoso.

- Cheguei faz uns quinze minutos. E eu te dei boa noite. Você estava de fone e não me ouviu.

- Hm. Podia ter me dado um beijo.

- Não quis te atrapalhar. O que estava vendo?

- Um dorama.

- É bom?

- Sim. É triste, mas,  é bom. Não terminei de ver.

- Entendi. Podemos ver juntos. O que acha?

- Eu vou adorar.

- Já comeu?

- Não estou com fome.

- Tem que comer, amor. Não pode ficar o dia todo sem se alimentar.

- Eu sei. Hoje não é um bom dia.

-  Porque não me conta? Eu posso ajudar.

- É coisa besta.

- Me fala.

- Você vai me achar um idiota. Depois daquela sua reunião... Eu comecei a pensar... O que fez você se interessar por alguém como eu? Você é inteligente, experiente, carinhoso... E eu sou o que?

- Amor... Eu amo você. Você tem tantas qualidades boas. Inteligente, bonito, carinhoso, safado, engraçado. E é isso que eu amo. Não tem haver com experiência. Tem haver com o coração.

- Então...

- Então pare de pensar essas coisas. O importante é que eu te amo do jeitinho que você é.

- Desculpa. Você tem razão.

- Desculpo meu bebezinho. Agora vamos lá comer. Tô morrendo de fome.

- Não quero.

- Vem.

- Não.

- Eu vou te arrastar até a cozinha.

- Não.

Sem aviso, desci da cama e puxei suas pernas, coloquei ele no meu ombro e dei um tapa estralado na sua bunda.

- AH! MEW ME SOLTA PORRA! EU VOU CAIR!

- Shii. Não grita. Eu vou te soltar na cozinha e você vai comer um pouco.

- Amor... Eu não quero comer.

- Nem um pouquinho? Por mim?

- Você é chato hein. Tá bom... Eu como um pouco. Mas, me solta.

- Não. Eu vou te levar assim mesmo.

Descemos as escadas e fomos para a cozinha, onde Jom e Ploy estavam comendo. Desci ele do meu ombro e sentamos para comer. Ficamos quase meia hora na cozinha jantando, até ele subir.

- Vou tomar banho.

- Eu já estou indo pro quarto.

Ele saiu e continuei comendo minha sobremesa.

- O que deu nele?

- Nada. Deixa ele.

- Tá bom.

- P’Mew... Vamos assistir um filme?

- Hoje não Jom.

- Quem sabe assim o Gulf se anima.

- É.

- Eu tive uma ideia melhor. Fiquei sabendo que tem um parque de diversões aqui perto. Porque vocês não vão?

- Ah! Vamos, Por favor irmãozinho.

- Não vou prometer nada. Vou falar com ele.

Subi as escadas e fui para o quarto. As luzes estavam apagadas, somente a luz do closet acesa. Fui até a porta do banheiro e tentei abrir. Porém estava trancada. Decidi esperar ele sair. Cerca de vinte minutos depois ouço ele abrir a porta e ir para o closet. Decidi ir até lá e parei na porta.

- O que?

- Tá tudo bem, baby?

- Sim.

- Então porque está desse jeito?

- Você sabe o porque. Eu só não quero mais conversar.

- Baby... Não gosto de ver você desse jeito. Você triste, me deixa triste também.

- Eu estou bem Mew. Eu juro. Eu só quero ficar deitado agarradinho com você. Só isso.

- Eu ia te chamar pra sair. Ir pra um parque de diversões. Mas, podemos ficar agarradinhos a noite toda. Posso te encher de beijos, lambidas, mordidas...

- Parque?

- Sim. As meninas querem ir. Que tal?

- Tudo bem. Vamos.

Ele sorriu animado Deixei ele se arrumando e fui para a cozinha. Por sorte, elas ainda estavam lá.

- E então?

- Ele se animou. Vão se arrumar.

- Vamos. Vai mãe?

- Eu vou tomar um banho e dormir. Estou cansada.

- Ok. Boa noite, mamãe.

- Boa noite, tia.

- Boa noite meninas. Se comportem hein. Cuide delas Mew.

- Pode deixar.

Elas subiram e eu peguei algumas coisas pra comer. Voltei para o quarto e ele já estava todo pronto e todo gatinho. Me troquei e sentei na cama com ele pra esperar as meninas.

- O que é isso?

- Chocolate. Quer?

- Ainda pergunta!

Dei o chocolate pra ele e minutos depois Jom e Ploy já estavam prontas e saímos para o parque.

Amor à Primeira Vista (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora