Capítulo onze

547 68 35
                                    






Alguns meses se passaram desde aquele dia desastroso.

Tenho pensado cada dia menos em Poncho e em tudo que poderíamos ter realmente sido. Vejo Sam crescendo dia após dia e reconheço cada traço de seu pai nele.

E quem dera fossem apenas semelhanças físicas...

Quanto a Her? Bom... Não podia estar indo melhor! Temos uma equipe maravilhosa por aqui e nossos resultados continuam fantástico.

Nesse momento Maite está tagarelando na minha sala, explicando o quanto nossas ações na bolsa subiram no último trimestre.

Rio de todo o seu entusiasmo.

De repente o meu telefone toca e reconheço que é o ramal de Sara. Imagino que seja algo importante, já que lhe pedi para que não fôssemos interrompidas.

— Oi Sara...

— Desculpe incomoda-las, mas há ligação importante na linha externa.

— Sua voz está me assustando. Quem está ligando?

— O Sr Armando Herrera.

Sorrio, porque faz um tempo considerável que não falo com Armando.

— Ora, Sara! Por que não me disse antes? Passe a ligação!

Sara prontamente atende o meu pedido.

— Armando?

— Ani! — Ele responde do outro lado da linha. — Como estão as coisas na Espanha, querida?

— Animadoras! — Sorrio. — Nossos números estão aumentando a cada dia.

— Isso é excelente! — Ele suspira. — Sempre soube que estava colocando a Euro Her em boas mãos... Mas escuta, não é para isso que estou ligando. Ani... Eu preciso que você volte por um tempo...

Ouço perfeitamente o que ele acaba de dizer, mas mesmo assim pergunto:

— Como?

— Eu não posso te passar muitas informações por telefone, mas tivemos um problema e eu preciso que você assuma a Her New York temporariamente... — Sua voz está muito séria e isso me causa calafrios. — Isso não é um pedido, Ani. Espero que você entenda... Não queria ter que pressiona-la a nada, mas no momento eu não tenho outra escolha.

— Armando, você não pode tá falando sério! Eu não posso voltar pra Nova York agora... Eu... Eu não posso deixar a Euro Her!

— Será temporário e nós sabemos que há pessoas de sua confiança e suficientemente competentes que possam assumir por esse tempo.

Estou em estado de choque. Não tenho argumentos.

— Mas porquê?

— Você terá todas as explicações quando estiver por aqui...

— Armando?

— Diga, Ani...

— Eu não posso ir!

— Escuta Ani... Eu sei que você tem a sua vida em Madri. Eu prometi que nunca questionaria suas escolhas e muito menos procuraria saber de coisas que você optou por não me contar. Cumpri com a minha palavra e enquanto for vivo continuarei a cumprir... — Armando não fala mais como meu chefe, mas sim como um amigo. — Você significa muito pra mim. Tanto quanto os meus filhos significam. E acho que já te provei mais de uma vez. E é por isso que preciso de você aqui agora! Será que você pode fazer isso por mim?

Without youOnde histórias criam vida. Descubra agora