Por Poncho:Anahí continua me encarando de uma maneira que parece incapaz de dizer uma palavra.
Sinto algo dentro de mim se quebrando. É como se tivesse a certeza de que tem algo de errado.
— Eu preciso que me diga... — Quase suplico num tom de voz ainda mais alto.
Seus olhos se enchem de lágrimas e como se pudesse sentir o mesmo que a mãe, o choro da criança invade os meus ouvidos.
— Oh, não! — Anahí balança-o em seu colo, na tentativa de acalma-lo. — Não chore querido, está tudo bem!
O menino ignora suas palavras, levanta a cabecinha de seu ombro e ergue em minha direção. Seus olhos extremamente vermelhos pelo choro me encaram. Meu coração se parte em milhares de pedaços.
É só um bebê! E eu estou nitidamente o assustando.
— Escuta... — Anahí diz finalmente, mesmo que hesitante. — Não é o melhor momento e nem lugar para essa conversa. Eu preciso cuidar dele, antes de mais nada... Podemos nos ver amanhã?
Avalio rapidamente a situação e concordo.
— Que tal amanhã na minha casa?
Anahí apenas concorda e anda apressadamente até a saída. Me deixando numa situação na qual é impossível não pensar em tudo que acaba de acontecer.
É como um daqueles quebra-cabeças de mil peças, que é preciso ser a porra de um gênio para montar. Nada faz sentido!
A ansiedade me consome. O que parece ser um pouco idiota da minha parte, porque a Anahí ter um filho não é algo que muda a minha vida, pra começo de conversa. Mas mesmo assim, o desconforto parece inevitável.
Sinto que perdi uma parte importante da história dela e isso me corrói.
Não somos mais noivos.
Não somos se quer amigos.
Nos tornamos dois desconhecidos.
Mas nem isso diminui o que sinto.
Deixo Nic aos cuidados de minha mãe no hospital, não preciso pedir, ela mesmo insiste para isso.
Ás 19:26 respiro fundo ao ouvir a campainha tocar. E ao contrário de algumas noites atrás, não estou surpreso por saber quem está atrás da porta.
— Oi. — Digo ao abrir a porta.
— Oi Poncho!
Anahí parece exausta.
Não que ela esteja feia ou algo do tipo. Acredite, isso é impossível, mas sua feição denúncia seu cansaço.
— Entre! — Dou espaço pra que ela possa entrar e fecho a porta em seguida. — Senta um pouco.
— Não é necessário, acho que vai ser uma conversa rápida.
A encaro, tentando decifrar o que aquilo pode significar.
— Tudo bem. — Suspiro. — Confesso que me surpreende eu ainda não ter ouvido que isso não é da minha conta ou alguma coisa do tipo.
Tento quebrar o gelo.
É pra soar como uma piada, mas ela visivelmente não entende assim.
— Não, você não ouviu. — Anahí diz firmemente, olhando em meus olhos. — Eu não te diria isso, porque é da sua conta...
— É claro que você não me deve satisfação de nada, Ani. Não quero ser invasivo, mas é que é no mínimo estranho que ninguém saiba que você tem um filho e...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Without you
FanfictionAlgumas pessoas vivem pela fortuna. Algumas pessoas vivem apenas pela fama. Algumas pessoas vivem pelo poder, sim. Algumas pessoas vivem apenas para jogar o jogo [...] Algumas pessoas querem tudo. Mas eu não quero absolutamente nada, se não for você...