(chanbaek | longfic) Na rua Paraíso, em uma pequena ilha na costa da Coréia do Sul, Park Chanyeol está vivendo seu primeiro dia no inferno.
Depois do seu pai deixar sua casa sem ao menos olhar para trás, toda a família parece desmoronar. Sem dinheir...
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Já ouvi dizer que a verdade é algo que está além das palavras. A verdade se esconde nos olhos, nas ações. A única parte capaz de mentir é a boca, mas eu nunca fui do tipo que observa além do superficial. Se Baekhyun me dissesse "não", eu acreditaria e viraria as costas para ir embora, ainda que seus olhos implorassem para eu dividir o guarda-chuva com ele e seus ombros tremessem pelo frio repentino, querendo logo o conforto aquecido de casa.
Mas Baekhyun não disse nada.
Ele deu um passo a frente e grudou ao meu lado, segurando o guarda-chuva com uma das mãos para não correr o risco de se molhar.
— Vamos logo — pediu, já me arrastando pela rua.
Havia um ponto de ônibus não muito distante dali e, pelo horário, ainda conseguiríamos pegar algum antes de começar a anoitecer. A chuva parecia apertar cada vez mais, levando nós dois a nos espremermos embaixo da pequena cobertura do guarda-chuva, nem um pouco confortável. O uniforme do colégio não era tão quente assim e Baekhyun tremia a cada rajada de vento.
Notando aquilo, cheguei para o lado, dando mais espaço para ele se proteger. Meu ombro molhou e ele me encarou, mas eu fingi que nem estava notando. A minha real vontade foi segurar ele mais pra perto, mas eu espantei isso porque era absurdo demais.
O ponto de ônibus era coberto, então nos sentamos no banco sem nos preocupar com a chuva. Havia um longo espaço entre nós dois, provavelmente porque estivemos mais perto do que nunca segundos antes. Eu o olhei pelo canto dos olhos, tentando pensar no motivo de ainda estar meio nervoso. A conversa no corredor, seu olhar perdido na minha direção. Algo apitava na minha cabeça com o aviso de perigo, mas eu não sabia o porquê.
— Você e Sehun conseguiram se entender com aquilo do dinheiro para a defesa? — perguntei. Estava entediado ali, depois de alguns minutos de espera. Qualquer assunto serviria para melhorar um pouco o clima.
Baekhyun revirou os olhos.
— Eu e Sehun não temos nada para entender. Mas conseguimos juntar uma boa quantidade e entregamos para Seungmin. Agora é só esperar. — Falou com a voz arrastada, como se não tivesse nem aí. Aquilo só não me enganou porque eu sabia que era um assunto que o perturbava. Eu vi .
— Ele não perguntou como vocês conseguiram aquilo tudo?
— Sehun resolveu essa parte. A minha eu já fiz e espero não perder minha casa agora. — Baekhyun deu de ombros e eu acenei com a cabeça.
