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OITAVO DIA COM ERROS INVISÍVEIS

Melhor parar de sonhar com a vida calma, porque nós nunca a conheceremos

E pare de correr atrás do ônibus que não parou porque aqueles dias bons são poucos

E pare de pedir desculpas pelas coisas que você nunca fez

Porque o tempo é curto, a vida é cruel mas cabe a nós mudá-la

Nesta cidade chamada malícia

(Town called malice, The Jam)

Não falamos sobre aquilo, pelo menos no primeiro momento

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Não falamos sobre aquilo, pelo menos no primeiro momento.

Baekhyun logo se juntou a nós, pálido e com os olhos arregalados. Ele desistiu de mexer nas luzes e os copos descartáveis, de repente, tinham perdido todo o sentido enquanto arrumávamos as pilhas nas prateleiras acopladas na parte interna do balcão.

— Isso... — Kyungsoo tentou dizer, mas eu o impedi com um longo e sonoro "shhh".

The Police continuou tocando no palco e a única coisa que podíamos ouvir além da música eram as risadinhas baixas dos dois. Por cima do balcão, troquei um olhar rápido com Baekhyun. A cor voltava para seu rosto, mas ele ainda estava em choque. Parti o contato assim que me abaixei novamente para arrumar as garrafas de vodka nas prateleiras.

Mais duas músicas tocaram e ficamos em silêncio, até que Sehun chamou nossa atenção, com uma caixa em suas mãos. Ele entrava no galpão e um sorriso enorme estampado no rosto. Eu só conseguia pensar que ele tinha acabado de beijar minha melhor amiga.

— Soo, me ajuda com a escada — pediu e Joy foi segurar a escada de ferro no centro de onde seria nossa pista de dança.

Ele tirou de dentro da caixa um enorme globo espelhado e subiu na escada, prendendo-o em um dos cabos de aço. Na mesma hora, as luzes coloridas de natal refletiram nele e, assim que Sehun o girou, elas espalharam por todo o local. Joy deu um gritinho animado, tremendo a escada por onde Sehun descia.

— Gostaram? — Ele apontou para cima, com um sorriso no rosto. — Eu comprei com o dinheiro que meu pai me deu e acho que valeu muito a pena.

— Com certeza! — Joy concordou e ele apertou o nariz dela entre os dedos.

Eles trocaram sorrisos e eu precisei desviar o olhar. Era demais para mim.

— Meu Deus — Baekhyun disse baixinho, apoiando os cotovelos no balcão e afundando o rosto nas mãos. — Isso é demais, não consigo mais ver.

Eu precisei concordar. Era desesperador estar diante de um membro do grupo... beijando. Fazendo coisas românticas e agindo daquela forma.

— Que bom que eu não sou o único que tá estranhando — Kyungsoo sussurrou, se aproximando da gente. — Tipo, foi do nada!

Crônicas de um lugar distante do paraísoOnde histórias criam vida. Descubra agora