Ela cheirava a morangos. Respirei fundo mais uma vez enquanto seu corpo se arrepiava com o toque do meu. Aquele cheiro estava me deixando anestesiado.
Seu corpo respondia de um outro jeito ao meu, sua pele estava arrepiada, assim como o bico dos seus seios que estavam arrebitado.
Quando dei por mim ela havia me empurrado contra a parede, longe da água que caia, sentou sobre o meu colo, invadiu a minha boca com a sua. Era um beijo apressado, porém triste. Empurrei a de leve. Seus grandes olhos castanhos me olhavam de um jeito que parecia entrar na minha alma e ler cada parte dela e do meu corpo.
-Não...
-Por quê?
-É errado - suspirei -
-Você tem medo ser o próximo a morrer por minha causa?
Está pergunta me pegou desprevenido. Mas não tinha medo de morrer por ela.
-Não - falei tão baixo que saiu como um assobio -
-Então por que não?
-Você não esta pensando bem, você esta em choque, o cara que você se diz amar esta em coma e você esta se pegando com o seu assistente no banheiro da sua casa.
-Eu sei muito bem o que eu estou pensando. Eu já passei por tantas situações como esta de pessoas me deixarem que já estou acostumada. Não que Tyler é um qualquer nas ele já estava me preparando para isto, só não achei que seria tão rápido.É você transou comigo no quarto do meu hotel. A poucos dias atrás - ela disse soltando o ar de seus pulmões - Isto não parecia errado ou te incomodar naquela altura - ela arqueou a sobrancelha -
-Foi errado. É ainda continua errado. - virei o rosto -
-Quando você tem o poder nas mãos - ela disse pegando o meu maxilar e virando me fazendo olhar para ela - você não lida muito bem com a rebeldia. Ou "erros". Você não se sente arrependido, caso contrário não estaria literalmente pulsando em baixo de mim - ela sorriu - Você está com muitas coisas na cabeça. Eu entendo você acabou de ganhar uma criança, viu um assassinato a mando da Ordem, por fim viu sua chefe no fundo do poço. Mas isto tudo vai passar. Não podemos ficar assim. Eu preciso de você e você precisa de mim. Por favor eu estou te implorando, se isto foi um "erro" como você mesmo disse erre comigo hoje, por favor. Por favor - ela suplica - Eu quero te mostrar uma coisa se você aceitar. - ela disse olhando mais uma vez no fundo dos meus olhos me deixando um pouco envergonhado.-
Aquilo não era uma simples conversa, parecia uma negociação. Eu não estava em posição de escolher, eu só tinha o sim e o não.
Na minha cabeça este momento estava passando em câmera lenta, eu queria estar com ela, mas a minha mente dizia que era errado. Eu nem esperei o cadáver do Tyler esfriar, já estou pensando em me deitar com ela, eu sei que eles não tinham nada, nem eu tenho algo com ela, mas ainda sim parece errado. Porém estou tão tentando a descobrir o que e isto.
Dei um longo suspiro é revirei os olhos, me colocando de pé a puxando para mim.
-Sim eu aceito - suspirei -
O sorriso que brotou em seus lábios era diabólico. Pela primeira vez vi seus olhos ficarem nublados. Não parecia a mesma Clara que estava ali.
Ela saiu do box, colocou um roupão, logo a seguir jogou uma toalha para mim.
Ela andava graciosamente pelo o quarto, enquanto ia em direção a uma estante de livros. Puxou um livro qualquer, aquilo simplesmente abriu uma passagem secreta, um mine corredor por assim dizer. Ela esticou a mão para mim, segurei a dela com firmeza enquanto ela me guiava pelo o pequeno corredor. Do roupão ela tirou uma chave pequenina, quando destravou a porta, digamos que fiquei um pouco em choque.
-Isso é...
-Sim
-Não estava delirando aquele dia?
-Não. Sabe de uma coisas nem sempre estive no poder. Tyler me mostrou como eu poderia ser uma boa garota, como poderia ser obediente. Mas até agora ninguém além dele conseguiu fazer isto. Se quiser tentar a sorte, está é a noite para o grande "erro".
Ainda estava um pouco em choque com aquilo que estava vendo com os meus olhos. Não poderia ser real, a cama, os chicotes, cordas, tudo aquilo parecia um quarto do 50 tons de cinza. Não ela não poderia ser assim.
-Você deve estar se questionando se eu sou mesmo assim. Sim sou - ela disse entrando pelo o cômodo me deixando plantado na porta - aquele dia que fomos para Forks você ouviu os meus gemidos, porque estava tão aflita por ter você entre as minhas pernas que não consegui, precisei me aliviar.
-Mas isto você faz com as pessoas, ou elas fazem com você?
-Elas fazem comigo. - ela apertava um nó -
-Isso é meio bizarro.
-Talvez. Nunca saberá se não experimentar.
-Quem disse que nunca experimentei?
-Pela sua expressão. Ou pela sua reação.
-Só não achei que isto aconteceria aqui - ri - Sabe você parece gostar do sexo vanila.
-O que seria um sexo vanila?
-Algo que nunca saia muito da rotina, que seja algo que não seja nem de mais nem de menos. Assim como é o sorvete de vanila nem doce de mais, nem de menos. Na medida certa.
-As aparências enganam fofinho - ela apertou o meu rosto -
Eu ainda não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo. Não podia ser real, deveria ser um sonho. Minha chefe era uma sádica? Não.
-Então vai escolher "errar" hoje ou quer abandonar o barco - ela enrolou a língua -
Por um momento minha cabeça divaga em memórias antigas. Mas volta logo a seguir para o presente.
Liguei a caixa de som que tinha num canto do quarto e coloquei para tocar The Wall do PatrickReza.
-Ainda tem dúvidas sobre a minha resposta? - sorri -
-Acho que não - ela sorria diabolicamente -

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O Assistente Dominador.
RomansaDe passados traumáticos, um jovem assistente com um passado assombroso que nunca o deixa esquecer as marcas de seu passado, uma chefe que e extremamente durona mas por dentro de um muro de autoproteção se esconde uma jovem mulher que foi muito mal...