Eu me sentia estranhamente animada enquanto ia da aula de espanhol para o refeitório.
Talvez fosse por saber que minha sentença estava cumprida e eu era de novo uma mulher livre.
Ou talvez não tivesse nada a ver especificamente comigo. Talvez fosse o clima de liberdade que pairava em toda a escola. O ano letivo estava terminando e, em especial para a turma do terceiro ano, havia uma excitação perceptível no ar.
A liberdade estava tão próxima que era tangível. Havia sinais dela por toda parte. Cartazes abarrotavam as paredes do refeitório e as lixeiras transbordavam uma saia colorida de folhetos: lembretes para comprar livros do ano, anéis de formatura e convites; prazos para encomendar becas, capelos e borlas de formatura; panfletos de cores berrantes — alunos do primeiro ano em campanha para representantes de turma; anúncios agourentos enfeitados de rosa para o baile deste ano.
– Já mandou seus convites? – perguntou Eric quando Edward e eu nos sentamos à nossa mesa.
Jonas e Marcos também já estavam lá, cada um de um lado de Eric. Jonas concentrado numa HQ, os óculos escorregando pelo nariz fino. Alice examinou meu visual sem graça, jeans e uma camiseta, de um jeito que me deixou constrangida.
– Ainda faltam alguns. – respondi a Eric.
– E você, Alice?
Alice sorriu.
– Está tudo pronto.
– Sorte sua. – Eric suspirou. – Minha mãe tem uns mil primos e espera que eu mande um convite escrito à mão a cada um deles. Vou ficar com síndrome do túnel do carpo.
– Posso ajudar você – Alice se ofereceu.
Pelo canto do olho, vi Edward sorrir.
Eric pareceu aliviado.
– É uma delicadeza de sua parte... Já que vou ganhar uma ajuda extra, por que não combinamos de sair? – ele me encarou e depois suspirou. – Desculpe, Kris. Esqueci que você estava de castigo.
– Na verdade, Charlie me liberou do castigo ontem à noite.
– É mesmo? – perguntou Eric. Numa animação que iluminava seus olhos castanhos e sempre gentis. – Pensei que tinha dito que ia ser para a vida toda.
– Estou mais surpresa do que você. Estava certa de que já teria no mínimo terminado a faculdade antes que ele me liberasse.
– Bom, que ótimo, Kris! Vamos ter que sair para comemorar.
– Não faz ideia de como isso parece bom.
– O que a gente vai fazer? – Alice refletiu, o rosto iluminado com as possibilidades. As ideias de Alice, em geral, eram um pouco grandiosas para mim, e naquele momento eu pude ver isso em seus olhos: a tendência a levar as coisas longe demais entrando em ação.
– Não sei em que está pensando, Alice, mas duvido que eu esteja tão livre.
– Livre é livre, não é? – insistiu ela.
– Tenho certeza de que ainda tenho limites... Como, por exemplo, as fronteiras do país.
Marcos e Jonas riram, mas Alice deu um sorriso amarelo de decepção.
– Então, o que vamos fazer hoje à noite? – continuou ela.
– Nada. Olhe, vamos esperar alguns dias para ter certeza de que ele não estava brincando. De qualquer forma, amanhã temos aula.
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midnight sun - Eclipse
FanficEnquanto Seattle é assolada por uma sequência de assassinatos misteriosos e uma vampira continua em sua busca por vingança, Kris está cercada de perigos outra vez. Em meio a isso, ela recebe uma visita inusitada de vampiro que ela conheceu na Itália...