Eu estava limpando a cozinha quando a campainha tocou. Era difícil me acostumar com a rapidez de Jacob sem o carro.
– Entre, Jake! – gritei.
– Você devia mesmo deixar a porta destrancada desse jeito? – disse Jacob atrás de mim.
– Não estou preocupada com ninguém que se deixaria intimidar por uma porta trancada.
– Bom argumento – concordou ele.
Virei-me para ele.
– Senti a sua falta.
– Também senti a sua – disse ele, pegando minha mão e me esmagando num de seus abraços de quebrar os ossos. Antes que eu tivesse tempo de reagir, ele soltou os braços e recuou. – Ui – disse ele, o nariz franzido. – Você tá fedendo… Um dos muitos riscos de socializar com vampiros. Você fica cheirando mal.
– Só cheiro mal para você, Jake.
Ele sorriu.
– Bom, acho que devo trabalhar.
– Jacob, não é seu trabalho…
Ele ergueu a mão para me interromper.
– Trabalho voluntário. Agora, onde o cheiro do invasor é mais forte?
– Acho que no meu quarto.
Seus olhos se estreitaram. Ele não gostava daquilo mais do que Edward.
– Só vou levar um minuto.
Esfreguei metodicamente o prato que segurava. O único som era o das cerdas de plástico da escova girando na louça. Procurei ouvir algum barulho lá em cima, um estalo do assoalho, um clique de uma porta. Não havia nada. Percebi que estava lavando a mesma faca por mais tempo que o necessário e procurei prestar atenção no que fazia.
– Bu! – disse Jacob, me assustando. Por reflexo eu apontei a faca para ele – Ei, jogue isso para lá. Eu só estava brincando.
– Sem gracinhas.
– Desculpe. Olha... Vou recompensá-la. Você ensaboa, eu enxáguo e seco.
– Tudo bem. – Eu lhe dei um prato.
– Bom, foi fácil pegar o cheiro. A propósito, seu quarto fede.
– Vou comprar um pouco de ar fresco.
Ele riu.
Eu lavei e ele secou num silêncio amigável por alguns minutos.
– Posso fazer uma pergunta?
Passei-lhe outro prato.
– Pode.
– Não quero ser idiota, nem nada disso... É só curiosidade, é sério – garantiu-me Jacob. – Como é... ter um namorado vampiro?
Eu revirei os olhos.
– Normal.
– Nunca lhe dá arrepios?
– Nunca.
Ele pensou nisso por um momento.
– E como é o sexo? É normal? Vocês quebram a cama? Quando penso sobre isso, imagino algo selvagem.
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midnight sun - Eclipse
Hayran KurguEnquanto Seattle é assolada por uma sequência de assassinatos misteriosos e uma vampira continua em sua busca por vingança, Kris está cercada de perigos outra vez. Em meio a isso, ela recebe uma visita inusitada de vampiro que ela conheceu na Itália...