CAPÍTULO VIII

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Alice me levou pela manhã, para manter a farsa da festa do pijama. Em pouco tempo Edward apareceria, voltando oficialmente de sua suposta “excursão para fazer trilha”. Todo aquele fingimento estava começando a me cansar.


Charlie espiou pela janela da frente quando me ouviu bater à porta do carro. Ele acenou para Alice, depois foi até a porta me receber.


– Você se divertiu? – perguntou Charlie.


– Claro, foi ótimo.


Levei meus pertences para dentro, larguei-os no chão da escada e entrei na cozinha para fazer um lanche.


– Tem um recado para você – disse Charlie atrás de mim.


Na bancada da cozinha, o bloco de recados telefônicos estava visível, encostado em uma caçarola.



      "Um rapaz ligou", escreverá Charlie. 

 "  Disse que era seu amigo e que precisavam  se encontrar. "



– Pai, quem era ? 


– Não sei – Charlie estava encostado na parede – Ele não disse o nome.


– Estranho.


– Também achei.


Meu apetite evaporou. Dei meia-volta e comecei a subir a escada.


Eu sabia que a roupa suja estava se acumulando, então, depois de pegar minha pasta de dentes e atirar minhas roupas sujas no cesto, fui fazer a cama de Charlie. Deixei os lençóis dele numa pilha no alto da escada e fui arrumar minha cama.


Parei ao lado dela, a cabeça tombada de lado.


Onde estava meu travesseiro? Girei o corpo, olhando o quarto. Nada de travesseiro. Percebi que meu quarto parecia estranhamente arrumado. Meu suéter cinza não estava dobrado na guarda ao pé da cama? E eu seria capaz de jurar que havia um par de meias sujas atrás da cadeira de balanço, junto com a blusa vermelha que experimentei dois dias antes, mas que decidi que era elegante demais para a escola e a pendurei no braço... Virei outra vez. Meu cesto de roupa suja não estava vazio, mas também não transbordava, como eu pensei que estaria.


Bella andou lavando roupa? Isso não era típico dela.


– Isa, você começou a lavar roupa? – gritei da minha porta.


– Hmmm, não – gritou ela. – Quer que eu lave?


– Não, eu faço. Andou procurando por algo no meu quarto?


– Não. Por quê?


– Não consigo encontrar... uma blusa…


– Eu nem estive aí.


E depois me lembrei de que Alice estivera ali para pegar meu pijama. Não tinha percebido que ela pegara meu travesseiro também — provavelmente porque eu evitei a cama. Parecia que ela havia arrumado enquanto estava de passagem.


Mas a blusa vermelha não estava suja, então eu ia poupá-la do cesto. Eu esperava encontrá-la por cima das outras no cesto, mas não estava ali. Cavouquei toda a pilha e ainda assim não a encontrei. Eu sabia que devia estar ficando paranoica, mas parecia que faltava outra coisa, ou talvez mais de uma. Eu não tinha nem metade do cesto cheio.


midnight sun - EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora