Capítulo XIII

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Nota inicial:

Eu acho que a Bonnie ela já sente algo... mas nem ela sabe. Observe só.

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Passado aquele evento...

Enzo ingressou na faculdade de Direito, conheceu outras mulheres e se envolveu sem apego com todas, ele aproveitou por cerca de 2 anos  a vida antes de -após muitos jogos psicológicos e pressões por parte de Lily-  se casar com ela e passar a dividir o mesmo teto.  Pior decisão que tomara. Mas só perceberia com o passar do tempo.

Os primeiros anos foram oscilantes, eles brigavam e tentavam fazer dar certo, mas a insegurança, o ciúmes e as cobranças de Lily em nada ajudavam.

E empurrando com a barriga o tempo foi passando...

Eles já estavam casados no papel há 5 anos, e a rotina era complicada, desgastante.

Lily havia deixado sua profissão e era dedicação exclusiva a Enzo e sua casa, já ele havia se formado e estava se pós-graduando e trabalhava em tempo semi-integral no departamento de polícia, onde era muito querido em seu setor.

A relação dos dois não era estável, nem feliz e muito menos pacífica. Havia ali, na verdade, um homem infeliz que insistia em um relacionamento desgastado porque a mulher usava da sua "frágil" saúde emocional para pressioná-lo a nunca lhe deixar, pois temia a solidão. E assim eles viviam um dia após o outro.

Enzo já era um homem maduro, bastante experiente se comparado ao jovem que embarcou naquela loucura de matrimônio, ele já sabia de todos os truques dela, mas ainda se deixava muitas vezes ludibriar, Lilian era especialista na arte de mentir, controlar e persuadir. Seu comportamento variava de momentos de descontrole insanos a total lucidez instantânea.

Ela vivia de fantasiar situações e acreditava piamente nelas. Como as vãs acusações de traição as quais o infernizava para que ele assumisse, mas não havia o que assumir, apesar de muitas vezes ter pensado em chifrá-la para que assim ela o deixasse partir de uma vez por todas, ele nunca fez.

As vezes que chegava tarde do trabalho era porque fazia questão de estar rodeado de afazeres a ter que suportar a presença dela.

Naquela data como em todas as outras anteriores - mesmo sem razões para celebração- ele comprou flores para presenteá-la. Era como um lembrete de que por mais um ano eles se suportaram e estavam ali tentando fazer dar certo. Era mais um aniversário de casamento deles.

Lily estava há um mês tomando seu medicamento para estresse corretamente, andava mais branda, contida. Era a última chance deles.

Não que fosse um otimista utópico quanto a isso, mas no fundo do coração tinha uma gota de esperança de que ela mudaria de verdade.

Ao chegar em casa, ele subiu até o primeiro andar onde o quarto do casal ficava e, encontrou-a de pé diante do espelho.

Naquele momento ele constatou que apesar de haver muitas mulheres jovens e bonitas aos seus pés, ele tinha uma ligação muito forte com Lilian, era algo que excedia o carnal, sexual, era coisa de alma.

Ela era muito bonita, vaidosa, bem cuidada, fazia exercícios e procedimentos estéticos diversos, para manter-se em forma, mas não era só isso que o atraia, o fato de ter sido ela a mulher que o salvou de ser um fracassado na vida, lhe garantia sentimentos fortes e intensos, maiores que o simples desejo.

Enzo lhe admirava e era grato por tudo que ela já fez por si.

Ele sentia-se péssimo quando pensava em deixá-la, porque o sentimento de ingratidão o sufocava o coração, o fazendo se martirizar.

Imprensa  (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora