Capítulo XVII

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Notas do Autor

Oi, amores!!
Primeiramente agradeço a cada um que tá aqui desde 2020 ❤
Eu não sou muito de me estender com histórias, mas eu realmente estou sem tempo para atualizar "imprensa" como ela merece, desculpem. Mas garanto que vai valer a pena pra quem não desistiu.

ALERTA DE GATILHO ☢
Assédio e tentativa de abuso.

Se esse conteúdo te desperta traumas, por favor pule o início. Eu não quero desencadear nada em você.
Aos demais, tenham uma boa leitura crítica.
E lembre-se:
se aproveitar de mulheres alcoolizadas ou em qualquer estado de vulnerabilidade, é crime.

Eu gosto bastante desse capítulo, ele é bastante revelador 💋

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O dia posterior à qualquer evento traumático, é sempre o pior.

Bonnie optou por não sair de casa naquele dia. Ela não só teve  insônia na noite passada, como também ficou assombrada. Tudo e qualquer coisa fazia seu coração plpitar no peito assustado. Ela acreditava que depois de adulta não passaria novamente por nada parecido a infeliz experiência de quase ser abusada como na adolescência, mas não, ali estava ela sentido calafrios e muito medo.

Ela estava sozinha,  seu pai –que não sabia nada do ocorrido– tinha saído cedo para se exercitar. Seu noivo, ainda não lera nem ouvira o recado que ela lhe deixou e Caroline estava ocupada, a loira tinha suas próprias  demandas, Bonnie  não queria incomodá-la. E Enzo? Bom, Enzo certamente estava com Olivia e cuidando de suas obrigações. Ela não tinha ninguém.

Tudo que mais desejava era um colo, um abrigo para repousar, todavia, suas únicas opções era seu cobertor felpudo e sua cama, onde já estava há mais de hora. Abandonada, sem comer e com frio, vestindo apenas um moletom velho e meias de algodão; os cabelos estavam presos em coque desgrenhado e as olheiras profundas ressaltavam seu estado de devastação. Deitada, olhando para o teto, Bonnie decidiu  evitar que pensamentos autodestrutivos minasse ainda mais sua frágil saúde emocional, ela levantou-se e foi até seu cantinho de trabalho, onde  ficava uma escrivaninha branca do lado esquerdo, próximo a janela, sobre ela repousava uma mini-luminária, várias  pastas empilhadas bem organizadas, seu mural de atividades  e  o laptop, o qual ele pegou. Sentar ali para escrever era o ideal, mas o frio era tanto que ela decidiu voltar para cama. Bonnie sentou-se com as costas repousadas na cabeceira da cama, de forma mais confortável possível, e então abriu o aparelho. Tinha até o fim do dia para lançar a matéria sobre o baile de Halloween ou o prefeito arrancaria seus órgãos fora. A jornalista silenciou o celular, a fim de que nada tirasse sua concentração. Bom, foi isso que disse a si mesma, mas na verdade  ela não estava disposta a responder a ninguém quanto a nada. Quando começou a digitar constatou que teria muita  dificuldade para se concentrar. Ela não era o tipo que costumava ter entraves na escrita, todas as vezes que começava um artigo, as coisas fluiam naturalmente, mas aquela, simples matéria estava torrando seus neurônios. Comprometida com suas obrigações, ela foi até seu limite, esgotou-se mentalmente e deu o seu melhor  em cada linha. Foi uma tarefa tão árdua, que o exercício que faria em pouco mais de uma hora meia, se estendeu por cerca de cinco horas e ainda assim ela  não concluiu, pois todas as vezes que reavaliava seu texto,  chegava a conclusão que aquilo estava uma merda.

Bonnie decidiu dar um tempo.

Era início da tarde quando ela tomou um banho gelado, colocou um pijama leve, confortável e bebeu um copo de chocolate-quente com Marshmallow.

Ao checar o celular, cuja caixa de mensagem estava lotada, Bonnie selecionou bem criteriosamente quem  responderia e quem não. Entre os privilegiados estava o prefeito, pois precisava garanti-lo que dentro de duas horas o artigo estaria pronto, depois, Damon que sinalizou que  voltaria amanhã pois perdeu o vôo. Também disse que a amava e estava morrendo de saudade, ele  nem sequer  perguntou como ela estava, e aquilo afetou a jornalista. Seus olhos se encheram de lágrimas, misto de ódio e revolta. Queria dizê-lo como se sentia, mas estava  totalmente sem condições para tanto esforço. No fundo, Bonnie só o queria por perto. Sentia-se vulnerável e carente. Após convencer-se de que não valia a pena ficar remoendo a frieza do seu noivo,  ela por fim respondeu a Enzo. Quem mandou-lhe, não uma, duas, ou  três mensagens, mas sim quinze ou mais torpedos perguntando como ela estava e se precisava de algo. Atitude que se espera de  um namorado. Ela sentiu-se ainda pior. Droga! Enzo era especial. Ele era tudo que ela precisava no momento. Um amigo cuidadoso, um namorado apaixonado, um amante quente e gostoso.  Protetor, lindo e cheiroso. Um homem completo e disposto a fazê-la feliz. Sim, ela precisava dele mais do que do ar para respirar. Todavia respondeu secamente que não.

Imprensa  (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora