Capítulo XX

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Sei que essa história parece andar lentamente, mas acreditem, depois desse capítulo tudo vai mudar.

Boa leitura❤

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Bonnie abriu as pálpebras em um rompante, mas imediatamente semicerrou os olhos contra a forte rajada de luz que  invadia o quarto através da janela aberta. Confusa, ela analisou o ambiente. Aquele quarto não era o seu, afinal, no seu quarto não tinha janelas. Rapidamente, ela se moveu sobre a cama de colchão macio, forrada com lençóis de linho, cujo  travesseiro era revestido com  fronha de cetim. O aroma que cobria a atmosfera do lugar era de chá de erva doce. Estranho.

Agora com a coluna afundada na cabeceira, ela esfregou os olhos e estudou  todo o perímetro, analisando cada minucioso detalhe do quarto estranho.

De repente, tivera a  leve impressão de que já havia estado ali  antes. Receosa e confusa, ela decidiu levantar e ir embora. Ao se arrastar a beira do colchão viu seus saltos arrumados ao lado de um par de pantufas de numeração muito maior que a sua, o que não era muito  de se estranhar,  uma vez que raras exceções de adultos  calçam 34. A jornalista  enfiou  os pés nas pantufas e saiu do quarto, dando de cara com um longo corredor. Bonnie seguiu até chegar ao lance de escadas que dava a vasta sala de estar. Desceu degrau por degrau com cuidado,  para não chamar atenção.

Parada ao pé da escada,  diante do elegante cômodo, ela constatou pelo sofá e as paredes envidraçadas que se tratava da casa de Lilian. Era impossível  esquecer a arquitetura  da moderna mansão.

Ela respirou um pouco mais aliviada.

Então,  flashes da noite passada  começaram a surgir como borrões confusos. E de repente, ela lembrou-se de algumas cenas da  noite passada. Droga! Ela  havia bebido demais, dançou  e... discutiu com a sogra... ou melhor, a sogra discutiu  com ela.  Bonnie  sentiu uma pontada na cabeça, quando forçou tais lembranças. De qualquer forma, ela quem estava errada. Não deveria ter bebido a ponto de ficar igual a um gambá. Afinal, qual mãe gostaria de ver a noiva do filho dando vexame em meio a uma boate lotada? Nenhuma. Ela sentiu uma vergonha descabida. Era preciso se desculpar urgentemente.

Já  tinha todo o discurso na ponta da língua, para  humilhar-se em troca do perdão de Lilian. Mas foi convidada a se conter  quando captou uma conversa que parecia vir de uma pequena sala de escritório próxima. Sorrateiramente, ela se dirigiu a até a porta de madeira que levava ao suposto cômodo.Lilian estava lá.  Sua voz ressoava audível do outro lado.

Bonnie colou o ouvido contra a porta, assim que captou a pronúncia do seu nome.

  " ... ela precisa de limites. Nenhuma relação  onde a mulher acha que pode fazer tudo do seu jeito, é forte  o suficiente para se sustentar por muito tempo.  Cabe a você agir como homem. Imponha limites a ela."

Seus olhos se estreitaram e outra pontada fez sua cabeça latejar. Ela estava falando com quem? Estava falando realmente dela ou era coisa da sua cabeça? Não podia ser dela. Não podia.  Bonnie nunca ouvira um discurso tão machista vindo de uma mulher assim antes.

"Não importa Damon." Lily bradou, nervosa.

O coração de Bonnie errou outra batida. Ela estava  falando com Damon? O seu noivo... mas que diabos!

"Toda mulher gosta de ser tratada as rédeas curta. Gostam de  homens que agem como homens."

Ela não poderia estar falando sério. Aquilo era um absurdo.

"Além do mais, ela gosta muito de você. Precisa de uma companheira querido, independente dos seus sentimentos em relação a ela. Você precisa de alguém que se preocupe com  você. Que faça seu jantar,  gerencie sua casa,  que cumpra com o papel de boa  esposa."

Imprensa  (Bonenzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora