MΛƬΉΣЩ_19

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  Após meia hora na frente daquela mansão, tomo rumo para minha casa.

Ele tá mexendo com a minha cabeça, mas eu preciso me recompor depois disso tudo, não vou conseguir manter uma relação com ele agora.

Não consigo manter uma relação nem com minha mãe quem dirá com Eddie.

Estaciono o carro da minha mãe do lado da nossa casa já que tem outro carro em frente, aliás um carro caro.

A porra de uma Porsche.

Saio do carro sem entender nada, quando chego perto da porta escuto suas risadas, quando abro a porta de madeira dou de cara com um homem moreno bem mais alto do que eu, barba por fazer e olhos claros, todo de preto vestido com uma jaqueta e calça jeans preta.

Só o que me faltava.

O brilho da minha mãe some, mas ela tenta disfarçar.

-Oi meu filho, venha conhecer o Ricardo- Ela vem até mim e me puxa para perto dele.

-Ricardo esse é meu filho Mathew- Ela apoia sua mão em minhas costas e pressiona um pouco esperançosa que eu me apresente.

-Muito prazer Mathew- Ele sorri simpático estendendo sua mão, seus dentes são tão perfeitos que até parecem de mentira.

Não me entra esse daí.

-Prazer- O comprimento sério, sem essa simpatia que ele simula.

Deve tá comendo ela.

Só de pensar sinto enjôos.

Me desfaço do aperto e vou até a geladeira, pego uma caixa de leite e despejo numa vasilha branca de cerâmica, abro o armário pegando a caixa de cereal, reviro os olhos quando escuto mamãe tentando se explicar pelos meus modos, bato a porta do armário sem paciência.

-Me poupe de suas farsas, eu aprendi a ser assim com você e o papai- Pego minha vasilha e uma colher e subo as escadas dando as costas para eles enquanto escuto ela bravejar lá embaixo.

Fico até surpreso em vê-la se deixar levar e mostrar seu verdadeiro eu para seu brinquedinho novo.

Só queria fugir daqui e ir ao mais longe possível, com Eddie e mais ninguém.

Mas ele também me magoou, agiu pelas minhas costas.

Sinto uma angústia florescer em mim, essa dor tão familiar, parece nunca me deixar.

Chego a me revoltar, todo mundo ao meu redor foi capaz de me magoar, até você Eddie.

Porra, é tão difícil fazer a coisa certa.

Eu quero ele aqui, sempre quis, perdi as contas de quantas vezes o desejei e chorei por isso.

Mas não sei se ele merece meu amor.

Levo a colher cheia até minha boca, com meus olhos ardendo e lágrimas descendo.

Filho da puta.

Até quando viverei assim, será que devo perdoa-me?

Passo minha mão pelos cabelos exausto disso tudo.

Coloco a vasilha na mesa de cabeceira ao lado, me levanto da cama indo ao banheiro, ligo o chuveiro na água quente ao ponto de cozinhar legumes.

Esse é o ponto perfeito.

Tiro toda minha roupa e entro no box ficando debaixo do chuveiro, meu corpo todo arrepia até queima pela temperatura da água.

Me sinto mais relaxado e tranquilo, é como se todos aqueles pensamentos descessem pelo ralo junto com a água.

Fico ali um bons minutos, passo o sabonete pelo todo meu corpo e lavo os cabelos.

Saio do banho após todo o banheiro estar abafado e uma neblina fraca se instala pelo o cômodo úmido.

Saio do banheiro sentindo meu quarto gelado me dando calafrios.

Ligo o aquecedor no mesmo segundo, visto meu moletom favorito para dormir e me deito me enrolando do pescoço aos pés, imagino ele ali atrás de mim me esquentando, todo seu corpo me cobrindo, imagino seus braços em volta de mim, me prendendo ali com ele para sempre, me protegendo do resto do mundo, imagino sua respiração quente em meu pescoço e então apago.

Quem sabe se torne realidade.

638 ʷᵒʳᵈˢ

мy lιвerтιneOnde histórias criam vida. Descubra agora