𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂.
Passei um tempo com Valentina, até que chegou em um momento que ela não parava de chorar, então, entreguei-a para a babá.
Ceci adentrou ao meu quarto e percebeu que eu estava mal, ela sentou-se ao meu lado e iniciou uma conversa.
- Eu consegui escutar o que disse para a Mariana enquanto desciam às escadas. Por que dissestes aquilo? - A adolescente pergunta preocupada.
- Nem eu sei lhe responder, filha. Estava tão estressada no momento, que nem pensei antes de falar.
- Sei que sente falta dela aqui em casa. Todos nós sentimos, principalmente você e Valentina. Traga ela de volta, mamá.
- Não. Minha decisão já está tomada. Mariana não voltará a morar aqui, apenas Regina virá aqui. Por favor, me entenda...
- Me dê um motivo sequer, para Mariana não voltar mais.
- Ela precisa seguir sua vida, sua faculdade. Além do mais, ela ficaria aqui até as bebês desmamarem. E isso já aconteceu, então sem mais perguntas! - Me aborreci.
- Mamãe, não tens noção do que estás a fazer... - Cecília sai do quarto sem dizer mais nada.
Chorei mais ainda após Cecília se retirar do meu quarto, alguns minutos depois, escuto batidas na porta. Era Altagracia.
- Senhora, desculpe incomodar, mas Jorge está na sala de jantar querendo falar com você.
- Avise que já irei recebê-lo, obrigada Alta. - Ela assentiu e retirou-se.
Dei um suspiro e massageei as minhas têmporas, não estava com humor para falar com Jorge. Mas, pode ser algo haver com a empresa.
Descendo às escadas o encontrei, nos cumprimentamos e pedi que viesse ao meu escritório.
- Ana, como hoje é sua folga, decidi falar com você pessoalmente.
- Não se preocupe, aconteceu algo?
- Uma nova assistente começará a trabalhar na empresa para ajudar com o aplicativo. Mas precisamos que a fundadora dele comece a frequentar a empresa também. - Levantei as sobrancelhas, surpresa.
- Quer dizer que Mariana Herrera terá que trabalhar na empresa comigo?
- Exato. Tudo isso será ótimo para que o "app" seja mais reconhecido e instalado em mais aparelhos eletrónicos. - Pensei um pouco, no começo achei uma má ideia, mas poderia ver Regina ocasionalmente.
- Tudo bem, aceito esta proposta. Ligue para Mariana e explique toda a situação.
- Supus que ela morasse com você.
- Morava, as bebés já estão grandes, não precisam mais de leite materno. - Respondi ríspida e acompanhei o senhor até a porta.
Não acredito que terei a companhia de Mariana diariamente na empresa, justo quando estamos num péssimo momento.
𝑷𝒐𝒗: 𝑴𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂.
Brincar com Regina na casa de Anuar, era como uma terapia, fazia-me esquecer de todos os problemas que tinham ao redor. Papai nos olhava admirado.
- Hija, que tienes? Podemos conversar agora? Sei que necessita desta conversa. - Respirei fundo e abracei-o fortemente.
- Ay, papá... Ana expulsou-me de casa, mas sei que foi tudo por minha culpa, eu estraguei tudo.
- Não diga isso, Mariana! Conte-me, o que fez?
- Eu beijei-a, disse estar apaixonada por ela, e escondi coisas. Ela odeia que escondam coisas dela. Foi por impulso, eu tinha medo de perdê-la, mas no final foi o que aconteceu... - Anuar olhava-me compreensivo.
- Não sei se ela gosta de mulheres, mas dê um tempo para ela. Talvez ela esteja perdida, confusa tanto quanto você, mas não pense ser sua culpa! A sua mãe sabe disso?
- Não falo mais com ela. Parcialmente, foi por atitudes dela que eu e Ana brigamos.
- Talvez a companhia dela seja melhor para você neste momento difícil, ela é sua mãe.
- Eu estou perdida. Não sei por onde começo, o meu único foco agora é arranjar um emprego. - Papai acariciou o meu ombro e abraçou-me novamente, dizendo que me apoiará para sempre.
O meu telefone começou a tocar, era um número familiar, mas não me recordava de quem era, então atendi.
["Mariana? Como vai? Aqui é o Jorge, da empresa que a Ana Servín trabalha, se lembra?"
"Olá! Sim, lembro-me. Passou-se algo com a Ana?"
"Não, ela está de folga. É que precisamos de você na nossa empresa. O seu aplicativo é ótimo e queremos desenvolvê-lo para ele ter mais sucesso, mais avanços! O que acha?"
"Isso seria incrível, obrigada por se interessarem! Bom... Penso que aceito."
"Que bom! Muito obrigado por sua disponibilidade, nos vemos amanhã."]
Fiquei um pouco preocupada em relação a estar com a Ana diariamente durante o horário de trabalho, sinto que algo poderá dar errado.
- Acabei de conseguir emprego, pai. - Sorri para ele.
- Que bom, mi hija! Estou orgulhoso de você. - Continuamos a brincar com a Regina.
𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂.
Hoje na empresa, tinha muitas pendências para resolver. Estava focada no notebook, porém estava cansada, precisava de um copo de café.
Fui até a mesa de café e deparei-me com Mariana, nos esbarramos sem querer. Não sabia o que dizer, então apenas a encarei.
- Um bom dia para você também, Ana.
- Não é por que você tem um bom dia que eu também tenho.
- Por que está a ser tão grossa comigo? Sei que aconteceu muitas coisas, mas não precisa tratar-me assim.
- Você precisa-me esquecer, Mariana. É para o seu próprio bem, não quero ver-lhe sofrer.
- Eu não acredito que está-me a dizer isso.
- Mariana pegou o seu café e saiu em passos rápidos.Algumas horas depois, tinha uma reunião pendente. Adentrei a sala e Mariana estava lá, ela nem sequer olhou para mim.
Ela ficou realmente chateada com o que disse, mas é a verdade, se eu a tratar como tratava antes, ela poderá ficar confusa novamente e se machucar, o que eu menos quero.
A reunião foi encerrada e não trocamos uma só palavra, apenas indiretamente sobre negócios.
Já estava na hora de regressar para casa, quando saio da empresa vejo Mariana abraçando Regina, alguém foi buscá-la de carro na empresa.
Gostaria muito de saber quem é essa pessoa, mas isso não é da minha conta. Os meus olhos encheram-se d'água, sentia falta da minha bebé.
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PadLock
FanfictionApenas uma chave específica poderá abrir o cadeado de seu coração. Vários erros serão cometidos, e a cada um deles ambas se desgastam cada vez mais. Será que elas aguentariam tudo isso por amor?