PadLock

Prosseguir

Hoje é o aniversário de Regina e Valentina.
O aborto ainda era recente, Ana e Mariana não estavam aptas para darem uma festa, mas se esforçaram para fazerem suas pequenas felizes.

Mesmo demonstrando-se forte, Mariana chorava quase todas as noites. Ana escutava e quando fosse consolar, dizia que estava tudo bem e que tudo iria passar em breve.

Uma bela mentira.
Ela sentia culpa.

Mariana já poderia engravidar novamente quando quisesse, mas sua decisão foi esperar um tempo para que tudo volte a normalidade. O casal nem tocava no assunto, apenas tentavam se recuperar a cada dia e se apoiavam como nunca.

A festa das bebês seria pequena, apenas para a família, não tinha necessidade de ser algo tão grande, o importante é a diversão das meninas.

Ana e Mariana vestiam as meninas para a festa, enquanto os convidados chegavam pouco a pouco.

𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂.

Eu gostaria de remover toda aquela dor em seu coração e deixá-la brilhar novamente, não aguento ver Mariana tão tristonha.

Recentemente, uma empresa próxima de nossa casa interessou-se pelo aplicativo de Mariana e brevemente ela aceitara suas propostas. Agora, ela está trabalhando lá de segunda à quinta e nem com esta bela notícia ela alegrou-se um pouco.

Eu também estava sofrendo, ainda não superei o que aconteceu, não é algo fácil de esquecer. Todavia, estou tentando lidar com a situação pois não sou nem a primeira, nem a última mãe a passar por essa fase tão complicada. Quero alegrar Mariana de alguma forma, mas não sei como.

Regina e Valentina por serem bebês já esqueceram de tudo, estão animadas para a festinha, eu e Mariana estamos arrumando-as para o evento. Estou pensando em levá-la para sair após a festa, mas para nos divertirmos de uma forma diferente.

- Amor, nossas filhas estão maravilhosas! Perfeitas. - Disse a morena, sorrindo.

- São as mais lindas do universo, meu amor. Já estão prontinhas para o aniversário! Agora, vocês irão até a Altagracia para avisar que estão prontas, tudo bem? - Pedi, olhando com ternura para as meninas.

Assim como pedi a elas, Regina e Valentina saíram andando até o quarto de Altagracia gritando com aquelas vozes finas de bebê "Aua, Aua!" (A forma como chamam Alta).

Elas estavam super espertas, pronunciavam algumas palavras e andavam firmemente, com muita fofura também. Sorri com a atitude delas.

Mariana levanta-se enquanto admira as bebês andando, chego a sua frente e a abraço, fecho os olhos sentindo sua reciprocidade.

- Vamos sair um pouquinho depois da festa das meninas? Quero espairecer.

- Amor, não estou com clima pra isso...

- Eu sei que ainda te dói tudo o que aconteceu, mas precisamos seguir em frente. Você mesma quem me aconselhou a fazer isso, por que não está cumprindo com o seu próprio conselho também? - Mariana fica pensativa.

- Desculpe-me por não estar conseguindo superar o que aconteceu. É que... Nunca ocorreu-me antes, é tudo muito estranho. Você me entende?

Mariana segura minhas mãos e olha-me chateada, mas no fundo de seus olhos eu sentia que ela precisava tentar um outro bebê, que precisava de alegria em sua vida outra vez, e é isso que irei fazer.

- Por que não tentamos de novo? Eu prometo-te que se você não se alegrar com a noite que pretendo ter com você hoje, não toco mais neste assunto. Eu só quero ver você bem. - Ela sorri.