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𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂.

Essa semana passou rápido, nesse tempo Mariana e eu estávamos a manter uma conversa francamente amigável, hoje seria uma data decisiva.

Como fiz a semana toda, acordei cedo e fui direto para o hospital ver a Mariana. Eu gostava de cuidar dela.

O médico disse que ela poderia receber alta hoje mesmo, que já não tínhamos com o que se preocupar, assim se iniciou a decisão.

- E então, Mari. Voltará a morar comigo?

- Ana, serei muito sincera com você. Ainda não estou pronta para isso, sinto-me insegura, não consigo, tenho medo. Talvez se continuarmos a conversar da melhor maneira, eu esteja apta para voltar a mansão.

- Não arranje pretextos, justificativas. Apenas diga que não quer e ponto, não tenha medo de machucar-me.

- Eu não ficarei mais na casa do meu pai, estarei com Elena e Pablo. Será melhor para eu resolver as minhas coisas.

- Vejo que não sente falta da Valentina. - Peguei a minha bolsa e saí andando.

- Eu não sinto falta apenas dela... - Parei no mesmo instante, senti um arrepio percorrer pelo meu corpo.

- Não acredito em você. - Respondi sem olhar para trás e me retirei.

Não entendo... Por que me irrita tanto quando Mariana fala de Elena? Elas são apenas amigas, mesmo se fossem algo a mais, eu não me importo.

Será que me importo?

Voltei para casa com um semblante nada bom, Cecília e Rodrigo estavam-me a esperar na sala de estar, brincando com Valentina.

- Mamá, que pasó? - Rodrigo pergunta, eles perceberam que não parecia contente.

- Por favor, conte o que aconteceu. Não dá explicações de nada, parece que somos bebés. Já conseguimos entender as coisas, mamá. Não somos Regina e Valentina que ainda não conseguem entender o que acontece. - Cecília continua.

- Eu entendo, não sabem o quanto. Peço perdão por isso, vamos hablar. - Valentina continuou a brincar.

- Obrigada pela confiança. - Rô disse.

- Vocês se recordam que Mariana havia sofrido um acidente, correto? Hoje foi o dia da sua alta.

- Que bom que ela está melhor! Então, por que está assim? - Ceci pergunta.

- Pedi que ela voltasse a morar connosco, respondeu que pensaria e hoje recusou. Mariana disse que não estava pronta e tinha medo.

- Eu entendo os dois pontos de vista. Mamãe, a senhora expulsou-a daqui, ela tem todo o direito de ter medo. - Rodrigo disse.

- Sei que pode parecer uma loucura para você, mas, porque não começa a imaginar a sua vida próxima dela? Tente reaproximar-se dela, ser aquela Ana leve e feliz que apenas Mariana consegue ver. - Surpreendi-me com o que Cecília respondeu.

- Eu não sei... Não consigo. Jamais conseguiria viver com ela dessa forma, não consigo chegar a esse ponto. - Ceci e Rô olharam um para o outro.

- Mãe, você está apaixonada pela Mariana. - Engasguei com a fala de Rodrigo.

- Não! Eu a vejo como uma grande amiga, apenas isso. - Cecília revirou os olhos.

- Faça o que eu disse e depois repita o que acabou de dizer para o Rodrigo. - Cecília disse antes de subir para o quarto com Rodrigo e Valentina.

Assim será, farei com que Mariana siga a sua vida comigo mais próxima que nunca, vamos aguardar o que pode acontecer.

𝑷𝒐𝒗: 𝑴𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂.

A minha recuperação foi excelente, Elena ajudava-me em muitas coisas, principalmente com Regina, mesmo tendo dificuldades com isso. Pablo também ajudava bastante.

Ana estava-me a tratar muito bem, visitava-me, brincávamos com as bebés e a nossa relação melhorava cada vez mais.

Já conseguia fazer tudo normalmente, Ana convidou-me para termos um dia de piscina em Valle com as bebés, já que Juan Carlos estava com Cecília e Rodrigo.

Ana contou-me que ele arrendou uma casa e vive lá, eles estão em processo de divórcio e a loira diz que nem sequer consegue olhar na sua face.

Coloquei um fato de banho de abacaxi em Regina, ela estava linda! Elena saiu para um compromisso, então deixei um bilhete sobre a mesa avisando onde eu estava caso ela chegasse primeiro.

Cheguei na casa, Ana recebeu-me. Valentina estava com um fato de banho de melancia, estava tão linda. As nossas filhas eram uns amores.

Enquanto as bebés brincavam no carrinho e a babá as supervisionava, Ana e eu colocamos os biquínis.

Aguardei pela loira no jardim, em questão de minutos ela chegou, não pude evitar o olhar. Ela estava linda.

- Você está linda. - Dissemos em uníssono, em seguida sorrindo.

- Sei que não perdeu o seu medo, assim ir-te-ei ajudar. Começaremos conversando, apenas com as pernas na piscina. - Ana disse.

- Obrigada.- Respondi tímida.

- Quando estiver pronta, diga-me que irei ajudar-te, está bem? - Ela segurou a minha mão e acariciou a minha bochecha.

Isso deixa-me cada vez mais confusa sobre os meus sentimentos.

Assenti para entrarmos com as bebés, elas adoravam brincar com água, estava com Valentina e ela com Regina.

- Você evoluiu bastante com o aplicativo, admiro e vejo o esforço que faz na empresa. - A loira iniciou um assunto.

- Muito obrigada, Ana! Quero muito que este aplicativo seja reconhecido, para ajudar outras mães a passar pelo que passamos. Não penso em ignorar os estudos. - Continuei.

- E quando supõe voltar com a faculdade?

- Prefiro continuar quando a minha vida estiver ajeitada, as bebés estiverem na escola e a minha vida tanto emocional quanto financeira estiverem estáveis.

- De coração, espero que tudo se ajeite! - Sorrimos.

𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂

Passamos a tarde toda ali, as bebés adormeceram enquanto voltamos para a mansão Servín, estavam num sono pesado, demorariam para acordar. Após chegarmos, colocamos as duas no banho e a babá colocou-as no berço.

- Hoje foi um dia muito divertido!

- Cansativo também! As meninas dormiram facilmente, aproveitaram bastante. - Eu respondi.

- Acredito que já vou, Regina pode dormir na sua casa hoje, amanhã volto para buscá-la.

- Mariana, não permito que saia essa hora da noite sozinha e volte amanhã. Por que não dorme aqui?

- Não quero incomodar, e... - Interrompi.

- E ainda não está pronta, não é? Tudo bem. - Fiquei chateada.

- Está bem, você venceu. Vou dormir aqui. - Rapidamente mudei o meu semblante e a abracei.

𝑷𝒐𝒗: 𝑴𝒂𝒓𝒊𝒂𝒏𝒂.

Ana estava tão carinhosa, carente. Não que ela seja tão rude, mas ela mostra mudanças, parece que está mais leve.

Fazendo com que os meus sentimentos apareçam novamente. Droga, Ana Servín!

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