Odeio-te

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𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂.

Tudo estava tão perfeito, eu e Mariana estávamos cada vez mais próximas. Mas, em relação ao que sentimos, nem sequer tocávamos no assunto.

Até que tudo caiu.

Recentemente, um homem chamado Ferran deu entrada à empresa. Aos poucos, ele foi conquistando a Mariana ao ponto de tirá-la de mim.

Ele estava obcecado.

E eu fui uma total idiota por ter acreditado em tudo que ela havia dito para mim. Seu amor era pura enganação. Eu acho que mereço tudo isso após expulsa-la de casa, o carma regressou a mim.

E agora estou em total dúvida sobre o que sou, onde pertenço e a quem pertenço.

Mariana não estava mais dormindo comigo, voltou para o quarto de hóspedes e estávamos totalmente afastadas. O urso que presenteei-a, agora está no quarto das meninas, largado no chão. Pelo menos elas brincam com ele frequentemente.

Chego à empresa muito cedo, não queria vir no mesmo carro que Mariana, quanto menos vê-la, machucarei-me pouco.

No nosso escritório, que Mariana nem sequer passava o dia, tudo lembra-me a ela, principalmente depois que o decoramos. Ele está com seu cheiro. Suspiro chateada e começo meu trabalho.

Mas, mal consigo me concentrar pensando naquela mulher e no quanto me enfeitiçara.

Saio de meus devaneios quando vejo Elena parada em minha frente.

- Elena? O que fazes parada em meu escritório?

- Necessito conversar contigo. - Ela diz com uma expressão nervosa.

- Está bem, passa-se algo?

- Mariana está muito distante. Desde que conheceu este sujeito, não visita-me mais e percebo que também não fala tanto com você quanto antes. - Elena tinha total razão.

- Eu não entendo. Mariana está diferente, concordo plenamente com o que dissera. O que pensa em fazer?

- Mostrar que aquele homem não é o que ela pensa. Conheço sua reputação, disseram-nos que ele é insuportável e faz "joguinhos" com muitas mulheres. Mariana é uma delas.

- Disso eu já estava a saber. Porém, Mariana não deu-me ouvidos. O grande problema é que, Mariana não sai de meus pensamentos, minha visão de vida está totalmente nela. - Elena me olha e sorri.

- Está apaixonada, Ana Servín. - Me olha presunçosa.

- Do que está falando? Somos melhores amigas, não sinto atração por mulheres. - Revirei os olhos.

Desde que Mariana se afastara, tentei convencer-me desta justificativa, porém, sabia que estava apaixonada por ela.

Por aquela imensidão de olhos castanhos que me deixam alucinada.

Mas, estava totalmente perdida, não sei o que sou.

Conheço Juan Carlos desde minha adolescência, aos meus dezesseis anos, mamãe obrigou-me a namorar com ele pois suas famílias eram grandes amigos. E desde então, seguimos este costume.

Muitas amigas diziam que eu parecia diferente, em relação a sexualidade e estilo, porém sempre fui banida de explorar-me ou descobrir o que sou.
Nasci numa família tradicional totalmente religiosa e crítica.

Juan Carlos e eu estávamos tão acostumados com aquilo, que engravidei e tive três filhos com ele, não sei se em algum momento o amei, talvez durante a cama ou em nosso casamento e nascimento dos nossos filhos. Mas, fora isso, nunca.

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