Lar

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𝑷𝒐𝒗: 𝑨𝒏𝒂.

Enquanto Mariana trabalhava, marquei com a corretora para visitarmos nossa suposta futura casa para a semana que vem.

Isso significa muito para mim, lar é o lugar onde você se reergue quando o mundo te derruba. Lar é onde o nosso coração encontra seu ponto de paz e tranquilidade, e é isso que quero para viver com minha família.

Claro que Mariana já é o meu lar. Onde me sinto bem-vinda, para onde corro quando tudo se desmorona, que me passa sensação de segurança maior, onde me sinto pertencida.

Mas, quero algo para ser chamado de nosso.

Nosso lar.

Depois de muito trabalho, finalmente consegui fazer um pequeno jantar para Mariana. Fiz de tudo para que saísse perfeito e realmente espero que ela goste, levei horas e já estou com muita fome. Mas, quero espera-la chegar para comermos juntas.

A campainha toca, acho estranho pois ainda faltam algumas horas para a chegada da morena. Abro a porta e deparo-me com Regina e Valentina no colo de Juan Carlos.

Abro o sorriso mais sincero do mundo, estava com uma saudade imensa das minhas pequenas. Após observarem quem abrira a porta, elas abrem um sorriso e erguem os braços pedindo meu colo.

— Oi, meus amores! Que saudade de vocês! Entre, Juan. Muito obrigada por trazê-las.  — Pego as meninas no colo e beijo suas bochechas.

— É um prazer, Ana! Gostaria de conversar com você e aproveitei para trazer as meninas.

— Claro, sente-se. Onde estão Cecília e Rodrigo?

— Ontem permiti que ficassem acordados um pouco mais tarde e ainda estão dormindo.

— Só permitirei desta vez porque sinto falta deles, principalmente de Ceci que agora ficará menos tempo em casa por conta da faculdade.

— É exatamente sobre isso que quero conversar. Cecília andou contando-me que gostaria de fazer uma faculdade em outro lugar um pouco longe daqui. Praticamente em outro estado, e isso faria com que ela se mudasse. — Isso soou como um choque de realidade para mim.

Essa fase é a que mais machuca. Quando nossos filhos estão tornando-se adultos e responsáveis, saindo de suas vidas pouco a pouco. Ficando independentes, isso me enche de orgulho, mas dói.

Preciso aceitar que minha filha está crescendo e tenho a total certeza de que se tornará uma grande mulher. A única coisa que peço é que não se torne uma pessoa como eu. Que continue com sua essência e seja o que quiser, que siga seu coração.

— Sei que isso dói, Juan. Mas, eu estou de total acordo e a apoio. Em sua idade, sofri demais por fazer algo que não gostaria de ser por obrigação da minha mãe e não quero que ela passe pelo mesmo.

— Eu fico muito feliz que pense assim. Já está doendo muito saber que ela é uma mulher adulta e decidida a seguir seus sonhos. Ao mesmo tempo, estou tão orgulhoso dela. E como você sempre diz, amar também é deixar ir... — Sorrimos.

Percebo nitidamente que Juan Carlos também está evoluindo como pessoa e fico orgulhosa disso. Também estou tentando mudar por Mariana e isso não é uma tarefa fácil, mas também quero mudar por mim.

Essa nova etapa será essencial para gerar confiança, encerrar ciclos passados e iniciar uma nova primavera com flores mais coloridas e vivas, livres.

E ali permanecemos durante a tarde, conversando sobre nossos futuros planos e brincando com as bebês. Conectando-nos de uma maneira diferente, dessa vez, com mais maturidade e responsabilidade para lidar com o que vier pela frente.
Como bons amigos.

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