42 Ethan

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Eu e a Bia decidimos viajar para Boston na sexta-feira a noite, vamos contar aos pais dela sobre a gravidez, confesso que estou absurdamente com medo só de pensar no que o pai dela pode fazer comigo, mas tenho que agir como um homem agora, por sorte consegui comprar um colete a prova de balas há alguns dias. Eu disse que tenho que ser homem não partir em uma missão suicida. Escuto meu celular tocar.

- Alô –

- Oi filho, tudo bem? –

- Sim mãe e a senhora? –

- Senhora está no céu e eu não estou tão velha para ser chamada assim –

- Então tudo bem com a senhorita? –

- Melhor, mas também não estou tão nova para ser senhorita –

- Mãe qual é? – Digo perdendo um pouco a paciência.

- O que foi garoto? Não posso mais decidir a forma que quero ser chamada? -

- Ok não está mais aqui quem falou tudo bem com você? –

- Agora sim, eu estou ótima, tirando essa solidão que toma conta do meu ser –

- Não sei para que tanto drama o papai sempre está com você –

- Vê se me respeita garoto eu não faço drama, sei que seu pai me faz companhia, mas não é a mesma coisa sem você aqui –

- Nós já falamos sobre isso antes –

- Eu sei, por isso mesmo que decidi ir até aí para passar uma semana com você –

- Está se autoconvidando para vir na minha casa? –

- Claro, sou a sua mãe faço o que bem entender e já que você ainda não teve a capacidade de me chamar, eu mesma tenho que fazer isso, ou por acaso está querendo me impedir de te ver agora também? Era tudo o que me faltava –

- Calma eu estava só brincando, claro que você pode vir – Digo rindo.

- É bom que seja mesmo, não passei anos trocando as suas fraldas para você agora inventar de me ignorar – Continuo conversando com minha mãe durante um tempo, ela diz que vai vir em duas semanas, acho que vai ser uma ótima oportunidade para falar para ela sobre o casamento e os bebês, só espero que não surte.

Quando chegamos à casa dos pais da Bia eu não me aguentava mais de tanto nervosismo, quando ela finalmente contou que estava grávida tudo parecia estar em câmera lenta.

- Mas eu mato você seu moleque! – O pai dela disse vindo em minha direção, soltei a mão da Bia e saí correndo para o lado de fora da casa.

- Calma senhor, eu posso explicar! –

- Explicar o que? Como engravidou minha garotinha? – Ele grita ainda correndo atrás de mim.

- Não é como o senhor está pensando, eu amo a sua filha –

- Não me interessa, você estragou a vida da minha menina –

- Eu vou me casar com ela – Digo quase sem folego por causa de toda essa corrida.

- E por acaso você acha que isso resolve alguma coisa? – Continuamos correndo, tento me desviar dele o máximo que consigo, mas ele é mais rápido do que eu, me pega pela gola da camisa e me sacode – Isso é por ter se aproveitado da minha filha - Diz dando um soco no meu olho, ele é mais forte do que eu imaginei, o pior é que eu não posso nem sequer revidar, ele está se preparando para me socar novamente, Deus eu nunca te pedi nada, mas se não for muito incomodo tem como fazer com que ele não me mate? Eu queria muito poder ver meus filhos algum dia. Nesse mesmo momento vejo a Bia e a mãe dela saindo de casa.

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora