18 Ethan

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Ultimamente minha rotina tem girado em torno de ir pra faculdade e depois trabalhar, isso tem conseguido ocupar bastante a minha cabeça, por isso não tenho saído muito esses dias, as coisas pelo menos parecem ter melhorado um pouco, fiquei sabendo que a Bia e o mané do Lucas não estão mais saindo, o que é uma puta de uma boa notícia, finalmente aquele idiota tirou as garras de cima da minha garota, mas infelizmente eu também não tenho falado muito com ela, nessas duas semanas que se passaram nós trocamos apenas algumas palavras, meu celular começa a tocar e vejo que é Carlos me ligando.

- Ei cara vai rolar uma festa hoje na casa do Bruno, ele convidou a faculdade inteira, bora lá? - Ele me pergunta, essa parece ser uma boa oportunidade pra eu me aproximar mais da Bia, ela provavelmente deve ir nessa festa.

- Bora, que horas vai ser? -

- Lá pras 22h -

- Beleza a gente se vê lá então -

- Falou, cara- Ele diz e eu desligo o telefone, vou até a agência e começo a trabalhar, hoje é sexta, então amanhã e depois tenho o dia livre, quando da meu horário vou pra casa, fico um tempo descansando e vendo tv, olho as horas no meu celular e decido começar a me arrumar. Depois vou de moto até a festa, chegando lá vejo que ela está bem animada, encontro com Carlos e converso com ele um pouco, depois resolvo dar uma volta pra ver se encontro a Bia, tenho certeza que ela está por aqui, procuro e nada de eu encontra-la, até que olho em direção a uma parte um pouco mais vazia da festa e vejo que o idiota do Lucas tentando agarrar a Bia, ela parece estar tentando desviar mas ele é mais forte, sinto uma enorme raiva subir por todo meu corpo, como ele ousa tocar nela desse jeito? Estou completamente puto, vou correndo em direção aos dois, quando já estou bem perto escuto ela dizer:

- Lucas para, por favor! - Como pode estar querendo fazer com que ela fique com ele a força? Sem que ele perceba o agarro pela gola da camisa, o tirando de perto dela, é agora que eu mato esse desgraçado.

- Você não escutou ela dizendo pra você parar? - Digo com uma voz firme.

- Isso não tem nada a ver com você, sai daqui idiota! - Ele diz se soltando de mim e percebo que ele está bêbado.

- Se você acha que eu vou deixar ela sozinha com você tentando agarra-la, está completamente enganado -

- Por que você não vai se agarrar com alguém como de costume e para de se meter no que não é da sua conta? - Ele diz.

- A partir do momento em que você quer obrigar a Bia a fazer algo que ela não quer se tornou totalmente da minha conta -

- E desde quando você sabe o que ela quer ou deixa de querer? -

-Desde o momento que ela disse isso com todas as letras -

- Você não sabe de nada - Ele diz e tenta me socar, mas eu sou mais rápido e desvio, revido socando seu o olho, ele tenta me acertar mais algumas vezes, mas está muito lento por causa da bebida, começo a distribuir socos por todo o rosto desse imbecil, só de pensar que ele queria forçar a Bia a ficar com ele e o que mais poderia ter feito se eu não tivesse chegado a tempo me deixa louco, sinto vontade de matar esse cara, continuo o socando, até que escuto Bia dizer desesperada.

- Parem, por favor! - O som da voz dela me faz voltar a real, o empurro para longe, pego ela pela mão e saio a puxando, a levo até o lado de fora da festa.

- Você está bem? Aquele idiota te machucou? -

- Estou bem só um pouco nervosa - Ela diz e vejo que ela está tremendo.

- Vem vou te levar pra casa -

- Não precisa eu vou voltar com a Sofi -

- Não tem nenhuma chance de eu te deixar entrar dentro daquela festa com aquele cara lá -

- Ele não fez por mal só agiu dessa forma porque bebeu demais -

- Isso não importa, não vou arriscar que ele tente te fazer mais alguma coisa - Faço uma pausa – Por favor princesa, me deixa te levar pra casa? Vou ficar bem mais tranquilo sabendo que você está segura - Ela parece pensar um pouco e depois responde.

- Tudo bem, vamos! - A levo até a minha moto e entrego pra ela meu capacete.

- Mas só tem um capacete, pode ficar com ele - Ela tenta me devolver, mas eu recuso.

- Pode usar ele, é mais seguro pra você, além disso já estou acostumado a andar de moto - Ela reluta um pouco mas acaba aceitando, dou partida, quando chego ao prédio dela vejo que ainda parece um pouco nervosa.

- Posso te fazer companhia? Pelo menos até você ficar mais calma - Ela demora um pouco, mas responde:

- Ok, pode vir, mas não pense em fazer nenhuma gracinha -

- Eu nunca faria nada com você nesse estado, sei que não está bem, só quero ajudar você a se acalmar - Digo sendo totalmente sincero, ficar aqui com ela também ajuda a me tranquilizar e ver que precisa de mim me dá forças para não voltar lá e acabar com a raça daquele cara. Subo com ela até seu apartamento, ele é bem aconchegante.

- Vou mandar uma mensagem para a Sofi, dizendo que eu já vim embora - Ela diz e começa a digitar no celular, depois que termina o coloca em cima de uma mesa e suspira.

- Você quer conversar sobre o que aconteceu? – Pergunto.

- Pra dizer a verdade não, falar sobre isso me faz lembrar o que aconteceu e tudo que eu quero no momento é esquecer aquilo - Ela diz e eu sinto um ódio imenso daquele mané por fazer ela passar por isso.

- Eu imagino que isso deve estar sendo difícil, mas eu estou aqui para o que você precisar - Digo e a abraço tentando conforta-la, ela se aninha a mim, aceitando o abraço, ficamos assim durante algum tempo.

- Quer que eu faça um chá pra você se acalmar? – Pergunto.

- E você por acaso sabe como fazer chá? - Ela diz debochando de mim.

- Tem muitas coisas que eu sei fazer que você não tem nem ideia - Digo piscando e ela revira os olhos, pelo menos agora parece estar mais tranquila.

- Ok, então mostre o que você sabe - Ela diz rindo, ah eu adoraria te mostrar tudo que sei, mas não hoje, penso, no momento só quero cuidar dela. Vou até a cozinha e ela me diz onde estão as coisas, se senta na mesa enquanto preparo o chá, acabo fazendo um pra mim também, quando fica pronto eu a entrego em uma xícara, ela assopra um pouco para esfriar e toma um gole.

- É, até que você sabe fazer chá - Ela diz rindo.

- Eu disse que sabia - Rio também e me sento de frente pra ela, nós conversamos um pouco enquanto tomamos o chá, quando terminamos vejo que ela boceja, então decido ir embora.

- Eu vou indo princesa, qualquer coisa me chame que eu venho correndo -

- Queria te agradecer pelo que fez hoje, por ter me ajudado na festa e por ter me trazido pra casa -

- Não foi nada demais, sempre que você precisar vou estar ao seu lado princesa -Digo e ela cora, me leva até a porta e eu a abraço me despedindo, depois vou até minha moto e piloto até em casa, esse dia com certeza foi bem agitado.    

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora