48 Ethan

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Bia está em trabalho de parto e eu estou quase tendo um ataque cardíaco, não tinha a menor ideia do que deveria fazer nessa situação, além disso, devido as contrações ela fica um tanto irritadiça, claro que não a culpo, nem consigo imaginar a dor que deve estar sentindo, na verdade talvez eu saiba em parte porque toda vez que uma contração a atinge ela aperta minha mão com toda força quase quebrando meus dedos, só espero que quando tudo isso acabar eu ainda consiga segurar meus filhos no colo. Ela está gritando de dor enquanto segue as instruções do médico, até que, por fim, um choro agudo ecoa pela sala de cirurgia.

- É um menino – A enfermeira que está ajudando com o parto pega o bebê e o traz até perto de nós, quando enfim consigo vê-lo não sei descrever a emoção que me atinge, meu garoto acabou de nascer, olho para ele e em seguida para a Bia, ela está com um sorriso imenso no rosto assim como eu e um brilho diferente no olhar.

- Te amo meu pequeno – Ela diz para o nosso filho ainda ofegante.

- Qual será o nome? – A enfermeira pergunta para poder colocar a identificação, eu e a Bia nos entreolhamos, discutimos muitos nomes até conseguir escolher um.

- Rafael – Dizemos em uníssono, levam ele para poder dar banho e realizar todos os procedimentos necessários para saber se está saudável, enquanto isso o médico se vira para Bia:

- Parabéns minha jovem, mas nós ainda precisamos continuar, tem uma garotinha que está impaciente para se juntar ao irmão – Ela volta a fazer força até que conseguimos ouvir um segundo choro, Bia desaba ofegante, a enfermeira agora traz a nossa menina, olho para ela completamente admirado, minha princesinha!

- E essa garotinha linda, como vai se chamar? –

- Alana – Dizemos com um sorriso no rosto, depois de um curto período de tempo a levam para junto do irmão e realizam os mesmos procedimentos que fizeram com ele. Olho para a Bia ela está completamente exausta.

- Você conseguiu meu amor! – Digo com um sorriso nos lábios.

- Nós conseguimos – Ela diz com um sorriso ainda maior que o meu. Somos levados até um quarto para a Bia repousar, enquanto descansa um pouco vou até a sala de espera avisar que nossos filhos finalmente nasceram, quando chego lá, todos vem em minha direção.

- E então como foi? Meus netos já nasceram? –

- A Bia está bem? –

- Nós já podemos ver meus afilhados? –

Minha mãe, minha sogra e Sofi perguntam praticamente ao mesmo tempo.

- Calma, uma de cada vez – Digo rindo – Correu tudo bem, a Bia está descansando agora, os bebês estão no berçário –

- Aí meu Deus! Mal posso esperar para vê-los – Minha mãe diz, todos vamos até a área do berçário e olhamos através da grande parede de vidro.

- E então, quais são os meus netos? – Katy pergunta.

- Aqueles ali – Aponto para os meus filhos, cheio de orgulho.

- Eles são tão fofos – Sofi diz.

- Parabéns cara – Carlos diz me cumprimentando. Depois de um tempo volto para o quarto onde Bia está, fico velando seu sono até que trazem os bebês para que ela possa amamentá-los, ela acorda e pega nosso menino no colo enquanto a enfermeira a ensina como deve fazer, olho para minha garotinha, quero muito poder pegá-la, mas estou morrendo de medo, ela é tão pequena e frágil.

- Quer segurar? – A enfermeira pergunta para mim, aceno com a cabeça e ela me entrega Alana, eu a seguro junto ao meu peito. Ela é tão leve e delicada, sinto como se devesse protegê-la de tudo.

- Tenho duas princesas agora – Me viro para a Bia que sorri de volta pra mim – Me prometa que não vai arrumar um namorado até fazer trinta anos – Digo para minha garotinha – Ou melhor ainda, o que você acha de entrar em um convento? – Bia dá uma gargalhada.

- Ela mal nasceu e você já está assim, imagina quando ela for adolescente –

- Para isso mesmo que tenho meu garoto, ele vai me ajudar a deixar os moleques bem longe dela - Bia acaba de amamentar Rafael a entrego nossa filha, e pego meu menino, ele é tão leve quanto à irmã.

- Quando você crescer vai me ajudar a tomar conta da sua mãe e da sua irmã não é mesmo? – Digo sorrindo e ele se mexe.

- Viu? Ele está concordando comigo –

- Se você está dizendo... Nem acredito que eles estão mesmo aqui, parece até mesmo um sonho –

- Se for pode ter certeza que é meu, não tenho nem como te agradecer por ter me dado filhos tão lindos, claro que nossa genética ajudou bastante, nós dois somos irresistíveis – Ela revira os olhos e se vira para o nosso filho.

- Por favor não fique tão convencido como seu pai senão eu vou acabar me metendo em encrenca -

- Só estou dizendo a verdade – Bia termina de amamentar nossa filha e continua a segurando no colo.

- Se eu pudesse ficaria os segurando para sempre – Sei exatamente o que ela quer dizer, não tenho vontade nenhuma de soltá-los agora.

- Eu também – Ficamos com eles no colo durante um bom tempo, até que a enfermeira nos diz para deixá-los um pouco deitados, então os colocamos no bercinho ao lado da cama. Quando liberam as visitas nossos amigos e familiares vem até aqui para poder ver como a Bia está, eles trazem uma infinidade de balões, flores e ursinhos. Todos ficam babando pelos nossos filhos, eles mal nasceram e já estão arrasando os corações, confesso que o meu foi um dos primeiros. Ao fim do horário de visitas eles vão embora e eu continuo aqui junto a Bia e as crianças, ficamos velando o sono dos bebês, é até difícil de acreditar que eles são mesmo uma parte de nós, com certeza são o maior orgulho que poderia ter em toda a minha vida. Me viro para Bia:

- Já decidiu se quer me beijar ou me matar? – Ela olha para os nossos filhos e sorri.

- Com certeza te beijar – Abaixo na altura de seu rosto e a beijo.    

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora