11. O que quiser

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Capítulo 11

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Capítulo 11

Eu tinha dez anos.

E não aguentava mais ter aquela idade.

Para minha família eu sempre fui a "menina nova demais". Eu não tinha escolha, não tinha direitos e muitos menos lugar de fala.

O que isso importava para uma criança?

Eu pensava sobre crescer logo, desejava poder tomar decisões importantes, fazer parte do mundo de verdade.

Bem, pelo visto eu comecei a fazer, mesmo sem crescer.

Não fora bem aquilo que eu havia pedido.

Enquanto entrava naquele lugar, tão mal iluminado, algumas poças d'água pelo chão, o cheiro forte e ferrugem e a sensação de morte em cada canto, eu só conseguia me concentrar em meus sapatos. Um passo. Outro passo. Mais um passo. Um a frente, outro atrás.

Sentia a mão de Christian estar quente sobre a minha, ele havia a pegado no momento em que saímos do carro e não a soltou.

Não reclamei.

A sensação térmica de sua mão dava contraste ao frio intenso naquele balcão.

Minha gritava.

Bagunçada com tantas lembranças ruins. Nada tinha ordem, eu não sabia o que era primeiro, o que era segundo. Não conseguia organizar nada. E tudo doía.

Tentei não dar atenção ao que significava o que Elliot havia dito, mas as palavras de Sr. Carrick foram retumbadas em minha mente antes de explodir por completo.

_ Todo membro da Casa Nostra precisa passar pela iniciação, precisa matar alguém - ele falou num tom de aviso, um segundo antes de sairmos do carro. - Se quer ser uma de nós, é o que vai fazer agora.

Continuávamos caminhando, e parecia um lugar sem fim. Ou talvez eu que fiquei perdida e achei que estávamos há horas ali.

Bagunçada.

Era tudo o que me fazia: desordem.

Nós paramos então, Christian não soltou minha mão. Eu observei Sr. Carrick seguindo adiante, Elliot com seu jeito divertido seguindo a passos largados para o canto, se apoiando numa mesa também bastante aleatória no meio do nada, e Taylor eu não achei.

Christian se ajoelhou a minha frente, tomando minha atenção.

Eu queria entender ele, minha cabeça doía e tudo era muito alto dentro dela. Estridente.

Christian segurou minha cabeça com as duas mãos, firme, e meus olhos focaram nos dele, percebendo uma certa preocupação e confusão ali.

_ Você está bem? - questionou.

Balancei a cabeça freneticamente para cima e para baixo.

Queria que ele não soltasse minha cabeça, suas mãos a segurando para que a prendia em meu corpo e obrigava minha mente a se prender também.

50 Tons de uma MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora