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Capítulo 27
Eu já havia terminado de colocar a roupa e Christian me dito para ir até o quarto dele quando o fizesse. Com passos curtos e um pouco nervosos, bati na porta uma vez antes de ouvir um "entre".
Christian terminava de colocar o coturno. Ele não estava vestindo um terno habitual, e sim calça jeans e blusa cinza de manga cumprida.
_ Você tomou o remédio? - perguntei enquanto entrava no quarto.
Christian me encarou, e só com o olhar entendi a resposta.
_ Posso abrir a gaveta para pegar? - perguntei, apontando para a mesinha ao lado da cama.
Christian deu uma risadinha.
_ É claro - ele respondeu em tom óbvio.
Peguei os comprimidos na gaveta e também uma garrafinha de água que estava pela metade em cima da cômoda no canto do quarto.
_ O que foi? - perguntei enquanto ele continuava rindo para mim. - É importante tomar o remédio, se não vai sentir dor ou então pode ter uma infecção. Parece que não sabe o que levar um tiro - resmunguei.
Não que eu já tenha levado um tiro, mas...
Christian se levantou da cama e prontamente engoliu os comprimidos que lhe entreguei, também tomou o restante da água, e então deixou a garrafa na mesinha.
_ Eu sei que são - ele respondeu. - E eu estava rindo de você me pedindo permissão para fazer alguma coisa, parece tão errado - ele esclareceu.
Eu sorri.
_ Isso se chama educação, sabia? - respondi, cruzando os braços. - É o seu quarto, claro que eu tenho que pedir permissão para qualquer coisa aqui.
Ele inclinou a cabeça de lado e apenas sorriu mais para mim.
_ Dois dias. Dois malditos dias e você já me pegou - ele falou baixinho, se aproximando de mim.
Seu corpo parou rente ao meu, suas mãos tocaram de forma delicada meu rosto, mas logo uma delas foi até minha cintura, me mantendo colada a seu corpo.
_ Eu achei que ia conseguir resistir, te fazer sair disso, não complicar tudo, mas... eu nunca fui derrotado, e ainda por cima tão rápido.
Eu franzi o cenho, deixando minhas mãos contra seu peito.
_ Não foi minha intenção - falei, sem entende muito sobre o que ele falava, mas eu com certeza não queria causar aquela sensação nele. - Eu não quero que se sinta... mal.
_ Mal? Ana - ele sussurrou meu nome, e então beijou minha testa antes de voltar para meus olhos. - Você não tem noção do que faz comigo, não é? Em como você é motivo para eu continuar respirando há muito, muito tempo.
