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Havia duas coisas primordiais e únicas que eu conseguia pensar com absoluta certeza naquele momento.
Primeiro, eu sou a pessoa mais idiota e burra do mundo.
Sério, qual era o meu problema!?
Por que eu escolhi aquilo?
Eu tinha opções, me deram claras opções e simplesmente escolhi a errada, a pior delas.
E segundo, mas nem um pouco menos importante e talvez até ultrapasse a primeira, era que eu mataria, castraria, eu literalmente enfiaria trezentas balas na cabeça de Christian se ele me engravidasse de novo.
Aquele filho da puta - desculpe, Grace - apenas segurava minha mão e me mandava respirar fundo enquanto eu tinha que parir duas crianças que ele colocou dentro de mim.
Não bastava uma, tinha que ser duas.
_ Não da, eu não consigo mais - eu suspirei, depois de mais uma contração horrível.
A enfermeira disse que eu estava com apenas sete de dilatação, precisava chegar ao dez, e aquilo poderia durar horas ainda.
Eu queria matar todo mundo, mas Christian tirou a arma da minha mão quando as contrações começaram em casa após eu ameaçar atirar nele.
Sinceramente, eu só não atirei porque lembrei por um mísero segundo que o amava e também porque as crianças podiam gostar de crescer com o pai.
Mas, sabe, eu também posso ser muito bem uma mãe solo, eu sou incrível, sou ótima, cuidaria muito bem sozinha dos meus filhos.
Eles não precisam do pai.
Sério, eles não vão ter um pai se ele continuar me mandando respirar fundo!
_ Christian, se eu parar de respirar eu morro, então é claro que eu estou respirando! - eu vociferei para ele.
Ele se afastou de mim um pouco.
Eu sabia que ele também estava no limite. Não conseguia sequer imaginar a situação ao contrário, vendo ele sentir dor e não poder fazer nada. A noite em que vivemos há quase um ano ainda rondava minha mente e me dava pesadelos, me fazia acordar no meio da madrugada e acordar Christian também para ter certeza que ele estava apenas dormindo.
Mas eu também estava no limite ali!
Eu não era sucessível a dor, eu era um bebê, literalmente, quando se tratava de sentir dor.
Não de causar.
Causar não, causar eu adorava.
Tentei pensar em quantas almas e corpos humanos eu torturei nos últimos meses, aqueles podres idiotas achando que podia contra meu marido, eu os coloquei em seus devido lugares. Não foi difícil Christian perceber que eu só podia executar mesmo.
