24. Confiança

2.7K 270 98
                                    

Capítulo 24

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Capítulo 24

Eu não tive escolha. Não de verdade.

Eu passei anos idealizando aquilo, a expectativa alta em ter tido importância suficiente para alguém ter me dado escolhas, opções, ainda mais quando eu nunca fui levada em conta.

Mas eu tinha dez anos, minha família havia sido massacrada, e eu era a única restante da liderança de uma máfia poderosa demais ao meio de duas ainda mais piores.

Que escolhe eu tive mesmo?

Confiar em alguém que meu próprio pai havia confiado minha vida, ou confiar outras pessoas que com certeza matariam uns aos outros para terem o meu lugar?

Eu não tive escolha.

Eu tive apenas opções.

Opção de confiar na sorte ou então confiar em alguém que havia salvado minha vida e de repente me prometido um mundo inteiro de expectativa. Opção de morrer tentando ou então morrer em combate.

De qualquer forma era tudo sobre confiança. Minha opção foi Christian e eu segui minha vida a partir da dele. Eu confiava no que ele dizia e fazia. Treinei sobre a confiança dele, morei com Taylor sobre a confiança dele, voltei para os Estados Unidos sobre a confiança dele e... caralho, eu me casei com ele pela mesma expectativa de vida: confiança.

Onde aquilo começou, e porque eu nem sabia, eu ao menos me questionei alguma vez.

Mas eu deveria, não é?

Ninguém confia em ninguém assim, do nada, só porque sentiu.

Eu quem estava errada, eu quem havia ferrado comigo mesma desde o começo.

_ Ana, podemos explicar - Taylor quem falou, começando a se aproximar.

Balancei a cabeça em descrença, levantando a mão para que ele parasse, o que foi atendido.

_ Não precisa. Eu não quero saber. Vocês tem seus motivo, não tem? E é essa explicação que vou ter. O Christian tudo bem, mas você, Taylor? - vociferei, e logo senti a tensão nos dois.

Jason deu um passo para trás quando o chamei pelo sobrenome, atingido como eu queria. Mas ninguém estaria mais atingido que eu. Eu quem fui abatida.

_ Eu confiei em você... eu jamais teria feito algo assim com você - declarei.

Mas de verdade, eu nem queria briga, não queria discutir, não queria exigir nada. Eu só queria desaparecer. Só por um momento pelo menos.

Eu continuava sozinha, e aquilo me abalou mais do que deveria.

Saí pelo corredor, logo subindo as escadas.

O medo já havia sumido, tudo havia sumido. Menos eu.

Claro que não demorou para baterem na porta, eu estava sentada no canto da cama, contra a cabeceira, o travesseiro no colo que eu rasgava com o punhal porque não podia rasgar uma pessoa.

50 Tons de uma MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora