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Capítulo 8
Meus olhos se abriram para o nada tão vazio quanto um salão de espelhos. Com piscadas rápidas e sem controle, finalmente consegui focar no teto branco e nivezado.
Meu coração batia normalmente, meu corpo não era muito sentido enquanto meu cérebro processava a situação.
Onde eu estava?
Que dia era?
Eu ainda tinha dez anos?
Me inclinei para frente e me sentei na cama. Estranhamente meu corpo apenas estava dolorido mesmo com a sensação que ele pesava uma tonelada de repente.
Eu havia ganhado peso então?
Quanto tempo eu estava dormindo?
Eu tinha dez ainda, não tinha?
Não queria perder meus aniversários.
Eu não estava em meu quarto, foi a primeira coisa que percebi.
As paredes cinzentas e mescladas de branco eram elegantes, mas apagadas demais. Nada como o azul estrelar dos meus aposentos, e também não havia nenhuma das minhas bonecas nas prateleiras.
Não havia prateleiras ali.
Olhando para mim, eu vi um lençol rosa claro em minhas pernas até a cintura. Meu peito coberto por uma blusinha que eu nunca havia visto.
_ Ela acordou - uma voz suave falou, chamando minha atenção, me fazendo parar a análise.
A mulher entrava pela porta que já está aberta.
Ela tinha o cabelo castanho na altura dos ombros, muito bem penteados. Usava um vestido elegante até os joelhos, na cor rosa salmão. Seus sapatos eram brancos. Eram como os sapatos da mamãe.
Ela não era minha mãe.
_ Olá, querida, como se sente? - a mulher perguntou, se aproximando demais, o que me fez me achegar para trás na cama. - Eu sou Grace.
_ Sou a Anastasia Rose- respondi, logo franzindo o cenho ao sentir a garganta arranhando e doendo.
Levei os dedos até ela.
Doía.
_ Deve estar com sede - a mulher comentou, e então se inclinou para o lado em direção a mesinha.
Segui suas mãos e me surpreendi.
Meu cérebro não havia registrado aquilo.
Havia uma televisão ao meu lado, mostrando gráficos e também fazia barulho. Levantando a mão, percebi também um oxímetro ali.
