5. Invasão

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Capítulo 5

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Capítulo 5

Eu gostava da forma como meu pai chamava o fato de eu lembrar de detalhes um tanto insignificantes sobre os acontecimentos.

Memória fotográfica.

Parecia mais importante do que realmente era.

Útil.

Eu me lembro de estar vestindo meu pijama de espaço estrelar, era roxo, azul e branco. Calça e casaco. Eu estava deitada em minha cama, as luzes apagadas e apenas o abajur em forma de lua ligado. Eu não gostava de ficar no escuro completo, não gostava de não ver os detalhes ao redor, então ele sempre ficava ligado.

Eu achei que a noite havia acabado no momento em que embarquei na terra dos sonhos em minha cama. As conversas e a música pararam, os carros no jardim se foram e tudo estava em absoluto silêncio.

Mas eu ainda estava elétrica, a adrenalina em meu corpo com todos os acontecimentos daquela noite. Meu braço ainda ardia e meu presente de aniversário brilhava sob a blusa do pijama.

Por aquele motivo o mais mínimo som - em meio ao absoluto silêncio - me fez sentar na cama, franzindo o cenho e o coração batendo forte.

Eram passos apressados pelo corredor.

Meu quarto ficava no terceiro andar, junto ao de Greta no fim do corredor e a sala de cinema. Meus pais no segundo e meus irmãos no primeiro.

Não era hora de ninguém ver TV e com certeza ninguém estava indo conversar comigo.

Fiquei alerta e saí da cama no instante em que minha porta foi aberta.

Greta apareceu assustada, logo colocando um dedo sobre os lábios num gesto de silêncio e correu até mim.

_ Temos que sair daqui - ela sussurrou em desespero. - Vem, Anne.

Me puxou quarto a fora, me segurando pelo braço com força demais. Eu queria reclamar, mas estava paralisada internamente com medo.

Eu não sabia onde meus pais ou meus irmãos estavam. Tudo era breu até que de repente as luzes vermelhas dos alarmes começaram a piscar e se tornarem insurdecedoras.

Coloquei uma das mãos contra a orelha para tentar abafar, sentindo o zumbido alto. Passamos por uma das janelas, e de relance eu pude as luzes lá embaixo.

Greta me puxou em direção as escadas.

Não eram luzes - constatei.

Eram carros.

Muitos carros.

Os faróis altos sobressaindo sobre as luzes vermelhas de dentro da casa.

Quem fosse que viera com aqueles carros, queria um espetáculo e tanto.

Minha cabeça girava, um milhão de pensamentos.

O primeiro deles era: a Casa Nostra.

Tudo sobre poder e exagero tinha significado neles.

50 Tons de uma MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora