Capítulo 3

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Olhei novamente no meu espelhinho de bolsa e retoquei o batom vermelho. Após, repeti meu mantra: Eu sou boa no que faço e não vou abaixar a cabeça para nenhum italiano cabeça oca.

Hoje, quarta-feira, Dante Sartori decidiu me solicitar em sua sala. Ele fez questão de deixar o setor que administro por último. Posso considerar isso um bom sinal, certo? Quer dizer que o cretino colocou em sua cabeça loira o recado que passei na segunda!

Caminho com segurança até sua sala. Como não era de costume, bati na porta e aguardei a autorização para entrar. Dante estava sentado analisando diversos papéis a sua frente. Por um instante, um breve instante, me peguei imaginando o que aconteceria se eu jogasse os papéis no chão e sentasse de pernas abertas sobre a sua mesa. Ele seria tão controlado quanto parece? Ou me foderia do jeito que eu gosto?

Balanço a cabeça e afasto esses pensamentos. Preciso transar urgentemente e me livrar desses pensamentos idiotas a respeito do meu chefe.

"Srta. Moore!" Me cumprimenta. "Sente-se, por favor." Mordo a parte interna da bochecha, pronta para dar uma resposta atrevida, mas prefiro me segurar.

Sento na cadeira a sua frente, cruzo minhas pernas e abro a capa do meu iPad entrando no bloco de notas. Percebo o olhar atento se Sartori em qualquer movimento que eu faça. O encaro arqueando as sobrancelhas. E é nesse momento que percebo o que e quem ele é.

Dante Sartori é um dominador.

Seu olhar intenso está me dando uma ordem clara 'abaixe a cabeça e desvie o olhar'. Ele está acostumado com as pessoas, principalmente mulheres, se submetendo a ele, mesmo em um contexto fora do sexual.

Um sorriso ladino aparece nos meus lábios pintados de vermelhos e sustento seu olhar. Eu não tenho nenhum fio de cabelo submisso no meu corpo, seja na vida profissional, pessoal ou sexual. Eu nunca me submeteria a Dante Sartori.

Arrasto a cadeira da sua frente sem desviar meus olhos dos seus, me acomodo e abro a capa do tablet para iniciar a nossa reunião.

"Você é atrevida, não é?" Um sorriso malicioso aparece no canto dos seus lábios.

"Aos negócios, Sr. Sartori!" Não dou brecha para as suas gracinhas. Ele se remexe na cadeira, arruma a gravata como um gesto nervoso e assume sua postura de poderoso chefão. "Você leu o relatório que enviei ontem?"

"Sim, Scarlet. E confesso que me surpreendi com a riqueza de detalhes."

"Eu te disse, sou boa no que faço." Dou de ombros. Ele abre e fecha a mão. Gostaria de me dar um tapinha, Sr. Dom?

"Continue assim e manterá seu emprego." Um sorriso cínico aparece em seus lábios. "Bom, acho apenas que precisamos mudar alguns dos produtos oferecidos aos nossos clientes." Começo a digitar no tablet. "As bebidas não vamos precisar mexer, meu pai tinha um ótimo gosto para whisky e vodka. Mas nos brinquedos sexuais acho que ele estava bem desatualizado, além de ser um gasto da maneira que estão sendo usados. Veja bem, meu pai optou por investir em uma empresa que faz a desinfecção de produtos depois de usados, certo?" Assinto. "Então nós estamos perdendo dinheiro!" Franzo o cenho.

"Continue." Ele suspira.

"Minha ideia, Scarlet, envolve em lucrar com os brinquedos sexuais. Em alguns motéis oferecem camisinha diferenciadas, alguns vibradores e outras coisas, pra você utilizar você precisa pagar. E se fizermos isso? Vamos comprar vários brinquedos e atrativos e disponibilizar nos quartos do segundo andar, ao final, os usuários pagam e os levam embora, nosso único trabalho será repor."

"Sim, é uma boa ideia." Mordo a ponta do meu dedo pensativa. "Teríamos que ter sempre em estoque, mas nosso lucro seria maior do que mandar para higienização." Animada abro um novo arquivo e início uma lista. "O que vamos comprar primeiro?"

Minha doce obsessãoOnde histórias criam vida. Descubra agora