Um bip-bip contínuo me faz despertar. Abro os olhos lentamente, me acostumando com a claridade, entretanto, a calma e tranquilidade do despertar pós um sono profundo abandona meu corpo ao me lembrar dos faróis do carro vindo em nossa direção. Puxo o ar com força, completamente assustada, sento na cama, com o coração quase saindo da boca.
"Meu amor..." A voz doce de Margareth chama minha atenção. A mulher negra e baixinha se aproxima da cama onde estou, abalada e com lágrimas nos olhos.
"O que houve, Margareth? Isso é um hospital?" Coloco a mão na cabeça, tentando fazer a dor insuportável passar enquanto olho em volta, procurando Jason, meu namorado.
"Sim, no hospital, meu bem." Ela limpa uma lágrima de sua bochecha.
Porquê minha sogra chora tanto? Eu estou bem, afinal... Talvez um hematoma ou outro apareça, mas nada preocupante.
Novamente olho em volta, mas dessa vez a procura de Jason. Não o encontro. Ele estaria em outra quarto? Talvez fazendo algum exame?
Quando um soluço escapa dos lábios de Margareth um arrepio atravessa minha espinha e uma certeza chega até mim: algo aconteceu com Jason e a culpa é toda minha.
Ontem foi o nosso último dia de aula. Jason decidiu não ir a festa da minha irmandade porque no dia seguinte teria uma entrevista para estagiar em uma empresa de engenharia civil. Me lembro de estar bebendo muito e reclamando que sentia falta dele... Na madrugada decidi ligar e ver se ele poderia me buscar. Apesar de ter seu compromisso no dia seguinte Jay fez questão de me atender, afirmar que estava a caminho e, claro, soltar piadinhas infames sobre o que eu lhe daria como pagamento por ser um ótimo namorado.
Quando estacionou eu já estava na frente da casa. Jay desceu, cumprimentou alguns conhecidos e espalmou as duas mãos na minha bunda, me puxando para perto e beijando meus lábios. Você me deve um boquete delicioso, gatinha. Ele afirmou enquanto dirigia de volta para sua casa. Após isso, apenas me lembro dos faróis e do meu grito incessante.
"Jason..." Sussurro seu nome. "Onde está o Jason?" Estou quase histérica a essa altura.
"Meu filho está morto!" Margareth sussurra.
"Não! Não é verdade!" Me coloco em pé para buscar por Jay, mesmo sentindo tontura, me seguro na cama e tento ir em direção a porta.
"Sacarlet..." Margareth sussurra meu nome e tenta me alcançar. Respiro fundo e continuo a me deslocar até a porta, mesmo apoiando nos móveis. Porém, sinto minhas forças indo embora, por sorte, sou amada por Tomas, meu sogro.
"Menina! Onde você está indo?" Assim como a esposa, Tom está abatido e com os olhos vermelhos. Me debato quando ele tenta me levar novamente para o leito.
"Jay, eu preciso encontrar o Jason! Onde ele está, Tom?" As lágrimas me impedem de desvendar a expressão do homem, mas o ouço suspirar.
"Um bêbado bateu no carro de vocês, Scarlet." A voz de Tom embarga. "Por sorte Jason conseguiu tirar para a direita e evitar uma colisão frontal, mas o carro capotou e infelizmente Jay estava sem cinto de segurança e foi lançado para fora do carro."
"Ah, Deus!" Meu coração está sangrando. Nunca senti tamanha dor.
"Ele foi socorrido com vida, mas apresentou um traumatismo craniano grave e hemorragia interna, nosso menino não sobreviveu às abordagens cirúrgicas"
"Não! É mentira! É mais uma piadinha de Jason! Vou atrás dele e acabar com isso!" Arranco o acesso venoso do meu braço e novamente levanto da cama, caindo de joelhos no chão.
"Enfermeira!" Ouço Margareth gritar.
Uma enfermeira e uma médica entram e tentam me acalmar. Porém, as lágrimas e a dor dilacerante do meu peito não permitem. Me debato e tento levantar para sumir dali, não tenho essa chance, sinto uma agulhada no meu braço e de repente tudo escurece.
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Minha doce obsessão
RomanceEla é um espírito livre. Ele dominador. Ela é fogo. Ele é gasolina. Ela grita preto. Ele sussurra branco. Ela ama swing. Ele ama BDSM. O mundo diz que os opostos se atraem, entretanto, isso seria uma verdade absoluta? Qual a probabilidade do italian...