Capítulo 2

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3 anos depois
(L)Os anos vão passando e a implicância não diminui pelo contrário aumentaram, meus amigos não vão mais na minha casa, sou eu que vou para deles.
Meu pai e eu já somos quase estranhos... Eu trabalho e estudo e quando estou em casa ele está sempre dormindo já que é Uber.
3 anos depois minha formatura como anestesista chega e a família se reúne para festejar.
20 de janeiro de 2018 um dia antes do meu aniversário de 27 anos a formatura foi um sucesso, resolvemos adiantar minha festa de aniversário já que todos estavam reunidos.
Comemoramos, dançamos, nos divertimos como uma grande família feliz,como há muito tempo nós não éramos.
Meus amigos chegaram e logo foram embora por causa dos olhares constrangedores da minha família, combinei com eles de nos encontrarmos mais tarde no Empório café no coração de João pessoa.
Um lugar que você olha e nunca diria que é uma boate gay, porque de dia é um bom lugar para tomar um café com comidinha gostosas já à noite bem... A coisa muda de figura.
(Alex). Bem típico você né, Lucas. Até quando você vai se esconder? Dos outros e de você mesmo?
(L). Não enche vai.
(Benjamin). Parabéns pela formatura, meu anestesista preferido.
(L). Obrigado por virem, eu amo vocês.
Nos vemos mais tarde.
Abraço meus amigos e entro em casa.
Todos já estavam cansados alguns familiares já tinham ido para casa, me arrumo e sem que minha família perceba saio somente uma prima minha doce Aiane, sabia de mim e me acobertava sempre ela era nova 20 anos, meio sem noção mas parceira.
Me encontrei com os meus amigos e meia-noite eles me surpreenderam com o bolo e parabéns no meio da balada.
-Que lindo! Eu amo vocês obrigado. Obrigado não precisava.
(Benjamin). Precisava sim Lucas, me dá cá um abraço.
(L)Nos divertimos tanto beijei alguns gatinhos e dispensei outros.
Um  em especial,carinha arrogante que pensa que pode pegar todos mas a mim não.
4:30 da manhã meus amigos já estavam embriagados e eu precisava dormir um pouco já que tinha que estar no consultório às 8 horas da manhã por isso eu não tinha bebido.
(Zé Alfredo)Lucas saiu. Aposto que foi encontrar aqueles amigos esquisitos e deve dormir por lá. Preciso dar um jeito nisso.

(Zé Alfredo). A família já tinha ido embora e os poucos que sobraram os estavam espalhados pelo chão dormindo recebo uma notificação do Uber uma corrida no centro o dinheiro pela corrida é bom descido aceitar pelo endereço já imagino aonde seja.
Essa boate, um  inferninho... Com esses viadinhos, mas no final de semana são eles que me fazem trazer dinheiro para casa.
Troco minha roupa e vou até o centro entre 2 jovens e enquanto espera o sinal abrir eles conversavam animadamente.
(Gil). Ei Alberto, não foi hoje que você pegou aquele gatinho.
Que fora foi esse que ele te deu.
(Alberto).É. Mas eu não vou me dar por vencido aquele filézinho será meu.
(Gil). Duvido muito. Vamos fazer uma aposta? No próximo final de semana você vai à luta.
(Alberto). Preciso confirmar que ele vai estar aqui.
(Gil).Ah... É mesmo esqueci que seu filézinho é médico.
(Zé Alfredo). Bando de bichas desocupadas.
(Gil). O seu médico filézinho, como é mesmo o nome dele?
(Alberto). Lucas.
(Zé Alfredo). Quando ouvi a palavra Lucas, meu peito apertou. O sinal abriu e eu coloquei o carro em movimento.
(Alberto). Lucas Guimarães.
(Zé Alfredo). Quando escutei o nome do meu filho freei bruscamente olhando para eles.
(Gil). Tá doido meu irmão, preste atenção.
(Zé Alfredo). Me desculpe, um cachorro atravessou a rua.
(Gil). Tudo bem continue.
Olhe Alberto,você deu azar olhe lá seu filézinho saindo acompanhado.
(Zé Alfredo). Olho para fora do carro e vejo o Lucas sorridente junto com aqueles dois delinquentes, Lucas carregava um pedaço de bolo e os dois passavam glacê pelo seu rosto beijando-o no final.
O que era aquilo? O que significava aquilo?
(Gil). Olha ali... Olha ali é um trisal. Rsss. Perdeu papai.
(Zé Alfredo). Trisal? O que é isso? Falo saindo dali.
(Gil). Um casal tio. Mais um casal de três.
(Zé Alfredo). Não é possível. Não é possível. Meu filho não é gay.
Meu filho não pode ser gay.

(Zé Alfredo). Deixei os passageiros no endereço indicado e fui para casa.
Andei pela casa olhei as fotos em um porta-retrato de Lucas pequeno e não acreditava no que eu tinha visto as palavras daqueles moleques estava na minha cabeça e eu tinha um nó na garganta, peguei uma garrafa de whisky que tinha sobrado da festa e me sentei no quintal digerindo aquela cena ridícula e as palavras daqueles garotos...Um trisal... Lucas meu filho não posso ser gay, que isso... Isso é tão ridículo.
Tanto que eu avisei, tanto que eu avisei mas ele não me escutou eu vou resolver isso agora mesmo.
Amanheceu e eu nem percebi, olho o relógio já são quase 8 ele deve ir para clínica aquele depravado.
(L). Acordo feliz. 27 anos quem diria hein Lucas. Rss.
Confiro meu e-mail estou esperando a classificação de um concurso que fiz uns 20 dias meu professor me incentivou disse que até me chamarem eu já estaria com meu diploma em mãos.
Mas nada. Será que eu não passei hoje eles mandariam local onde eu precisaria conferir o edital.
Ah estou atrasado preciso ir para clínica.
(Alex). Já vai Lukinhas?
(L). Já amigo, Estou atrasado.
(Alex). Espere. Estamos indo para loja,eu te deixo lá.
(L). Saímos de casa a clínica era perto e Alex e Benjamin me deixam em frente à clínica,desço comprimento algumas pessoas que estão ali na frente e entro.
(Alex). Lucas sua bolsa... Lucas...
Só não esquece a cabeça porque está presa no pescoço. Espere aqui Ben  eu já volto.
Desceu do carro indo atrás de Lucas dentro da clínica.
Ei Lucas...
Lucas me olha emocionado.
O que foi amigo? O que foi?
(L). Eu passei. Passei no concurso... Mandaram o edital pelo e-mail acabo de abrir, olha aqui, primeiro lugar.
Ai meu Deus! Eu consegui.
(Alex). Amigo isso é Mara... Vem cá me dá um abraço.
Puxo Lucas para um abraço e pulamos de felicidade quando sou puxado com agressividade para longe de Lucas caindo no chão.
(Zé Alfredo). Que pouca vergonha é essa. Lucas você não tem vergonha mesmo, no meio da sociedade.
E você seu verme imundo,se afaste do meu filho seu viado escroto.

(L). Pai... O que é isso? Alex você está bem? Tento ir para perto do meu amigo mas meu pai me segura.
(Zé Alfredo). Você não tem vergonha, eu já te disse um milhão de vezes para você se afastar dessa gente.
(L). Pai o senhor está bêbado?
(Zé Alfredo). Não o suficiente para ver você se agarrando com outro macho no meio da sociedade.
(L). Fico meio perdido com as palavras do meu pai respiro fundo e digo:
Pai acalma esse é o meu local de trabalho. Vamos conversar quando eu chegar em casa.
(Zé Alfredo). Eu não quero conversa Lucas Guimarães. Eu não quero nem saber. Nós vamos para casa agora.
(L). Eu não posso. Preciso trabalhar.
(Zé Alfredo). Eu disse agora Lucas.
Saio arrastando Lucas pelo braço o jogo no carro e o levo para casa.
Chego em casa e abro a porta do carro.
-Saia do carro Lucas.
(L). Não saio.Enquanto não me explicar o que foi aquilo?
(Zé Alfredo). Sai agora. Eu estou mandando seu infeliz.
Puxo Lucas para dentro de casa e toda a família estava feliz preparando o café,inclusive sua mãe que havia dado ar da graça.
(Ana). Mas o que está acontecendo aqui? Que agressividade é essa Zé.
(Zé Alfredo). Pergunte para o seu filho. Ontem eu o vi saindo de uma boate,bem animadinho fazendo uma orgia com aqueles dois viadinhos.
(L). Pai não fale assim, eles têm nomes Alex e Benjamin. Eles são pessoas de bens como qualquer outro que está aqui nessa sala.
(Zé Alfredo). Quantas vezes eu vou ter que repetir Lucas, se você anda com gay você automaticamente é um gay.
A partir de hoje eu não quero te ver ao lado daqueles dois depravados.
(L). Me sinto sufocado e toda aquela pressão e gritaria me fez gritar: MAS EU SOU GAY.
(Zé Alfredo). O que você disse?
(L). Meu pai me pergunta assustado.
-. Eu sou gay.
Sinto minhas lágrimas descerem, olho em volta e a minha família me olhava com desprezo, minha mãe me olhava com desespero eu não tinha ninguém para me apoiar.
Eu sou gay... Eu também sou gay Pai,eu não vou me afastar dos meus amigos porque eu sou como eles.
Eu sou gay... Eu tentei mudar, tentei não ser, Mas eu sou...
(Zé Alfredo). Cala essa boca... Cala essa maldita boca,seu desgraçado, depravado,vagabundo, cala essa boca.

(L). Pai eu...
(Zé Alfredo). Eu não quero que você diga nada. Você tá ouvindo Ana o que esse teu filho está falando.
(L).Olho pra minha mãe que chorava, mas sem dizer uma palavra tento falar novamente mas meu pai me interrompe.
(Zé Alfredo)Você é uma vergonha para mim, você me enganou esse tempo todo. Você não é a pessoa que eu pensava que era, eu tenho nojo de você.
Você não é mais meu filho eu não quero ter um filho como você.
Avanço com fúria para cima de Lucas.
(Ana). Não... Não se atreva a bater no meu filho.
(Zé Alfredo). Agora você lembrou que tem filho. Pois bem.
Você não é mais meu filho,se você escolheu ser gay,ser a vergonha da família,eu escolho não ser mais seu pai.
Preferia que você não tivesse nascido.
(L). Cala a boca... Cala a boca. Me abaixo tampando os ouvidos.
Pai por favor, me escuta... Me escuta,por favor.
(Zé Alfredo). Não me chame assim, eu não tenho mais filho.
Meu filho morreu.
(Tia). Ele sempre foi diferente, como você não percebeu o Zé?
(Primo). Ele era esquisito, sempre com as meninas não gostava de bola de pipa nada do que gostávamos ele gostava de brincar de casinha e de cozinhar. É uma bixona.
(L). Fico ouvindo sem acreditar, que a minha família, as pessoas que deveriam me amar estavam falando sobre mim.
(Zé Alfredo)Eu queria que você não tivesse nascido está me ouvindo, queria que tivesse nascido morto. Se eu soubesse que ia ser gay, meu único filho que gay... Eu não quero. Eu não aceito.
Eu preferia que estivesse morto está me ouvindo
Agora suma da minha frente.
(L). Meu pai fala me empurrando me fazendo cair no chão e me chutando.
(Tia) Ai o que vão dizer os nossos amigos,que na família Guimarães tem um viado que horror! Você passar na rua evite me cumprimentar.
Eu não quero ser vista com você. Vê se você se esconde para fazer essas suas sem vergonhices.
Que nojo! Que decepção Lucas.
(Zé Alfredo). Você é um maldito. Acabou com o nome da nossa família, um degenerado que envergonhou a nossa família uma aberração. Eu nunca mais poderei andar com a cabeça erguida pelas ruas de João pessoa,por sua causa seu viadinho de merda.

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