CAPÍTULO XIV - LARA, NOSSA TENISTA #1

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NARRADORA

O último mês havia sido agitado para Rafaella, além das aulas no clube, sessões semanais de terapia e idas ao apartamento de Gizelly, ela vinha se dedicando a preparar Lara para o torneio que aconteceria no próximo fim de semana. A garota estava realmente empenhada nos treinos que aconteciam diariamente na quadra do condomínio onde morava, sob uma série de recomendações e limitações impostas pela mãe.

A advogada já havia se acostumado com a ideia de que Lara tinha realmente algum futuro no tênis, mas ainda assim não permitia que ela fosse além de seus próprios limites, a saúde e bem estar vinham sempre em primeiro lugar.

Naquela manhã de sábado o sol brilhava intenso no céu completamente límpido, contrariando todas as previsões meteorológicas para aquele dia. As três tomavam café acomodadas na sala de jantar, enquanto Lara tagarelava sobre o quão ansiosa estava em participar de seu primeiro torneio.

— Tia Rafa, você acha que eu tenho chances de ganhar? – A garota questionou após mais um gole em seu achocolatado. A marca de leite acima do lábio deixava a cena ainda mais adorável.

— Claro que tem, pequena. – Lhe ofereceu um sorriso carinhoso e balançou levemente a cabeça. – Você é sem dúvida alguma a minha melhor aluna, mas lembre-se que se divertir é mais importante do que qualquer outra coisa, certo?

Completamente satisfeita e feliz com a resposta de Rafaella, a advogada buscou sua mão sob a mesa e entrelaçou os dedos em um gesto de agradecimento.

— Eu sei, a mamãe sempre me diz isso, mas eu quero muito ganhar.

— Nós faremos o possível pra que isso aconteça, tudo bem? Agora, o que acha de ir buscar suas coisas pra irmos até a quadra?

— Eu acho ótimo, tia Rafa.

Antes mesmo que Gizelly pudesse se manifestar, a filha correu para o quarto em busca dos equipamentos esportivos. Apesar de concordar com as aulas extras, ainda tinha receio de que a filha estivesse se pressionando demais em razão do torneio.

Envolvidas em um silêncio que começava a incomodar, as duas se encararam por longos segundos até que a advogada se manifestasse sobre o que tanto a afligia.

— Rafa, eu... – O tom saiu baixo e os olhos castanhos transpareceram toda preocupação que Gizelly sentia naquele momento. – Eu sei que você confia muito no potencial da Lara, mas tenho medo do que um possível resultado negativo possa causar.

— Infelizmente não posso te prometer que ela vá vencer. – Deslizou uma das mãos pela bochecha em uma carícia suave e sorriu carinhosa. – Mas garanto que eu estarei aqui pra apoiá-la independente de qualquer resultado, se você achar que ela não tá pronta, podemos desistir ainda.

— Não, eu prometi que ela participaria, não quero que minha filha pense que não pode confiar na própria mãe.

— Você é a super-heroína dela, meu bem. É impossível que não confie, mas entendo o seu receio.

— Como você consegue ser tão convincente com meia-dúzia de palavras, hein? – Se aproximou um pouco mais de Rafaella e sorriu enquanto deslizava vagarosamente os lábios pela bochecha.

— Não sei, acho que é algum tipo de superpoder. – Fechou os olhos ao sentir o toque macio em sua pele e sorriu completamente rendida. – Você vai me beijar agora? – Questionou em meio a um suspiro.

— Eu vou te beijar agora.

Aproveitando os poucos segundos a sós, se envolveram em um beijo gostoso, as mãos deslizaram preguiçosamente pelas costas, mantendo os corpos ainda mais próximos.

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