CAPÍTULO VII - JUSTIFICATIVAS

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NARRADORA

Gizelly não fazia ideia de quantas peças já havia experimentado àquela altura, mas nada parecia bom o bastante e ela sentia-se uma completa boba por se importar tanto com um simples encontro. Não era o primeiro e tampouco seria o último, mas pensar em Rafaella a deixava ligeiramente nervosa.

Ponderou se deveria recorrer à melhor amiga, mas se vendo sem outra opção, buscou seu celular e buscou o seu contato, selecionou a chamada de vídeo e pediu ao universo que Manoela estivesse disponível, mesmo num sábado à noite.

M: Oi, amiga, tá tudo bem? – Acenou alegremente assim que Gizelly apareceu em frente à tela. – O seu encontro não é tipo daqui a uma hora? Porque você ainda tá só de lingerie?

G: É exatamente por isso que eu te liguei. – Levou uma das mãos a têmpora e não evitou a cara de choro. – Eu simplesmente não sei o que vestir, Manu.

M: Como assim? No seu closet tem tipo uma dúzia de possíveis combinações que vão te deixar nada menos do que perfeita. – Franziu a testa verdadeiramente confusa. – Você não conseguiu escolher algo porque tá achando que nada é bom o bastante pra fazer a tenista gostosa cair aos seus pés?

G: Claro que não, Manoela. – Revirou os olhos e sentou-se na beirada da cama. – É só um encontro, não é como se eu quisesse fazer a mulher se apaixonar por mim, só quero me sentir bonita.

M: Como se você precisasse de muito pra ficar magnífica. – Repreendeu o pequeno momento depreciativo da amiga. – Mas vamos lá, calça e blusa ou vestido?

G: Vestido. – Olhou rapidamente para a pilha de roupas atrás de si e suspirou derrotada. – Eu experimentei pelo menos uns cinco, mas não consigo me decidir entre preto, vermelho, branco ou azul escuro.

M: Me mostra o preto e o vermelho. – Aguardou a amiga vasculhar toda aquela bagunça em busca das duas peças. – Veste o vermelho primeiro.

Gizelly apoiou o celular na mesa de cabeceira e fez o que a amiga lhe pediu. Assim que o vestido assentou em seu corpo, levou as mãos ao tecido tentando desamarrotá-lo minimamente.

G: E aí? – Se afastou o suficiente para que a amiga a visse de corpo inteiro. Deu uma pequena volta para que ela visse suas costas e aguardou o veredito.

M: Nada mal e sua bunda fica realmente muito gostosa nesse vestido, mas quero ver o preto, tenho um bom pressentimento sobre ele. – Bateu palmas como se estivesse assistindo a um show.

Se desfez do vestido vermelho e se apressou em provar o modelo preto, já que não tinha tanto tempo para finalizar a maquiagem e o cabelo. Se aproximou novamente da tela e levou as mãos à cintura.

M: É esse, absolutamente, sem nenhuma dúvida. – Afirmou diversas vezes com a cabeça e sorriu por ter conseguido ajudar a amiga sempre tão indecisa. – Agora escolhe um salto que vá realçar essas pernas maravilhosas e pronto, você vai deixar a Rafaella babando.

G: O que seria de mim sem você, hein? – Sorriu genuinamente e mandou um beijo para a melhor amiga. – Agora preciso correr ou vou acabar me atrasando, a gente se fala depois, bebê. Te amo, obrigada por sempre me salvar.

M: Estou sempre às ordens. – Acenou para se despedir, mas antes não deixou de alfinetá-la. – Se for leva-la pro seu apartamento, cuidado pra não acordar o prédio todo, hein? Tchau, te amo.

Antes que pudesse respondê-la, a ligação foi encerrada. Gizelly encarou o celular incrédula pela coragem de Manoela, mas sem tempo para reclamações, saiu em busca de suas sandálias de salto alto.

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