RAFAELLA KALIMANN
Hoje faz exatamente um ano que ela se foi. Um ano do dia que tinha tudo para ser o mais feliz da minha vida, mas acabou se tornando a minha lembrança mais dolorosa.
Não tem um dia que eu não sinta a sua falta, que eu não me questione sobre como as coisas poderiam ter sido diferentes se aquela maldita mulher não a tivesse tirado de mim.
Por mais incrível que pareça, a nossa pequena é quem tem feito com que eu me mantenha de pé. É por ela que eu me esforço diariamente, porque sei que a Lara merece que eu seja uma boa mãe.
Nós somos uma família, agora mais do que nunca.
Na outra noite ela me chamou de mamãe pela primeira vez e eu não soube exatamente como reagir, mas fiquei tão feliz e desejei tanto poder compartilhar aquele momento com a minha Gizelly.
Brincadeirinha! hahahahahahahaha não me matem, por favor!
GIZELLY BICALHO
Tudo que eu conseguia ouvir eram vozes desesperadas me chamando, mas minha cabeça estava confusa demais para identificá-las. Meu corpo parecia pesar uma tonelada e uma dor insuportável irradiava de alguma parte dele, mas não me atrevi a tentar descobrir, pois qualquer mínimo movimento parecia piorar a sensação.
— Gi, fala comigo. – Senti mãos frias e trêmulas tocarem delicadamente meu rosto. – Amor? Consegue me ouvir?
Tentei abrir os olhos aos poucos, mas tudo não passava de um grande borrão.
— Rafa? Cadê a minha filha?
Ao pensar que algo poderia ter acontecido a ela, tentei me apoiar em um dos braços, mas assim que o forcei, senti tudo girar e àquela dor me atingir de uma forma ainda mais intensa.
— Calma, não se mexe, amor. – Os olhos verdes me encararam num misto de carinho e preocupação. – A Lara tá bem.
— Ela acordou. – Ouvi a voz de Manoela próxima a mim, mas não soube em que direção ela estava.
— Mamãe. – Sem medir sua ação, minha filha se jogou sobre meu corpo e me abraçou com força, me fazendo gemer de dor. – Eu achei que você tinha morrido.
Ela estava tão assustada e não parava de chorar um segundo sequer.
— O que? Não, eu... – Tentei focar em seu rosto e me forcei a sorrir, mas até isso parecia doloroso. – A mamãe tá aqui, meu amor.
— Mas você machucou o rosto e o braço. – Seus olhos estavam arregalados e ela se desesperou ao desviar a atenção até ele. – Tem muito sangue.
Com a visão menos turva, acompanhei seu olhar e logo descobri de onde vinha aquela dor. Provavelmente meu braço estava fraturado. Respirei fundo e apertei os olhos ao sentir uma pontada na cabeça.
Havia uma pequena multidão à minha volta, alguns rostos eu conhecia, outros pareciam ser apenas curiosos tentando descobrir o que tinha acontecido.
Será que eu estava pior do que imaginava?
Logo que afastaram Lara de mim, tentei mover as pernas e o outro braço para saber a extensão das lesões, mas fui rapidamente contida por minha namorada.
— Amor, a ambulância já tá chegando, não se mexe e tenta manter os olhos abertos, tudo bem? – Rafaella tocou novamente meu rosto e pude notar que seus olhos também estavam vermelhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Match Point | ⚢
FanficDuas situações distintas, mas igualmente traumáticas, foram capazes de levar Rafaella e Gizelly ao mesmo destino: o fundo do poço. De um lado, uma talentosa tenista viu sua carreira promissora ser prematuramente interrompida após uma grave lesão e t...