Eu corria pelos corredores como um louco, não fazia tanto tempo desde que meus sogros me ligaram avisando que meu namorado havia tido uma piora na sua saúde e que precisavam de mim no hospital.
Fazia algum tempo que Kim Sunwoo teve que ser internado por conta de um problema de saúde que descobrimos recentemente e que estava sendo tratado, porém nossa preocupação não cessou já que a qualquer momento Sun poderia ter uma crise de ansiedade, algo que estava se tornando cada vez mais recorrente no dia a dia.
— Sunghoon! — Minha sogra me chamou e me deu um forte abraço assim que apareci no corredor — Que bom que chegou, garoto.
— Como ele está?
— Sinto muito, ninguém estava lá quando o Sunwoo teve a crise então não tiveram tempo o suficiente para salvá-lo — Meu sogro disse, abaixou sua cabeça e pude ver as lágrimas descerem pelo seu rosto.
— O Sun...Ele...
— Sim, querido. Sunwoo está morto — Foi o que eu ouvi da minha sogra antes que minha visão escurecesse e caísse no chão.
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— SUNGHOON! HOON, EU TÔ AQUI — Meu melhor amigo, Jake, correu na minha direção e me abraçou. Era um pouco estranho pois estávamos no banheiro do nosso local de trabalho, mas isso não importava quando Jake me via tendo outra crise.
Eu estava encolhido em um canto, tremendo e chorando mesmo que já sentisse meus olhos ardendo e a garganta doendo, Jake se sentou ao meu lado e me abraçou, acariciando o meu rosto e pedindo para que me acalmasse.
As crises se tornaram comuns desde que o grande amor da minha vida morreu, eu tinha apenas 17 anos quando tive que me despedir para sempre de Sunwoo. Eu sempre soube que ele era o garoto que me completava, aquele que me fazia me sentir vivo e realizado de todas as formas possíveis, era com ele que imaginava casar e ter filhos.
Mas tiraram ele de mim e não pude nem me despedir, nem mesmo no seu enterro eu pude ir pois meus pais tiveram que me levar para nossa nova casa em outra cidade, foi contra minha vontade e eu nunca pude voltar para ver o seu túmulo. Talvez isso tenha feito com que a minha ficha em relação à sua morte nunca caísse, eu ainda esperava que fosse uma brincadeira e que de repente ele iria aparecer e dizer que me amava e estaria comigo.
Meus pais não me deram suporte, eu cresci tomado por essa dor e cada mês eu só piorava e me afundava mais. Se não fosse por Jake e meus filhos, eu já não teria mais razões para estar vivo.
Constantemente o meu desejo era morrer e poder ficar com Sunwoo pela eternidade.
— Ele está bem, Sunghoon! Mas não vai conseguir descansar completamente sabendo que você está sofrendo — Jake me apertou nos seus braços e falava baixinho no meu ouvido — Você não pode ficar assim, já se passaram dez anos, é hora de seguir em frente.
— Eu já segui em frente..
— Casar com uma pessoa e ter filhos por obrigação, odiar o próprio trabalho e ter crises de ansiedade ao lembrar do passado e principalmente ao lembrar de Sunwoo. Me diga, onde isso parece bem para você? — Ele limpou as lágrimas do meu rosto e segurou minhas mãos.
Ele estava certo, depois que Sunwoo morreu a minha vida se tornou um gigantesco caos, ironicamente todos aos meu redor — com exceção de Jake — achavam que eu era sortudo e tinha uma vida perfeita. Se eles soubessem que minha vida estava muito longe de ser assim, coitados.
— Eu queria acordar e descobrir que tudo isso foi um pesadelo, queria que Sunoo estivesse ao meu lado..
— Meu amor, eu sei que isso é assustador mas precisa entender que ele não vai voltar e se continuar desse jeito corre o risco de perder o seu emprego também.
Jake estava certo de novo, eu era um grande idiota por estar chorando por algo que aconteceu há dez anos atrás. Eu deveria superar, Sunoo não iria voltar, isso não era um sonho ruim.
Enquanto eu chorava e me tremia de nervoso, Sunoo não era mais nada além de ossos de baixo da terra.
Me levantei com um pouco de dificuldade por conta da tremedeira e caminhei até a pia, lavei o meu rosto com água e Jake me entregou uma toalhinha sua para secar meu rosto. Saí do banheiro sem dizer nada e fui para o meu escritório.
Eu nunca quis trabalhar com contabilidade, essa não era minha praia mesmo que gostasse de números, Sunoo sempre me motivou para seguir meu sonho de ser escritor, porém eu cresci e comecei a pensar como meus pais. Livros não me dariam dinheiro, e se o Kim não estaria comigo para realizar esse sonho então não valia a pena.
Após mais um dia entediante dentro dessa empresa, pude ir embora e fui para o meu carro e decidi ligar o rádio e deixar tocar qualquer música, era melhor do que ficar ouvindo apenas o barulho dos outros carros de outras pessoas estressadas com seus empregos querendo chegar em casa logo. Diferente deles, eu não me sentia feliz nem na minha própria casa.
Quer dizer, quando estava com meus dois filhos eu me sentia um pouco mais vivo, eles possuíam a aura animada e contagiante que Sunoo tinha quando estava vivo, porém ao lembrar que chegaria e encontraria minha esposa já me batia uma tremenda decepção. Eu não a amava, foi um casamento baseado em negócios, eu estava começando a ganhar bem e os seus pais eram ótimos acionistas para a empresa em que eu trabalhava.
No começo eu tentei me apaixonar e já cheguei a pensar que gostava dela de alguma forma, mas não adiantou, no dia do nosso casamento eu aceitei o fato que ninguém nunca vai conseguir ocupar o lugar de Kim Sunwoo no meu coração.
Uma parte de mim sempre estará com o Kim, uma grande parte de mim morreu com ele e está enterrado há sete palmos de baixo da terra em outra cidade, bem longe de Seul.
Eu já aceitei que jamais vou conseguir voltar a ser o mesmo Park Sunghoon animado que fui há anos atrás.
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Olá olá olá cheguei com uma fanfic nova que promete muito choro.
Mas vocês sabem como eu sou, não vivo apenas de lágrimas e ódio de vocês, prometo um pouco de boiolagem também.
Espero que gostem e deem tanto amor quanto dão para as outras obras, eu amo muito todos vocês.
Tchauzinho 💕
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ᴇᴛᴇʀɴᴀʟ ᴛʀᴜᴇ ʟᴏᴠᴇ
FanfictionCapa feita por @W-WINDY do Graphic TASTE OF LOVE Sunghoon tinha uma vida perfeita. Um bom emprego, uma família bonita e uma casa confortável. Mas nem todos sabiam o que se passava dentro daquele, até então, lar perfeito. Mesmo casado e com filhos...