— Então...Eu estou curioso, o que aconteceu depois que fui embora? — Perguntei para Sunoo, admirando o seu rosto e como o seu estilo continuava o mesmo, roupas fofas e coloridas combinavam com ele e sua personalidade adorável.
— Depois que saí do hospital comecei a procurar por você em todos os cantos possíveis, mas como esperado eu não tive mais notícias e tive que seguir em frente. Fui para faculdade de botânica e depois disso me mudei para Seul e começar a minha vida, trabalhei como um condenado até conseguir abrir a minha floricultura, mas valeu a pena — Sun sorriu e levou até sua boca o suco de pêssego que havia pedido junto com seu bolo de morango — E...Eu arranjei um namorado, conheci ele na faculdade e estamos juntos há um ano.
Confesso que me desanimei ao saber que Sunoo estava namorando, mas não era como se eu pudesse falar alguma coisa, certo? Assim como eu, Sun também estava seguindo em frente e não estava errado em tentar arranjar um novo amor. Talvez ele tenha conseguido encontrar alguém que o amava e ele amava de volta, estava tudo bem.
— Bom...Fico feliz em ouvir essas coisas, eu lembro como você dizia com um sorriso no rosto sobre como seria quando abrisse sua floricultura — Abri um sorriso nostálgico. Sunwoo sempre quis trabalhar com flores, era o seu sonho e falava disso com muito orgulho, eu também me sentia orgulhoso por ele ter conseguido conquistar os seus sonhos.
— É, eu consegui realizar meu sonho! E você? Já publicou um livro? — Me encostei na cadeira e abaixei a cabeça.
— Como te contar que minha vida se tornou ladeira abaixo desde de "sua morte"? — Levantei a cabeça novamente e o olhei nos olhos — Fiz faculdade de administração ao invés de letras, me casei por conta de negócios e tive dois filhos que não foram planejados, porém são um dos poucos motivos pelo qual eu não desisti da minha vida e....Aqui estou eu. Um emprego que eu não gosto, uma esposa que eu não amo e vivendo uma vida que não foi nem um pouco como eu planejei.
— Oh...Sinto muito — Ele fez um bico fofo e colocou sua mão em cima da mesa, indo até a minha e a segurando — Eu vou ser sincero com você, eu também não amo o cara que estou me relacionando, Niki é como um melhor amigo e estar com ele é confortável, porém não sinto nada que sentia...Quando estava com você.
— Eu tentei amar a minha esposa, juro que fiz o meu melhor. Porém não teve jeito, o meu coração sempre esteve nas suas mãos — Eu apertei a sua mão e o vi dar um sorriso tímido e suas bochechas ficarem vermelhas.
— Se passaram dez anos, mas na minha visão você continua parecido com o Sunghoon de 17 anos que eu conheci, só que com uma carinha de cansaço agora.
— E você continua o mesmo Sunoo de 16 anos que eu fui forçado a deixar 'pra trás. O mesmo estilo, o mesmo sorrisinho, o mesmo brilho nos olhos e o mesmo jeitinho envergonhado quando recebe um elogio ou dizem algo bonito 'pra você — Eu devia estar sorrindo como um idiota nesse momento, mas era impossível não agir como um bobo na sua presença. O meu coração batia como não fazia há anos, aquele calor que percorria pelo corpo e a sensação de borboletas no estômago estavam de volta.
— Você continua sendo observador — Ele riu e abaixou a cabeça, tentando disfarçar o seu rosto vermelho como pimenta — Me fala dos seus filhos, como eles são?
— São gêmeos, Younghoon e Eunchae, eles tem oito aninhos e possuem uma energia invejável e são bem criativos e curiosos — Eu tirei o celular do meu bolso e entrei na galeria, mostrando uma foto dos gêmeos para Sunoo — Minha esposa pode ser um pé no saco, mas esses dois fazem tudo valer a pena e são o único motivo para estar com Minwon até hoje.
— Eles são tão adoráveis, parecem com você — Sun olhava com um sorriso grande no rosto a foto e então me devolveu o celular — Sua esposa é tão ruim assim?
— Bem explosiva, irritante, e vive pegando no meu pé com tudo que eu faça. Ela deve fazer isso por saber que eu não a amo, não tinha como esconder isso dela.
— Sinto muito por isso, imagino que os últimos dez anos não tenham sido nada fáceis.
— Pelo menos eu sobrevivi, e o seu namorado? Deve ser um bom menino.
— Ele é bonito, está terminando a faculdade de dança e é bem engraçado, como ele era a única pessoa que eu me sentia confortável e um pouco mais vivo, aceitei oficializar o nosso namoro porém não consegui sentir nada além de carinho e amizade por ele.
— Ele não sabe disso, não é?
— Não! Não consigo contar e acabar quebrando o coração dele, Riki é um garoto fofo e eu não me perdoaria se o fizesse chorar, já me sinto culpado o suficiente por ter aceitado esse relacionamento sem pensar.
— Entendo! Então....Nós vamos poder sair mais vezes?
— Se você quiser, claro. Meu melhor amigo vai me levar para uma exposição de artes e se quiser pode ir junto e levar algum amigo, vai ser nesse sábado.
— É uma ótima ideia — Sábado era um ótimo dia, Minwon sairia com suas amigas e dormiria na casa de uma delas, já os gêmeos iriam passar o final de semana na casa dos meus pais. Minha casa estaria vazia e ninguém pegaria no meu pé se saísse de casa.
— Então podemos nos ver no sábado, agora eu preciso voltar 'pra floricultura — Ele se levantou e deixou o dinheiro em cima da mesa — Você vai pagar sua parte!
Eu abri um sorriso e peguei a minha carteira, deixando o dinheiro em cima da mesa e me levantei. Fomos andando juntos até a sua floricultura que era pequena, porém muito fofa e poderia dizer que combinava muito com ele.
— Até sábado, Sun — Eu disse assim que paramos na porta da sua floricultura.
— Até sábado — Fui surpreendido por um abraço e demorei alguns segundos para devolver o abraço, apertei a sua cintura e me senti finalmente completo tendo Sunoo nos meus braços — Obrigado por não ter desistido de mim, Hoonie hyung.
— Eu que agradeço por não ter achado que eu era um idiota que te abandonou — Sorri com seu comentário e ele deu um beijo na minha bochecha antes de passar pela porta de vidro e ir para o balcão.
E então eu caminhei para o carro com um grande sorriso no rosto e o sentimento de estar finalmente vivendo.
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ᴇᴛᴇʀɴᴀʟ ᴛʀᴜᴇ ʟᴏᴠᴇ
FanfictionCapa feita por @W-WINDY do Graphic TASTE OF LOVE Sunghoon tinha uma vida perfeita. Um bom emprego, uma família bonita e uma casa confortável. Mas nem todos sabiam o que se passava dentro daquele, até então, lar perfeito. Mesmo casado e com filhos...