Os cavalheiros visitantes da princesa Tulipa tinham feito toda a família Morningstar refém na torre mais alta. As mulheres estavam à mercê da proteção dos guardas, já que o rei Morningstar estava ausente por questões diplomáticas. O jovem vestido de veludo azul-celeste e rendas brancas, que souberam tratar-se do príncipe Popinjay, que vivia a dois reinos de distância dali, estava gritando ordens para os outros rapazes, que tinham um aríete e tentavam quebrar os portões.
– Destruam os portões, bons homens! Pela minha noiva! Vamos tomar o castelo à força!
– Bons deuses! Vocês ouviram isso? Eles vão entrar! Você, logo aí, empurre esse baú contra a parede! – A rainha Morningstar estava muito agitada, o que não era do seu feitio; ela nunca foi alguém que deixava as emoções dominarem o que tinha de melhor. Mas agora tremia enquanto apontava para o grande móvel de madeira, pedindo que o guarda o arrastasse. Tulipa se afastou do caos e foi em direção à mãe.
– Mãe, por favor! Ninguém vai entrar! Por favor, sente-se e acalme-se.
– Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! – entoavam os homens. – Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! Princesa Tulipa! – De novo e de novo.
– Vocês ouviram isso? O que deu neles? Vão machucar meu bebê! – A mãe de Tulipa agarrava um lenço, e seus olhos se arregalavam de terror. – Querida, por favor, afaste-se da janela, venha aqui com sua mamãe.
Ignorando a mãe, Tulipa voltou a atenção para a babá.
– Isso é loucura! A senhora conseguiu enviar uma mensagem para Circe? –
sussurrou.– Não, minha querida, fomos trazidas para cá antes que eu pudesse fazer
isso.Tulipa estava assustada, realmente assustada pela primeira vez desde que
estivera na companhia do príncipe Fera.– Babá, por favor, faça alguma coisa! – gritou ela.
– Vamos, Pflanze, não temos escolha, temos que fazer aqui mesmo. – A babá
foi até a mesa, tirou três velas e colocou-as no chão. Com um pedaço de giz, desenhou um sinal de conjuração dentro da configuração triangular.– O que está acontecendo aí? O que vocês estão fazendo? – gritou a rainha Morningstar. – Algum tipo de diabrura? Parem com isso! Parem com isso de uma vez, é o que eu digo! – A babá acenou casualmente na direção da rainha, sem desviar a atenção de sua tarefa, e apenas disse:
– Calma. – E assim colocou a rainha Morningstar em sono profundo.
– Babá! O que a senhora fez com a minha mãe? – gritou Tulipa.
– Silêncio agora, menina, e deixe-me fazer o meu trabalho!
A babá e Pflanze estavam diante do lugar de poder e chamaram Circe.
– Suplicamos aos ventos, ao fogo e ao mar, traga-nos a bruxa, traga Circe
para mim, já!E, no triângulo à luz de velas, viram a forma de Circe, leve e diáfana, translúcida como fumaça pálida. Parecia profundamente assustada e cansada de tanto chorar.
– Circe, minha menina, o que aconteceu? Onde você está? – perguntou a babá, mas, antes que a imagem fantasmagórica pudesse responder, um turbilhão cinzento de névoa escura adentrou o triângulo e dispersou a imagem assustada de Circe para lugares impossíveis de se ver. A névoa estava girando ao redor da sala e começava a tomar a forma humana de uma bruxa que Pflanze conhecia muito bem.
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Úrsula - A história da bruxa da pequena sereia
FantasyTODA HISTÓRIA TEM DOIS LADOS. DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ? Descubra neste livro os segredos do passado de Úrsula, qual era o seu papel no reino de Tritão, o que motivou sua expulsão do Reino e principalmente, como ela se tornou a temida Bruxa do Mar que e...