Ultima Dança

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Te conduzi então de braços dados comigo para dentro do restaurante. 

Naquele momento, eu me senti sendo seu namorado, seu marido, seu.

Você não olhava para mim de tanto nervosismo, mas me segurava forte, apertando seus dedos sobre a manga do meu terno, que me fez sorrir, porque era adorável. 

Eu também estava me sentindo nervoso, por mais que não transparecesse. Muitas mulheres cruzaram a minha vida, mas nenhuma delas, foi capaz de despertar em mim essa vontade tão louca, que me fazia corromper os meus próprios preceitos. 

Gostaria que entendesse uma coisa: se você não fosse especial, eu jamais tentaria ter algo com uma mulher casada.

Mas você não conseguia entender isso não é mesmo, meu amor? Eu não te culpava. Não dava mesmo para acreditar. As coisas eram difíceis e complicadas como deveriam ser.

Ter você sentada na minha frente, usando um vestido que parecia ser simples comparado às demais mulheres que estavam naquele restaurante, mas que no teu corpo, se tornava uma peça sensual, porque tudo em você me convidava a fazer amor contigo. Não importava como estivesse vestida.  

E eu não parava de te admirar, de te cobiçar, tal como a primeira vez que te vi naquela festa.

Você sentia meus olhos em si, e desviava os seus, mas eu não permitia que desfocasse sua atenção. Da mesma forma que fiz naquela noite, agora com mais liberdade, eu passava a minha perna na sua debaixo da mesa. Eu te sentia, tocava sua mão. Você tentava se esquivar e eu não me cansava, de me apaixonar por você. 

- Adrien, pare de fazer essas coisas por favor.

- Que coisas? - perguntei segurando o meu rosto com uma das mãos, enquanto a outra acariciava seus dedos presos aos meus. Você suspirou, retirando a mão da minha, a juntando sobre a outra em suas pernas. 

- Estamos aqui pra conversar, apenas isso.

- Sim, claro, e estamos conversando.

- Adrien, o motivo de eu ter vindo aqui, é porque eu preciso ser sincera com você.

- Eu quero que seja.

-...eu,não quero que pense coisas erradas sobre mim. Aliás, você já esta pensando até demais, mas foi por minha causa! Eu deixei tudo chegar ao ponto que já esta chegando.

- Uhn... e qual é esse ponto?

- Não se finja de bobo. Você sabe muito bem. 

-...Não Marinette. Na verdade, o ponto que chegamos não é nem perto do ponto que eu quero chegar contigo.

- Ah meu Deus, é sobre isso que estou falando...!

- Então, se ainda não chegamos, como pode condenar algo que não experimentou?

- Mas é esse o problema! Adrien, eu não posso experimentar nada contigo, porque eu sou uma mulher casada! - você apontou para mim a sua aliança. Quis arrancá-la do seu dedo, porque ela não era um símbolo de amor como estava pensando, mas sim, uma algema que te prendia a um carrasco desgraçado.

-  Eu já sei disso. 

- Então! Como pode achar isso tudo normal? Quer dizer, você... já teve algum tipo de relacionamento assim? Já saiu com outra mulher casada?

Sonho ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora