— Eu não acredito que você está chorando.
Cobri o meu rosto com o travesseiro enquanto ouvia a trilha sonora dos créditos finais de Titanic. Pode se passar quanto tempo for, nunca vou perdoar a Rose por ter sido espaçosa demais. É óbvio que o Jack cabia naquela porta.
— Ele era tão lindo e legal — falei ainda chorando. — Esse filme é muito triste! Não assisto nunca mais!
— Você me disse que é literalmente a trigésima vez que você está assistindo, acho que não vai ser a última — afirmou Theo.
— Como você é chato.
— Mas você gosta de mim.
Revirei os olhos e tirei a almofada do meu rosto. Theo sorriu para mim e no mesmo instante toda a minha irritação desapareceu completamente.
— É, mas só um pouquinho — disse me levantando.
— Suas aulas já vão voltar?
— Sim. Acho que não posso trancar por mais um ano, agora minha situação financeira melhorou um pouco. Então estou ansiosa.
Caminhei em direção à cozinha e coloquei um pouco de café na xícara azul que mais se parecia com a antiga (e falecida) xícara de Theo. Também coloquei um pouco para mim e voltei para o sofá, entregando a dele.
— Essa é mais bonita do que a outra — comentou Theo pegando a xícara. — Obrigado.
— É estranho. A maioria das coisas ao meu redor tem café envolvido. Será que eu deveria abrir uma cafeteria?
— Meu pai tem uma cafeteria.
— Eu sei! Está vendo? Tudo envolve café ou então uma cafeteria. Não faz o menor sentido, você por acaso já trabalhou lá?
— Sim, quando eu tinha dezesseis anos. Mas nem foi por isso que critiquei o seu café, só estava querendo te irritar.
— Você conseguiu. Eu passei dias querendo te matar, no primeiro dia que chegou aqui eu te recebi tão bem e você foi super mal educado.
— Acho que já te pedi desculpa — Theo relembrou. — Deveríamos fazer alguma coisa hoje? Ir na montanha-russa?
— Você quer me matar? Nunca mais piso naquele lugar!
— Então, existe alguma coisa que você queira fazer?
— Na verdade, sim.
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Estatísticas e Demonstrações ✓
Novela JuvenilCarol estava desesperada. Após receber a notícia que as colegas de quarto iriam se mudar, acabou percebendo que não poderia viver sozinha com todas as despesas. Em uma medida emergencial, ela acaba aceitando morar com um garoto, mesmo que ache isso...