𝐌𝐞𝐬𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐦𝐚

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Morgan

    Fiquei paralisada por um tempo depois dessa afirmação, não acredito que tem a cara de pau de apenas dizer isso por obrigação. Se eu pudesse, estaria batendo nele com o salto, bem no rosto que ele tanto aprecia, esse cara é narcisista.

- Pare de graça, não diga bobagens do nada. Idiota! - falei em um tom alto, acabei ficando exaltada por culpa desse canalha. O que só o fez rir.

- As bobagens que eu digo tem um teor diferente do que o dessa conversa, mi amor.

     Fiz cara feia para ele, "mi amor"? Que brega!

- Não sou seu amor, nem aqui e nem na China! - chutei o peito dele com toda a força que ainda me restava.

    Constantine caiu deitado e resmungando pelo chute, sorri satisfeita. Porém, acho que o deixou irritado, o mesmo levantou-se rapidamente e deitou em cima de mim, o copo em minhas mãos foi parar no tapete, já que meus braços estão sendo presos acima da minha cabeça.

- Ficou bêbado de vez? Me solta, agora! - olhando pro rosto dele, desse jeito vou me sentir ofendida, claramente ele tem mais força bruta do que eu. Se eu tentar sair, vou acabar falhando miseravelmente e eu não pretendo falhar, não na frente dele.

- Sua boca diz uma coisa e seus olhos, outra - ele me encara de volta, revezando entre a minha boca e os meus olhos - O que foi, quer me beijar?

- Te beijar?! - ri indignada com o que ele acabou de falar, beijar ele? Nem morta. Mas se eu gostasse dele, até que seria uma boa desculpa, graças a surdez - Nunca iria querer te beijar, canalha!

- Mesmo? - Constantine aproximou o rosto do meu, olhando fixamente nos meus olhos, consigo sentir sua respiração extremamente próxima e o cheiro de bebida que está na sua boca, minha respiração começou a desregular repentinamente, isso é resultado de me sentir intimidada.

- Mesmo, agora vai limpar a porra da boca, está fedendo a bebida - mesmo que eu queira, não posso deixar de olhar para a boca dele. Infelizmente, preciso ver o que ele está dizendo.

- Você também.

- Você quem está bebendo, agora me solta - Ele me soltou, ainda sorrindo, mas uma de suas mãos já estava na minha cintura - Quando digo me soltar, é para tirar as mãos de mim.

     Me soltou completamente e pegou o copo no chão - que não quebrou, por milagre, eu acho - encheu ele de novo e voltou a beber.
    Me sentei e olhei pros meus pés, depois de alguns minutos consegui me levantar e criar coragem de agilizar a minha nova vida. Estou fedendo igual uma porca, se for para deitar na cama ao lado de alguém, pelo menos preciso estar cheirosa. Uma coisa boa de agora ser rica, é que não preciso poupar nada, se sou obrigada a viver com ele, vou me aproveitar disso um pouco.

Constantine

     Eu sabia que era divertido irritá-la, mas as suas reações superam expectativas. O fato dela sempre olhar para minha boca me deixa irritado de formas inimagináveis. Só parei de beber quando levantei para tomar banho, cambaleante e em outro banheiro, Morgan apoderou-se do meu e trancou a porta.
    Esfriando a cabeça na água gelada do chuveiro percebo uma coisa, realmente odeio essa mulher, mas adoro irritá-la, fico satisfeito em vê-la com os nervos a flor da pele. Saio do banheiro a procura de uma roupa no closet - dividido para duas pessoas agora...Enquanto isso, Morgan está revirando o quarto como uma maluca...Talvez não sabe o quão chata consegue ser.

- Sabe onde estão minhas roupas? - ela me olhou e prestou atenção no que eu iria falar, sua expressão não parece estar agradável.

- Ali - apontei para as roupas dela, arrumadas nas gavetas. Não roupas, lingeries. - falaram que o resto vai chegar amanhã.

- Não são roupas, nem pijamas. 

    Ela revirou as gavetas e jogou as lingeries no chão, acho que ela usar aquilo ou só ficar com o roupão, vai dar no mesmo, porém o roupão ainda consegue cobrir mais pele.

- Eu não dou a mínima, foi o que o seu pai mandou quando foram buscar as suas coisas.

- Não tem como mandar trazerem algo que dê para cobrir o corpo e dormir confortavelmente!?

- A essa hora os motoristas já foram para casa, não vou ligar para nenhum.

- Vai ligar sim, me recusou a dormir usando uma coisa dessas - o jeito que fala é irritante e autoritário, que chatice.

- Não vou. Pegue alguma camisa se quiser, mas não vou ligar para ninguém - saindo do closet vestindo só uma calça.

- Então arrume roupas adequadas! - Ela começou a me seguir assim que saí do closet, diz que não quer me beijar mas sempre olha para minha boca... Fala sério.

- Já falei, pegue alguma camisa e pare de encher o saco - sua voz está me causando dor de cabeça.

- Olhe para mim se estiver falando, cacete!

    Olhei para ela, brutal e sério, meu bom humor está por um fio, indo embora assim como o efeito da bebida.

- Não quero usar essas coisas que você chama de roupa - deu para ver ela dando um passo para trás, talvez tenha se sentido intimidada agora.

- Já falei para pegar a porra de uma camisa, está surda?

- E se eu estiver? O que vai fazer?!

- Vou fingir que também sou, te ignorar e ter uma boa noite de sono.

- Preciso de roupas, as minhas roupas. E se não quer que eu fique surda, faça algo para eu voltar a escutar! - Voltar a escutar? Estou olhando ela confuso, não me falaram nada sobre ela ter alguma coisa. Se bem que...Ela só olha para a minha boca, quase nunca nos olhos.

- Se vai arrumar a roupa, arrume logo. Ou então durma em outro quarto ou na sala.

- Vou dormir aqui. E se não tem roupas o problema não é meu. - Vou me deitar.

- Canalha! - ela jogou a primeira coisa que viu em mim, depois saiu do quarto batendo os pés. Parece que quer me irritar com o barulho.

     Vou até ela, irritado e a coloco nos ombros.

- Por mais que eu queira, você não pode dormir fora deste quarto.

- Me solta! Só quero roupas normais para dormir - disse enquanto batia nas minhas costas e se sacudia de um lado para o outro.

    A joguei na cama de forma que conseguisse ver o que vou dizer. Pelo menos na noite seguinte ao casamento ela precisa ficar nesse quarto, ou vou escutar muita conversinha ao pé da orelha depois.

- Suas roupas vão chegar amanhã. Agora para de escândalo, porra, e dorme!

- Não sou a porra das mulheres que você arruma na rua, e se for para dormir eu quero uma roupa!

- Se reclamar mais, vai dormir sem nada.

- Me dê algo para vestir, agora.

- Mais uma palavra...

Marriage of ConvenienceOnde histórias criam vida. Descubra agora