𝐏𝐫𝐞𝐬𝐭𝐞 𝐚𝐭𝐞𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨

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Morgan


Discutir com o Constantine é perda de tempo, ainda não sei porque faço isso. Fala sério, por que o Oliver iria fingir que se importa comigo? Foi a única pessoa a me perguntar como eu dormi nesses dias todos! Não acredito que ele esteja fingindo algo desse tipo, ele não é do jeito que o Constantine pensa.
Olhei o canalha sair do quarto e segui ele, para minha infelicidade e infelicidade dos meus pés, ele tinha quebrado um porta retratos que estava na mesinha do lado da porta. Pisei nos caquinhos de vidro sem querer e resmunguei baixo por isso. Senti as solas dos meus pés começarem a arder e fiquei na ponta do pé para sair de cima dos vidros, dei passos para trás tentando não pisar em mais nenhum.
Tenho duas manias muito feias, uma é andar descalça em qualquer casa que eu estiver e a outra é tirar o sutiã sempre que tenho oportunidade, por mais que eu tenha seios grandes, o sutiã me incomoda. Diria que me faz sentir desconfortável e os meus peitos me fazem ter dor na coluna às vezes.

- Tinha mesmo que quebrar essa merda?! - Quase gritei para o Constantine, diferente dele, eu não gosto de dor.

E ele teve uma reação inesperada, logo quando olhou para trás e viu meus pés, veio até mim e me segurou em seus braços. Me levou até a cadeira acolchoada do quarto e ajoelhou-se na minha frente, analisando meus pés. Encarei ele com o rosto totalmente confuso, não acredito que fez isso. Nunca vou acreditar.

- Fique quieta - O idiota está analisando, como se soubesse o que está fazendo.

Levantou-se e foi até o banheiro, voltou em segundos com uma caixa. Eu nem me mexi, não tem nem porque me mandar ficar quieta.

- Não ia sair? Pode ir.

Está fingindo ser surdo, agora essa. De surda já basta eu.

- Constantine - Está concentrado jogando alguma coisa nos meus pés para tirar o sangue que já começava a escorrer pelos cacos de vidro. Isso ardeu mais do que antes.

Limpou, tirou os cacos - a força, porque eu não queria deixar - e enfaixou meus pés. Para minha sorte o porta retrato caiu tão bem no chão que só restaram cacos pequenos, que não fizeram nenhum corte profundo.

- Eu já estou bem! - Puxei meus pés para ele soltar, não agradeço por não querer ferir meu orgulho. 9×0.

- Ótimo - Ele levantou e andou para fora do quarto, eu diria que bem confuso.

Fiquei sentada na poltrona, olhando a porta do quarto mais confusa ainda. Não sei se o que ele está pensando, mas sei que não é algo bom. Me levantei devagar por estar sentindo meus pés doerem com o mínimo de pressão que faço nas solas, acho que eu deveria me deitar. Caminhei devagar para a cama, quase cai uma vez por conta da dorzinha chata. Me deitei na cama cansada e fitei o teto. Não sei se Constantine vai voltar ainda hoje ou se vai sumir a noite toda como naquele dia, sei que se estiver com raiva, vai me evitar ou me provocar.
Acho que preciso falar com a Íris sobre o chão, se ela pisar descalça vai acabar se machucando igual a mim. Mas eu nem vejo ela descalça para falar a verdade. Parando para pensar, eu sou a única que anda descalça nessa casa. Me sentei na cama assustada com esse pensamento, deveria mudar rápido meus hábitos de andar descalça e sem sutiã, não sei como fazer isso... Mas preciso tentar.
Me levantei devagar e coloquei um chinelo, sai do quarto para ir falar com a Íris. Como sempre, ela está na cozinha.

- Íris? - Falei enquanto entrava na cozinha.

- Sim, querida?

- Onde o Constantine está?

- Saiu a algum tempo, disse não ter hora para voltar.

- Sabe onde ele foi?

- Acredito que tenha saído com amigos - amigos? Constantine não tem amigos, ele tem a...

Marriage of ConvenienceOnde histórias criam vida. Descubra agora