𝐏𝐫𝐚𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐞 𝐟𝐫𝐢𝐨.

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Constantine

Ele perdeu o medo da morte, tenho certeza absoluta disso.

- Também seria bom ver como Morgan está.

- Tem uma hora. Uma hora para se esconder como um covarde ou fugir e torcer para eu não te encontrar, porque quando achar, e eu vou, você vai pedir para morrer.

- Que frase incrível, aprendeu em um livro? Não se faça de vingativo.

- Eu não me faço, eu sou. Você está em um labirinto que eu comando, se está vivo até agora é porque eu quero. - Olho o relógio. - 59 minutos.

- Duvido muito disso, mas tenha uma boa noite. - A chamada encerrou.

Aquele filho da puta testa minha paciência de um jeito insuportável. Entretanto, que comece o jogo.
Meu lado que eu detesto, aquele que lembra o meu pai, vou usá-lo agora. Não tem santo, anjo ou promessa que esconda Oliver Collins de mim.
E eu fui caridoso, o deixei pensar que tinha controle sobre algo, que montasse um plano de fuga e que o executasse, que pensasse ter despistado os mais de 30 homens na sua cola, deixei Oliver pensar que era inteligente o suficiente para fugir de mim. O que ele não é, obviamente. Mandei o levarem para o galpão desacordado e que o colocassem em correntes, na sala mais escura que possuísse ali, e que a cada 10 minutos colocassem um saco de pano no seu rosto e jogasse água em seguida.
Eu vou atrás dele, mas ver a minha esposa dormindo tranquilamente ainda é uma visão melhor. Me abraça como se não quisesse que eu saísse antes dela acordar, ou talvez esteja com medo de não ter mais alguém na cama quando for dormir.
Sempre que se mexe, dá ideia de que vai acordar, mas é só a ideia. Está dormindo em um sono profundo e calmo, como se não existisse mais ninguém no mundo, além de nós dois.

- Não faz ideia das coisas que eu faria por você, faz? - Acariciei o rosto delicado e continuei olhando até que ela decidisse acordar.

O que demorou, já que estava dormindo todas as horas que não dormiu nas noites com insônia.
Parecia ficar mais serena a cada carinho ou beijo que eu deixava espalhado pelo rosto dela, bochechas, testa, canto da boca, ponta do nariz... Qualquer lugar possível, mesmo que eu já tenha beijado ela por inteira.
Antes de começarmos a se falar, Morgan não dormia todas as noites, vivia perambulando pela casa ou então assistindo novelas e séries, todas as vezes que estava dormindo, era com uma cara de preocupação ou medo. No dia seguinte, sempre estava de pé e com uma expressão neutra no rosto.
Senti que me apertou no abraço, respirando fundo e começando a acordar, devagar e relaxada. Coçou os olhos quando finalmente decidiu me soltar, murmurou algo inaudível e se ajeitou na cama. Beijei seu rosto suavemente, recebi outro beijo em troca, no canto da minha boca.

- Bom dia. - Disse em linguagem de sinais, faz isso sempre que acorda comigo na cama, mas eu sempre finjo não entender. Tossiu baixo, limpando a garganta. - Esqueço que não sabe sinais, desculpe.

- Bom dia, mi amor. - Beijei a testa dela. - Tudo bem.

- Dormiu bem?

- Sim senhorita. - É mentira, sequer preguei os olhos. - E você dormiu perfeitamente, eu presumo.

- Acho que Íris me entupiu de chá. - Riu sem graça.

- Realmente - Rio fraco. - Ela estava bem preocupada.

- Foi sem querer, não sabia que iria me fazer mal comer tanto. - Me abraçou direito. - Mas pelo menos eu comi.

- Está se sentindo melhor?

- Estou.

- Ótimo, precisa tomar café. A mesa já está posta.

- Eu já vou.

Marriage of ConvenienceOnde histórias criam vida. Descubra agora