Marriage of Convenience

𝐂𝐨𝐧𝐯𝐢𝐯𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚

 Constantine

- Eu ainda não posso, já falei.

- O que? Por que não pode?

- Tem muitas coisas atrasadas, não posso descansar ainda.

- Termine outra hora, agora precisa descansar.

- Eu realmente não posso.

- Vamos Morgan, nós dois precisamos descansar. - Segurei o rosto dela, para que me olhasse.

   Posso jurar que não são os olhos da mulher que dormia comigo, não tem mais o brilho no olhar ou um sorriso ao me ver... Ela se parece com a mulher que casou comigo, a mulher do início... Não quero a mulher do início, mas se for assim, vou conquistar ela mais uma vez, não me importo.

- Me espere na cama, só um pouco. - Segurou minhas mãos.

- Vindo de você, não é algo que eu faria. - Tirou as minhas mãos do seu rosto.

- Eu não vou demorar, só preciso terminar a aula. - Suspirei.

- Tá bom. - Ela acenou com a cabeça.

   Caminhei pro quarto, sentindo minha cabeça doer, posso jurar que é efeito de algum remédio ou esse novo problema que tenho agora.
    Não quero um casamento mais infeliz do que já é normalmente, tudo isso está acontecendo por culpa da minha família, ou talvez seja culpa minha. Caleb me fez um infeliz e mesmo que Íris e John tentem consertar isso, nunca funciona e nunca funcionará. E agora eu vou ter um casamento quebrado? Um casamento igual o início? Eu pensei que nós só daríamos passos para frente e não para trás, realmente pensei que nossas diferenças estivesses extintas, enterradas como corpos num passado distante, porém me enganei. Tudo está presente e só se torna ainda mais visível quando tem algum colapso rolando e dessa vez está difícil de resolver.
   Não sei o que eu preciso fazer para conversar com ela, nós dois estamos cansados, exaustos e irritados, a chance de acabar em uma discussão é grandes. Eu não queria que ela precisasse assumir o meu lugar, nem que precisasse saber fazer isso, mas se viu necessário, esperava que entendesse, mas não entendeu, que compreendesse, mas não compreendeu. Confiei minha autoridade e nome a ela, entretanto, nada parece suficiente. Acho que preciso de uma vela de sete dias.

◇◇◇◇

   Morgan só veio se deitar 20hrs, esperei por ela na cama, esperei que ela viesse deitar como prometeu. Deitar e só, ela realmente veio, deitou de costas para mim e apagou o abajur, se ajeitou na cama, virou de um lado pro outro, sem conseguir dormir.

- Morgan? - Olhei para ela de canto. Acendi a luz do abajur.

   Ela me olhou, os olhos estão quase se fechando de sono, como diz não estar cansada?

- Desculpe te acordar.

- Não consegue dormir? - Ela negou, suspirando.

    Estendi os braços, a ideia era abraçá-la, mas parece ter ficado com receio. Me senti realmente envergonhado e parei de tentar.

- Está tudo bem?

- Eu só não quero sonhar.

- Sonhar é bom.

- Não é, você sabe que não é. - Realmente, eu sei que não é bom.

   Acho que pessoas como a gente, não tem o direito de conseguir dormir sem sentir medo de algo.

- Sonhar é bom. Se não sonhamos, já é outra coisa.

- Onde você coloca a tarja preta? - Ela disse se levantando.