𝐀𝐭𝐞́ 𝐝𝐞𝐳

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Constantine

- Já cansou?

- A onda me afogou! Eu poderia ter morrido!

- Levou na cara por estar muito animada.

- Tem água no meu ouvido. - Balançou a cabeça. - Não estou ouvindo nada. - Ri.

- Não está ouvindo porque está sem os aparelhos, mi amor.

- Uh, verdade. - Colocou as mãos nas orelhas. - Bom, não vou por eles agora mesmo. - Riu.

- Está com fome?

- Eu tô! - Asterin deitou do nosso lado, brincando.

- O que quer comer?

- Tem biscoito? - Olhou as bolsas.

- Acho que sim, não lembro o que joguei aí dentro. - Ela começou a procurar, tirou um pacote de biscoitos para humanos e um para cães, Asterin balançou o rabo.

    Peguei da mochila e abri para ele, coloquei alguns em cima da cadeira para que ele comesse.
   Ele começou a comer quieto, Morgan encostou em mim e começou a comer o biscoito dela. Fechei os meus olhos e suspirei.
  Eles ficaram quietos, o mar também ficou quieto.

- Será que nós vamos conseguir ter uma vida normal? - Abri um dos olhos e olhei a Morgan. - Sabe, sem agitação ou castigos... Só ser normal...

- Eu não sei... Porém, o que vamos fazer de agora em diante vai ser uma tentativa.

- E se não der certo?

- Não pense na parte negativa da coisa. Vai dar tudo certo.

- Está bem. - Ficou quieta.

- Agora come e aproveita. - Foi isso que ela fez.

   Terminou de comer o biscoito e se levantou, voltando pro mar. Só consegui ir até ela quando já eram umas 4h, o sol estava mais fraco.
   Entrei na água devagar e nadei até ela, cortando as ondas. Morgan estava quieta, só olhando as ondas que estavam se quebrando no fundo. A abracei devagar pelas costas, para que não se assustasse.
   Ela me olhou depois de encolher os ombros.

- Tudo bem. - Beijei o ombro dela.

   Suspirou como se estivesse aliviada.

- Tudo bem?

- Tudo. - Deitou a cabeça no meu ombro, fechando os olhos.

- Vamos acabar levando um caldo aqui. - Me olhou, esperando que eu falasse de novo. Repeti para que ela entendesse.

- Ah, as ondas não estão quebrando aqui, está tranquilo. - Sorriu.

- Que bom então. - Dei um selinho nela, a minha boca ficou salgada.

   Ela riu e lambeu os beiços, fez careta e voltou a me abraçar. Ficamos ali até Asterin latir por não estar nos vendo.
   Saímos da água e nos secamos, colocamos as roupas e fomos pro carro, para não irmos tarde para casa. Me lembro bem que Morgan odiaria voltar para casa tarde da noite tendo só nós dois no carro.

- Vamos ver isso do Asterin hoje?

- Acho que sim, aprendemos a dirigir amanhã.

- Vamos a um canil então.

- Sim senhor. - Bateu continência.

- Quer ir dirigindo? - Me olhou.

- Está colocando muita fé em uma pessoa com problemas mentais.

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