IV

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"Caro, Jimin

Perdoe-me por sair sem despedir-me adequadamente. Fui chamado com urgência por Sua Majestade para retornar ao Palácio e não poderia recusar tal pedido, mas se pudesse escolher, teria ficado mais tempo em Grass Valley e conversado mais contigo sem ver o tempo passar. Farás uma falta enorme! Com quem poderei discutir sobre os erros de nossa sociedade?

Não há pessoas tão verdadeiras quanto Vossa Senhoria no Palácio, sinceridade e curiosidade só posso encontrar em Grass Valley, em tu, Park Jimin. Jamais permita que alguém apague esse brilho mágico em seus olhos e sua devoção pelo saber, é o que o torna ainda mais especial.

Espero vê-lo o mais breve possível, se for de seu agrado gostaria de enviar mais cartas endereçadas a Vossa Senhoria, não desejo perder sua amizade. Caso queira responder essa carta, a entregue para Sua Graça, o Duque, assim ela chegará em segurança até as minhas mãos.

Atenciosamente,
Jeon JungKook."

Não compreendia a emoção que tomava seu peito ou o desespero que sentiu assim que o primo o entregou a carta, subindo com rapidez para o quarto apenas para lê-la com tranquilidade. Por sorte TaeHyung a entregou com discrição e seus pais não perceberam, Lady Park faria um escândalo tão grandioso que seus vizinhos acreditariam na possibilidade de um assassinato ter ocorrido.

Sua amizade era importante para o príncipe, Sua Alteza o considera o bastante para chamá-lo de amigo. Estava emocionado, tinha alguém com quem compartilhar suas ideias, era vergonhoso imaginar a expressão do irmão do Príncipe lendo suas cartas ou escrevendo as respostas delas. Cobriu o rosto quente com a carta, planejando quantas poderia enviar por semana através do Duque ou se apenas uma seria o suficiente, não queria parecer desesperado por apenas uma amizade.

O que mais poderia fazer? Acabará de ganhar um amigo, um que não era apenas o primo.

— Toc Toc.— TaeHyung abriu a porta de seu quarto com cuidado com medo de ver algo indevido.— Seu rosto parece um tomate.

Cobriu o rosto com seu travesseiro totalmente envergonhado, não queria estar tão feliz apenas por uma carta. Poderia culpar a solidão, de qualquer forma. A queimação no estômago é mais fácil de esconder.

— Ele escreveu algo indigno? Espero que aquele Príncipe tenha culhões o suficiente para reconher que está enviando cartas a um rapaz de família.

— Somos apenas amigos.— Cantalou, quase soltou alguns gritinhos animados.

— Que os deuses nos ajudem.— O primo ergueu as mãos aos céus em suplica.

— Acha que seria correto escrevê-lo de imediato ou parecerei desesperado?

— Tenha calma, Jimin, faça o que julgar correto.

Olhou para o primo por alguns instantes antes de se sentar na cadeira da escrivaninha e molhar a ponta da pena na tinta para escrever, ouviu o primo suspirar desacreditado. Sabia que não era exatamente correto enviar ou receber cartas de um cavalheiro não tendo um compromisso com ele, era escandaloso. Mas não conseguia enterrar a vontade que sentia de escrever para o Príncipe, contar sobre seu dia e perguntar sobre como estavam as coisas no Palácio Real. Sabia muito bem que era intrometido e curioso, mas o príncipe não o silenciava e o deixava fazer suas perguntas descabidas.

Dear Prince - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora