Dear Prince - Jikook

VIII

Jimin não via o príncipe desde o seu último encontro na residência de férias do Duque. Não havia recebidos notícias claras sobre sua condição, pelo que soube através do primo, Sua Alteza esteve febril assim como ele e não saiu da residência de Sua Graça até que estivesse bom o bastante para retornar ao Palácio; o que não demorou muito.

Grass Valley ficou consumida por boatos, afinal, o príncipe ia e vinha com visitas rápidas e todos queriam entender o real motivo. Jimin não saia de casa há algum tempo para evitar os olhares curiosos e os cochichos nada discretos sobre ser um possível amante do príncipe, já que foi o único ômega a ter a honra de dançar com Sua Alteza Real.

Além dos boatos de que esteve no cio e Sua Alteza Real foi quem o ajudou durante todo o período. A imaginação da população do Condado é enorme.

Não recebeu uma carta ou um pedido de desculpas pelo que aconteceu, o que o entristecia profundamente. Tinha certeza que havia perdido um amigo e jamais o veria novamente. O que era particularmente injusto, sequer sabia o motivo que impedia JungKook de ficar. De ficar com ele.

Olhou para o pequeno vaso de flores com o arranjo de rosas lembrando-se que o príncipe gostava do cheiro, as derrubando no chão vendo a porcelana partida espalhada pelo tapete. Ficou apenas parado olhando para as rosas com as mãos fechadas firmemente em punhos, o príncipe o confundia o bastante para deixá-lo louco. Seus olhos estavam vazios, desfocados, lábios tremendo e os dentes fortemente pressionados.

Seus sentimentos estavam uma loucura emaranhados dentro de um labirinto em seu coração, queria vê-lo novamente para encontrar respostas ou apenas gritar tudo que apertava em seu peito.

Bagunçou os cabelos agachando-se para recolher a porcelana com cuidado evitando se cortar o máximo possível juntando tudo em um pano, segurou a rosa vermelha tocando suas pétalas devagar a aproximando de seu nariz para que pudesse sentir o aroma. Mordeu os lábios e despedaçou a rosa espetando os dedos com os espinhos, mas a dor não importava.

Pressionou um lenço nos dedos sentando na cama deixando a bagunça de lado, estava cansado, triste; a qualquer momento seria obrigado a casar-se com Chanyeol, sentia a maldade que emanava do Barão planejando cada detalhe de uma união indesejada. Não tinha a escolha de negar-se, poderia manchar a família inteira diante da alta sociedade devido ao poder que o Barão possui por ser próximo ao Rei.

Fugiria se assim pudesse, mas não o era permitido fazer as próprias escolhas.

Ver o vaso quebrado e as pétalas espalhadas assemelham-se a sua triste situação, o coração partido, a vida prestes a ficar de cabeça para baixo.

Ouviu duas batidinhas na porta e só pelo cheiro soube que era TaeHyung vindo conferir como estava, fazia isso todos os dias antes de qualquer compromisso. Respondeu baixo o dando permissão para entrar, vendo-o abrir a porta cuidadoso, olhando primeiramente para o chão molhado com alguns pedaços de porcelana espalhados e poucas gotas de sangue. Um vinco profundo formando-se em sua testa, preocupação visível em seu rosto.

— Céus, Jimin. O que houve?

— Apenas um pequeno acidente.— Ergueu a mão ferida sorrindo tristemente, os olhos enchendo de lágrimas que não desciam.

TaeHyung o olhou piedoso, arrumando a bagunça e depois se sentando ao seu lado para dar uma olhada em seus dedos espetados pelos espinhos da rosa cantarolando alguma canção sobre um antigo herói cavaleiro do reino, o fazia quando queria acalmá-lo.

— Vai ficar tudo bem, Jimin.— TaeHyung o disse após um tempo fitando sua mão.

— Não vai ficar, até o final da temporada estarei noivo de Chanyeol.