capítulo 3

458 35 1
                                    

As ruas frias da Lituânia faziam com que o estômago de Alice Lecter se embrulhasse a cada passo andado. Era Janeiro, férias escolares e também véspera do aniversário da única filha do doutor Lecter, e como presente, a menina havia ganhado uma viagem guiada pelo país da origem da família Lecter.

Dr. Lecter, obviamente possuía outros planos e afazeres, então manter a sua filha longe de Baltimore por algumas semanas faria muito bem para a segurança da mesma.

— Me diga o que vê, Abigail. — insistiu o Dr. Lecter enquanto servia uma suco de laranja para a menina de pele pálida a sua frente.

O homem se encontrava sentado a mesa com Abigail Hobbs, uma colega de escola de sua filha. E Alana Bloom, sua ex colega de trabalho.

A menina de pele pálida então olhou para o doutor Hannibal Lecter e respondeu:

— Eu vejo família.

Mesmo confusa, a doutora Alana Bloom que por sua vez morria de amores por Lecter, apenas abriu um sorriso.

O jantar teve o seu fim e assim Hannibal levou Abigail para o hospital onde a mesma estava sob vigilância e depois levou Alana Bloom para sua casa.

Na volta, o homem deu de cara com Will Graham, um agente especial e paciente do consultório.

— Você tem filhos? — questionou o Graham de forma aleatória.

O doutor abriu um meio sorriso e respondeu:

— Sim.

— E onde ela está? — perguntou o agente.

Hannibal por sua vez cansou e apenas respondeu:

— Viajando.

Na Lituânia, a jovem Alice observava o antigo castelo da família Lecter com o estômago embrulhado. Haviam milhares de caramujos por toda a parte e a bateria de seu celular estava acabando, por isso a iluminação do local logo acabaria também.

O instrutor havia dado um aviso bem claro ao deixar a menina em seu hotel no cair da tarde. O homem havia dito: " Não vá ao castelo Lecter, nas redondezas do castelo houveram muitos soldados nazistas alojados no período da segunda guerra, ainda há algumas pessoas por lá."

A menina simplesmente ignorou o aviso e foi mesmo assim, afinal, se seu pai não lhe contava nada sobre sua família, ela iria descobrir sozinha.

Ao notar que Will não iria embora nem tão cedo, o homem passou a fazer um chá.

— Desculpe vir atrás da sua terapia nesse horário. — disse Will envergonhado.

Hannibal observou o agente e indagou:

— O consultório está fechado nesse horário, mas a minha cozinha sempre está aberta para os amigos. Não exite em me procurar quando precisar conversar.

Will então deu um meio sorriso e percebeu que Hannibal ficou sério do nada.

O doutor havia sentido um aperto no peito diferente, o mesmo aperto que ele sentiu quando a mãe de sua filha deu a luz e tentou fugir com a bebê. A sensação de estar prestes a perder sua menina.

— Com licença, Will ... Preciso fazer uma ligação. — disse o Lecter preocupado.

Ao discar o número em seu celular, Hannibal caminhou até a sala de estar para que ficasse mais a vontade.

Alice sentiu o seu celular vibrando e por isso teve que desligar a lanterna para atendê-lo, mesmo correndo risco de vida.

— Alô. — atendeu a menina com a voz trêmula.

O pai então analisou o tom de voz de sua filha e notou que realmente havia algo errado:

— Boa noite, querida. Aqui já é madrugada e aí ainda é noite. Pode por favor me dizer o que está passando no noticiário do canal 12? ... Eu não assisti hoje cedo, você sabe como eu gosto de me manter informado.

Hannibal já havia assistido ao noticiário do canal 12 quando ainda era noite nos Estados Unidos, ele na verdade só queria uma confirmação de que a menina estava em sua cama no hotel longe de perigo, já que na Lituânia ainda era noite e estava passando o noticiário do canal 12 na televisão.

Ele teve que fazer isso, pois sabia que sua filha não lhe contaria a verdade por se achar muito independente.

A menina tossiu algumas vezes e respondeu fingindo estar doente:

— Papai, desculpa ... Peguei uma gripe horrível e não estou nem aguentando me levantar da cama para pegar o controle da tv e assistir ao noticiário no canal 12.

Hannibal então respondeu:

— Eu insisto, Alice Lecter.

— Eu realmente estou muito cansada. Adeus papai — disse a filha já desligando o celular.

— Papai te am... — antes de Hannibal terminar de falar, Alice desligou o celular.

O doutor Lecter então esperou amanhecer para assim então pegar um vôo para Lituânia.

Alice havia dormido em um canto dentro do castelo abandonado, por isso a mesma acordou assustada ao sentir uma mão em sua vagina.

Ao piscar algumas vezes, a Lecter percebeu que estava amarrada no tronco de uma árvore. Seu corpo estava despido e vários ex soldados nazistas encontravam-se com seus pênis para fora de suas calças.

Os homens planejavam estrupra-la e depois come-la, já que havia um caldeirão sobre um fogão de lenha no local.

A Lecter não viu muita coisa além disso, já que ficou tão nervosa que acabou desmaiando.

A menina só acordou horas depois e a tempo de ver um dos homens sendo erguido na árvore como se fosse uma libélula já que haviam asas feitas de folhas em suas costas e caramujos em seu corpo.

Ao olhar para trás, Alice arregalou os olhos ao ver todos os outros ex soldados mortos e presos da mesma forma na árvore.

— Papai? — perguntou a menina assustada.

Hannibal terminou de prender o último homem e então se voltou para sua filha com um olhar sério enquanto dizia:

— Você mentiu para mim, me disse que estava doente no quarto do Hotel. O que faremos a respeito disso?.



Senhorita LecterOnde histórias criam vida. Descubra agora