capítulo 4

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Ao chegarem no quarto do hotel, Hannibal se sentou na poltrona a frente da cama e cruzou as pernas olhando na direção de sua filha.

Alice sabia bem que se ela não puxasse o assunto e pedisse desculpas, os dois ficariam ali parados durante horas e horas.

— Me desculpe. — começou a menina com a voz baixa.

O pai continuou com as suas mesmas expressões sérias de sempre.

— Desculpe, não consegui ouvir, querida. — implicou Hannibal.

— Me desculpe por ... Desobedecer o senhor. Isso não vai acontecer de novo. — continuou a filha.

— Ótimo, tenho certeza que isso não voltará a acontecer novamente. — disse o homem enquanto se aproximava da menina.

A menina então arregalou os olhos e suplicou:

— Hoje é o meu aniversário, o senhor vai me bater no dia do meu aniversário?. Por favor, papai ... Eu imploro.

Hannibal continuou se aproximando até chegar perto o suficiente para empurrar sua filha para cima da cama, abaixar a sua calça e lhe dar várias palmadas no traseiro.

Dr. Lecter não costumava usar muita força física quando castigava a sua filha, mas naquele momento o homem estava tão irritado que não mediu a sua força.

Alice apenas apanhou calada porque sabia que gritar só deixaria seu pai mais irritado.

...

Ainda era dia, seu pai havia conseguido um quarto ao lado do seu, por esse motivo a menina ficou um sozinha por um tempo.

Um tempo bem curto, já que por volta das 16:00 horas, Dr. Lecter entrou no quarto de sua filha com uma proposta:

— Querida, vamos à praia comemorar o seu aniversário? ... Lembro-me de quando eu era garoto, com mais ou menos a sua idade. Eu sempre ia à praia nesse horário porque quase não tinha ninguém lá.

Mesmo dolorida, Alice aceitou o convite de seu pai.

...

Hannibal ia mostrando tudo a sua filha com o seu braço envolvendo os ombros da menina. Algo que Alice amava quando ele fazia já que os mesmos raramente ficavam juntos por muito tempo.

Ao se sentarem em frente ao mar, Alice perguntou :

— Eu fui planejada?. Digo, a minha existência foi planejada?.

O mais velho então respondeu:

— Não.

— O senhor se arrepende de não ter me matado no momento em que eu nasci?. — Perguntou a menina enquanto sentia um arrepio em sua espinha.

— Eu ainda posso quebrar o seu pescoço a qualquer momento, mas há uma grande diferença entre poder e querer. Eu não quero. — respondeu o mais velho.

— Por que não? — perguntou a menina.

O pai então respondeu:

— Você é uma extensão minha. Eu te protegerei para sempre.



























Senhorita LecterOnde histórias criam vida. Descubra agora