Act II

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O sol apontava firmemente em direção a janela do quarto de Alice na manhã de Sábado.

Eram 10:00 horas da manhã, e a menina ainda encontrava-se perdida em meio a tudo o que havia acontecido. Sobre a mesinha ao lado da cama havia uma planilha, nela constavam os horários pelos quais as atividades funcionavam no hospital psiquiátrico.

— Café da manhã às 7:00 horas ... Ótimo, além de ficar no inferno, ainda vou ter que passar fome no inferno — murmurou a bela e jovem Alice.

Segundo a planilha, o horário de visitas no pátio já estava acontecendo. A menina sabia que a única visita que ela teria seria de seu pai, e o próprio era a pessoa que ela menos queria ver naquele momento.

...

— Olá, eu vim ver a senhorita Lecter — disse um homem de cabelos cacheados para o médico chefe do hospital psiquiátrico.

— O seu nome é? — questionou o médico.

— William Graham — respondeu o homem.

Depois de várias perguntas, Will teve que mostrar o seu distintivo de agente especial do FBI para poder entrar.

Ao ver Will entrando em seu quarto, Alice abriu um sorriso e perguntou:

— Meu pai não veio com você não, né?

— Não, ele obviamente ficará sabendo que eu estive aqui, mas ele não veio comigo.

Alice se sentou em sua cama e perguntou:

— Você me acha maluca?

William bufou e rebateu de forma rápida:

— Não. Já estive na sua posição. Ser amigo do seu pai não é uma tarefa fácil, ele já me mandou para uma penitenciária psiquiátrica uma vez ... Eu sei de tudo, e assim como você, eu o perdoei e o amei da mesma forma.

— Isso é tão errado, mas eu me sinto totalmente a mercê. Ele é o meu pai e eu não sei fazer outra coisa a não ser ama-lo. Se eu soubesse quem é minha mãe, talvez eu pudesse amar outra pessoa.

— Veja bem, você pode amar o seu querido padrinho aqui. E pode amar a sua madrinha Alana. A questão é que você também precisa amar o Hannibal, se não ele fica irritado. E ele é a última pessoa que devemos irritar.

— Acha que eu ficaria gostosa com batatas coradas?

— Não, acho que a sua carne deve ser horrível. É muito magra.

— Nossa, que horror.

Os dois acabaram em risadas.

— Hannibal deve vir lhe ver em breve. Faça tudo o que ele mandar, se não passará mais tempo aqui.

— Está bem, dindo.

— Adoro quando me chama assim. Me faz me arrepender de não ter tido filhos.

— O senhor ainda é novo, dindo. Por que não tem filhos?

— O meu problema não é gerar filhos, o meu problema é a mãe desses filhos ... As mulheres são enigmas para mim.

...

— Senhor Lecter, o senhor já decidiu a cor que vai pintar o quarto da senhorita Lecter? — questionou Elizabeth ao adentrar o consultório vazio do psiquiatra com uma prancheta em mãos.

Hannibal olhou para Elizabeth por trás de sua escrivaninha e murmurou:

— O pintor já esteve aqui?

— Sim senhor, doutor Lecter.

— Feche a porta e se aproxime, por favor — murmurou Hannibal.

A mulher logo fez o que lhe foi mandado.

— Não tem ninguém aqui, pode agir normalmente — indagou o doutor.

Elizabeth abriu um meio sorriso e respondeu:

— Onde está a minha calcinha? Eu a esqueci aqui da última vez.

Hannibal então tocou o queixo da mulher e respondeu:

— Eu gostaria de ficar com ela, se não se importar.

— Pode ficar, tudo bem.

— Você ainda não me disse que me ama hoje. Por que? — questionou Hannibal com os braços cruzados.

— A Alice está naquele hospital. Não me sinto bem para dizer nada romântico até que ela volte.

— Ela precisa de tratamento.

— Trate em casa, você é médico, pode cuidar dela ... Eu quero a minha filha fora daquele lugar.

— Se ela voltar, você vai ter que se casar comigo no papel e me ajudar a cria-la. Não estou conseguindo mantê-la na linha, detesto ter que bater nela.

— Está bem, arrume a papelada ... Eu assino.

— Está bem, amanhã mesmo quero que venha aqui para assinar. Me dê um beijo antes de sair.

A mulher se aproximou e beijou os lábios de Hannibal de forma apaixonada e em seguida deitou a sua cabeça no ombro do homem.

— Tire a Alice de lá, por favor.

— Está bem, farei isso. Mas lembre-se, eu tenho as minha condições.

Senhorita LecterOnde histórias criam vida. Descubra agora