As trocas de carícias do casal Lecter estavam intensas dentro do quarto que antes era apenas de Hannibal, mas agora pertencia a ele e a sua esposa.
Um conhecia muito bem o outro, então o prazer mútuo era algo fácil de ser atingido.
Elizabeth provocava Hannibal com o seu olhar teimoso e provocante, enquanto Hannibal que possuía um caráter mais dominador, usava toda a sua força para domar a mulher.
O casal não estava vendo, mas do outro lado da porta, Alice observava os dois pelo buraco da fechadura. A menina pretendia fugir para se encontrar com um amigo, mas precisava saber se os pais estavam dormindo.
Ao ver o que ela estava vendo, a menina desanimou totalmente de fugir. As cenas diante dos seus olhos estavam lhe causando um certo constrangimento. Por esse motivo a menina retornou para seu quarto e se jogou na cama ainda de calça jeans e tênis. Com isso acabou adormecendo.
Na manhã do dia seguinte, a menina se assustou ao ouvir o som de uma armário abrindo. Ao ver Hannibal guardando as suas roupas retiradas da corda e já dobradas ali, a mais nova se levantou rapidamente.
— Bom dia, perdão por lhe acordar — disse o homem ainda de costas.
Alice sabia que Hannibal possuía a audição muito apurada, então o som mínimo de suas pálpebras se abrindo já havia lhe alertado sobre o seu despertar.
A menina se colocou de pé e pisou no chão.
— Dormiu de tênis? Por que? — perguntou o pai ainda de costas.
O som das borrachas da sola do tênis haviam lhe alertado sobre o fato da menina ter dormido de tênis.
— O senhor poderia me ensinar a ter ouvidos tão bons como os seus.
— Pelo seu cheiro de perfume passado, tenho quase certeza que tentou fugir de madrugada, mas por algum motivo não fugiu. Qual foi? E para onde pretendia ir?
— Eu só quis experimentar os tênis, eu não ia pra lugar nenhum.
Hannibal fingiu que tinha acreditado e saiu do quarto deixando um recado:
— Hoje você vai começar a trabalhar em meio período como minha recepcionista. O período da manhã é seu, e depois você volta pra casa pra ter aulas particulares com o senhor Monroe.
— Por que não posso ir a escola?
— Porque Elizabeth prefere assim.
— Ela chegou agora na minha vida e já quer decidir as coisas?
Nesse momento Elizabeth entrou no quarto dizendo:
— Achei melhor assim porque você já é bem avançada pra sua idade, a escola estava atrasando você. Mas se quiser ir para escola, tudo bem.
A voz de Elizabeth era doce e o seu terno feminino com um blazer aberto em tom pastel, um cropped de renda branca e uma calça social da mesma cor do blazer passava uma impressão de que a filha estava falando com uma Deusa.
Alice ficou observando a beleza de sua mãe por alguns segundos em silêncio até retornar a fala:
— Se é por isso, tudo bem ... Eu estudo em casa.
Elizabeth abriu um sorriso e murmurou:
— Aceita almoçar comigo hoje? ... Vou te levar no meu restaurante favorito, um almoço de mãe e filha.
Hannibal observava a interação em silêncio. O homem se concentrava em analisar as expressões da filha que aparentemente estava incomodada com algo.
— Você me ajuda a preparar o café da manhã, Alice? — perguntou o pai com as mãos dentro dos bolsos de sua calça.
— Se importam de me deixar sozinha? Eu não estou com fome, e eu não quero almoçar em lugar nenhum. Só preciso ficar sozinha, daqui a pouco vou trabalhar, depois vou estudar e os senhores vão me deixar em paz — rosnou Alice enquanto entrava no seu banheiro.
Ao ficarem sozinhos no quarto, Elizabeth e Hannibal se olharam de forma reflexiva.
— Eu te ajudo a preparar o café — respondeu Elizabeth.
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Senhorita Lecter
FanfictionAos olhos do mundo ele era o renomado Doutor Hannibal Lecter. Aos olhos de sua vítima ele era o pior homem do mundo. Aos olhos de Alice ele era apenas o papai.