CAPÍTULO 4 - Você Não Sabe Como é Estar em Meu Lugar.

178 27 6
                                    

O bar de Hawkins não era um lugar totalmente aconchegante, mas também não estava caindo aos pedaços. Com sua estética voltada pros anos 50, mas não muito bem cuidada. Pelo menos tinha um palco de bom tamanho.

Cheguei lá acompanhada de Dustin, Steve e Robin, que observavam em volta de forma suspicaz e até mesmo meio de nojo. Assim, íamos sentar em uma das várias mesas vazias e aguardávamos o show, então Steve fez questão de puxar a cadeira pra eu sentar. Que cavalheiro.

— Aqui é um bar ou uma caverna? – Desdenhou Steve, com um tom de graça.

— A gente não deveria estar falando da casa dos outros. – Brinquei.

Dustin me encarou confuso e falou:

— Casa de quem?

— Do Munson, oras. – Respondi imitando um morcego. – A batcaverna!

Essa piada fez Robin e Steve rirem.

— Você não presta, Mary Ann. – O primo ergueu os olhos.

— Eu deveria ter conhecido sua prima antes, Dustin. – Robin disse entre risos. – Ela é hilária.

Olhei para o palco em minha frente e percebi uma cabeça de cabelos longos muito familiar ao lado direito, que desapareceu logo em seguida. Era Eddie.

Depois de um tempo, um homem com seus cinquenta anos foi até nossa mesa com uma bandeja, distribuindo bebidas para nós. Uma lata de cerveja para eu, Steve e Robin, e uma lata de Coca Cola para Dustin. Robin não queria cerveja, então substituiu pelo refrigerante.

— Com licença, quem pediu as bebidas? – Perguntei.

— As bebidas são por conta da banda, senhorita. – O garçom respondeu. – Com licença.

Abri a boca em “O” com a resposta. Caramba.

 — Pelo visto, somos os únicos adultos por aqui, Turner. – Afirmou Steve. – Um brinde pela nossa maturidade.

Dou um sorrisinho para o mais velho, que também sorri, e em seguida, brindamos as latas. Afirmei:

— Pela nossa maturidade.

Um barulho de bateria nos assustou, junto com um solo de guitarra. E assim, as cortinas velhas se abriram, revelando a banda de quatro integrantes. Jeff no baixo, Martin na guitarra e Gareth na bateria, e o mais importante, Eddie no vocal e também na guitarra.

Eu esperava tudo, menos que Eddie era guitarrista e vocalista de uma banda de metal. Na verdade, seu estilo já dava pistas, mas Eddie era uma caixinha de surpresas.

— BOA NOITE, FILHOS DA PUTA! QUEM QUER ESCUTAR MUSICA FODA E DE QUALIDADE?! – Gritou Munson do microfone, deixando nós surdos. –

Eu e Dustin erguemos nossos braços e demos um grito, fazendo Eddie sorrir em êxtase e dizer com uma voz bem sensual:

— Então sejam bem vindos a mais um show do... Caixão Corroído.

Nisso, ele iniciou um solo com sua guitarra vermelha monstruosa e a banda tocava. Seus dedos andavam com maestria pelo instrumento junto com seu rosto extremamente focado. Eddie exalava paixão com o que fazia. A voz levemente grave, que viajava entre a calmaria e a loucura, me deixava querendo cada vez mais escuta-lo. Os cabelos balançavam ao ritmo da música, e embora ele tentava ser o mais fodão de todos, eu achava...adorável.

— Espero que eu consiga escutar depois de hoje! – Diz Steve para mim, quase em um grito. – Aliás, você está linda!

— Oi? – Tentei entende-lo, mas foi em vão.

𝟏𝟗𝟖𝟔 𝐁𝐚𝐛𝐢𝐞𝐬! - 𝐄𝐝𝐝𝐢𝐞 𝐌𝐮𝐧𝐬𝐨𝐧Onde histórias criam vida. Descubra agora